segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

"ATÉ QUE A SORTE NOS SEPARE 2" (2013)

Até que a Sorte nos Separe 2Esperar que filmes brasileiros da "Globo Filmes" sejam um primor de roteiro e belas produções é realmente esperar muito. Mas não sejamos tão cruéis. Embora não seja um bom filme, "Até que a Sorte nos Separe 2" é daqueles filmes despretensiosos e que fazem rir, em situações muitas vezes grotescas e ridículas. 

O filme conta a manjadíssima história de um casal que tira a sorte grande e recebe uma herança milionária de um tio. Entretanto, o testamento indicava a necessidade de que as cinzas do finado fossem jogadas no Grand Canyon, nas proximidades de Las Vegas. Assim, com esse pretexto, o casal vai para a "Sin City" e o marido, um perdulário jogador, vivido pelo comediante Leandro Hassum, perde tudo. Além de perder tudo, Tino (Hassum) passa a ser perseguido por um mafioso mexicano, que lhe havia emprestado algum dinheiro para continuar jogando. Assim, está estabelecido o pano de fundo para as mirabolantes situações vividas pelos personagens.

Algumas cenas são bem engraçadas. O comediante Leandro Hassum mostra que tem realmente talento para as situações cômicas. Não para de fazer piadas no decorrer da trama. Camila Morgado também está bem, no papel da esposa de Tino. O filme conta ainda com participações especiais de Jerry Lewis, como um "bellboy" (título, inclusive, de primeiro filme do ator americano como diretor) e Anderson Silva, o famoso lutador de MMA.

O que fica do filme? Nada em especial. É uma diversão instantânea. Mas fica a pergunta: o que o espectador quer nas suas férias, no seu final de ano? Diversão descerebrada. Deixemos os filmes "inteligentes", "cults" ou mesmo "clássicos" para o decorrer do ano, ou quando o ano novo efetivamente começar. 

Cotação: * *

SUCESSO DE BILHETERIA: Sim.

SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Sim, mas há controvérsias.

SUCESSO DE CRÍTICA: Não.

PRÊMIOS: Nenhum.




quarta-feira, 20 de novembro de 2013

"JOGOS VORAZES" ("THE HUNGER GAMES", 2012)

File:HungerGamesPoster.jpg

Os adolescentes de todo o mundo sempre esperam com expectativa os filmes baseados em livros de sucesso entre eles. Foi assim com as séries "Harry Potter"e "Crepúsculo", entre outros. E é assim com "Jogos Vorazes", filme baseado na obra homônima de Suzanne Collins.

O filme conta a história de uma sociedade do futuro, onde um regime totalitário controla 12 distritos, realizando um evento anual, chamado "Jogos Vorazes". Nesse evento, realizado como forma de pagar um débito pelos problemas causados pelos distritos ao regime central, representantes dos doze distritos digladiam-se entre si até que apenas um sobreviva. A heroína da trama, Katniss Everdeen, interpretada com garra pela ótima atriz Jennifer Lawrence, se dispõe como voluntária para disputar a sobrevivência nos jogos. E aí começa a aventura e a luta pela vida e pela dignidade.

É um filme apenas regular. Não emociona, não tem suspense. A melhor cena de ação se resume a um ataque de vespas mutantes a um grupo de jovens gladiadores.

A atuação de Lawrence, vale dizer, é convincente. Mas cabe ressaltar que tal convencimento se deve muito mais à qualidade da moça como atriz que das qualidades do roteiro. Ela é uma presença muito agradável e bonita de se ver na tela grande.

O filme lembra um pouco "O Sobrevivente" ("The Running Man", 1987), estrelado por Schwarzenneger. Nessa película, o brutamontes envolve-se também em um jogo mortal filmado para a televisão americana no futuro, com um sádico apresentador como contraponto ao herói. Só que o longa de 1987 tem muito mais ação que esse. 

Para o público adolescente, talvez seja até um divertimento interessante. É uma distração garantida, sem chegar a ser enfadonha.  Mas não me convenceu, nem entrou para a minha lista pessoal de melhores filmes.

COTAÇÃO: * * 

SUCESSO DE BILHETERIA: Sim.

SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Sim, mas há controvérsias.

SUCESSO DE CRÍTICA: Sim.

PRÊMIOS: Jennifer Lawrence ganhou vários prêmios menores, de melhor atriz, a exemplo do "Saturn Awards", "Empire Awards" e "People Choice Awards", todos em 2013.

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

"THOR 2- O MUNDO SOMBRIO" ("THOR - THE DARK WORLD", 2013)

File:Thor - The Dark World poster.jpgOs estúdios Marvel continuam inundando os amantes de uma boa sessão de cinema com superproduções estilo "blockbuster". "Thor 2 - O Mundo Sombrio" é mais um exemplar da série dos quadrinhos no cinema, cuja intenção é justamente ser um campeão de bilheteria.

Mas não é um grande filme. Melhor que o primeiro. Porém, essa assertiva não é suficiente para fazer com que o filme entre em um "top ten" (os dez melhores) da Marvel. 

Na história, o planeta Asgard, passa a ser ameaçado por um elfo negro, que quer dominar o lugar através de uma substância chamada éter. Para conseguir o intento, entra em conflito com Thor, filho de Odin e sucessor do trono. Nesse ínterim, temos ainda a prisão de Loki (o mesmo do filme "vingadores") e a eterna luta (física e psicológica) entre ele e seu irmão Thor.

Muitos elogiaram o roteiro. Realmente, o filme é bem conduzido. Acredito que o filme é suficientemente bom para agradar os fãs declarados do personagem; mas não o é para agradar inteiramente a plateia que não é tão fã assim (ou que não conhece os desdobramentos dos livros e quadrinhos sobre o mito nórdico). Para o espectador comum (nesse sentido, de não ser fã específico do personagem), fica a sensação do excesso de batalhas e de um roteiro que não prende a atenção como deveria. Enfim, uma história até certo ponto chata. É essa a minha sensação.

Mas o filme tem seus méritos, e pode tranquilamente ser classificado como bom. E é um bom entretenimento, apesar de não apresentar novidade nenhuma em termos de efeitos especiais.

Cotação: * * *

SUCESSO DE BILHETERIA: Sim.

SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Sim, mas há controvérsias.

SUCESSO DE CRÍTICA: Sim.

PRÊMIOS: Nenhum.

sábado, 2 de novembro de 2013

"GRAVIDADE" ("GRAVITY", 2013)

File:Gravity Poster.jpgCinema é, antes de tudo, a arte da magia, da inventividade, da criatividade. É a arte perfeita para fazer a imaginação do espectador fluir. E "Gravidade", de Alfonso Cuarón, é o grande lançamento do ano de 2013 nessa vertente que une, de maneira irretocável, diversão, magia e ficção. 

O filme tem uma história que é simples, mas ao mesmo tempo arrebatadora. Mexe com os sentimentos humanos, ao explorar, de forma contundente,  a linha tênue que separa a vida da morte, o instinto de sobrevivência e a possibilidade de desistência (ou melhor, a perspectiva do suicídio em meio ao caos e a falta de esperança).

O longa narra, em síntese, a história da pesquisadora Ryan Stone (Sandra Bullock) que, juntamente com Matt Kowalski (George Clooney), em plena missão espacial, descobrem que serão alvo de uma onda de destroços surgidos a partir de um choque de satélite. O que se sucede é a destruição completa da nave espacial (e a morte de todos os tripulantes, à exceção de Ryan e Matt) e a terrível situação dos astronautas à deriva no espaço sideral. Começa aí a luta pela sobrevivência, com diminuição do oxigênio, novas chuvas de detritos, incêndios,  dentre outras situações alarmantes.

Em matéria de efeitos especiais, temos a dizer que o filme é uma barbada no Oscar. Deve levar o prêmio máximo do cinema facilmente. É simplesmente uma revolução nesse quesito, com bastante inventividade. Inventividade que surgiu da necessidade causada pela própria película - as longas sequências levaram a equipe de produção à inovação no que concerne à filmagem da gravidade zero. Longas sequências sem cortes, aliás, que são espetaculares e um deleite para os cinéfilos, uma vez que permitem a todos viverem juntos com os personagens a aventura mirabolante.

Mas nem só de efeitos especiais vive "Gravidade". O longa tem amplas condições para concorrer em outras categorias, a saber, filme, direção, som (edição e mixagem) e, notadamente, melhor atriz. Sim. Melhor atriz. Em que pese as poucas palavras e a pouca liberdade de atuação, Sandra Bullock se desdobrou e esteve muito bem. Vale a pena premiar um trabalho tão árduo como o dela, cujo resultado final ajuda a entender a perfeição do filme. Vale aqui trazer à baila trecho da entrevista do diretor mexicano Cuarón à Veja, que ajuda a entender o sacríficio e o comprometimento dessa brilhante atriz:

"(VEJA) Também Sandra Bullock teve de enfrentar desafios técnicos e físicos em escala inédita para um ator, não?

(Cuarón) Seria impossível enumerá-los, mas vou tentar. Primeiro, a limitação dramática: como todos os movimentos de câmera estavam pré-programados, simplesmente não havia espaço para sequer tentar algo um pouco diferente. Sandra teve de desenvolver o personagem dentro de marcações duríssimas de tempo e de movimento. Depois, a solidão intensa. Na maior parte do tempo, Sandra ficava girando presa a uma armação, dentro de uma caixa preta iluminada conforme as exigências da cena, com as câmeras se movendo ao redor dela - é um dos recursos que bolamos para transmitir a sensação de que ela está flutuando. Como era muito difícil entrar e sair da armação, ela permanecia até dez horas ininterruptas dentro desse caixote. Tente aguentar dez minutos disso e depois me diga como se sentiu. Mas ainda não chegamos ao pior: para as cenas em que ela tem de se movimentar livremente em gravidade zero dentro da estação espacial, fizemos de Sandra literalmente uma marionete. Ela vestia placas de metal às quais ia presa uma dúzia de cabos - os quais eram manipulados por titereiros que vieram da montagem londrina da peça Cavalo de Guerra e robôs como esses usados na fabricação de automóveis. É um esforço inimaginável. Tentei - e em segundos já estava berrando para me tirarem dali. Sandra, porém, treinava as sequências até o ponto em que esse esforço se tornasse imperceptível e só a graciosidade do movimento no espaço restasse, para então se concentrar inteira na interpretação".

(REVISTA VEJA, edição 2.342, ano 46, nº 41, 9 de outubro de 2013, págs.124/125)

Assim, o filme já pode ser considerado um marco do cinema. O cinema da magia. Da imaginação. Da ficção. Do espetáculo e das cenas incríveis. Dos planos longos arrebatadores, que levam os espectadores a viajarem juntos com os atores. Da luta pela sobrevivência em meio ao caos e à falta de perspectiva. E, mais que tudo isso, da criatividade no .uso dos recursos materiais e humanos.

Enfim, um filme magistral. Um toque de mestre na história do cinema.

COTAÇÃO: * * * * *

SUCESSO DE BILHETERIA: Sim.

SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Sim, mas há controvérsias.

SUCESSO DE CRÍTICA: Sim.

PRÊMIOS: Nenhum, por enquanto.

terça-feira, 15 de outubro de 2013

“O TEMPO E O VENTO” (2013)

O Tempo e o Vento (Nac)A obra de Érico Veríssimo é constantemente adaptada para a televisão e para o cinema. 2013 foi o ano escolhido para o lançamento de mais uma obra do escritor gaúcho para as telonas - “O Tempo e o Vento”.

Vale destacar que a obra “O Tempo e o Vento”, na verdade, é uma trilogia, composta de “O Continente”, “O Retrato” e “O Arquipélago”. O filme baseia-se na primeira parte da obra, “O Continente”.

A película dirigida por Jayme Monjardim tem seus méritos. É, antes de tudo, um longa belíssimo, com imagens arrebatadoras das paisagens gaúchas (foi filmado em Bagé). Tem também atuações convincentes, como as de Fernanda Montenegro, como Bibiana, e Thiago Lacerda, como Capitão Rodrigo. Não tão convincentes, Cléo Pires, como a jovem Ana Terra, e Marjorie Estiano, como a jovem Bibiana, tem, contudo, atuações razoáveis, não interferindo no resultado final.

A história registra uma verdadeira árvore genealógica gaúcha, contando várias sagas em um filme só.  Retrata a história das famílias Terra Cambará e Amaral, englobando ainda a história do estado do Rio Grande do Sul. Personagens marcantes como Bibiana, Ana Terra, Rodrigo, dentre outros, dão força à trama.

No entanto, o excesso de personagens prejudica a narrativa do filme. Não é fácil colocar tantas histórias em um filme de pouco mais de duas horas. Como dissemos anteriormente, uma autêntica árvore genealógica nos é apresentada, e as histórias ficam muito condensadas. Assim, quando o público já estava se acostumando com determinada história, passa-se para outra, não criando a necessária empatia público-personagens. Daí o fato de que o livro de Veríssimo fica mais bem colocado em uma série televisiva.

Mas o resultado não deixou a desejar, apesar dessas dificuldades relatadas. Como já ressaltado, uma belíssima fotografia, imagens marcantes, boas atuações e personagens interessantes, são pontos positivos do longa e merecem ser celebrados.

Enfim, um filme brasileiro que, apesar de seus defeitos, tem algum mérito e poderá agradar ao exigente público.

Cotação: * * 

SUCESSO DE BILHETERIA: Não.

SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Sim, mas há controvérsias.

SUCESSO DE CRÍTICA: Sim, mas há controvérsias.

PRÊMIOS: Nenhum.

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

"O CASAMENTO DO ANO" ("THE BIG WEDDING", 2013)

Existe uma crença generalizada de que ótimos atores - como De Niro, Keaton, Sarandon e Williams- conseguem “segurar” uma trama mal elaborada. Pode até ser. Mas não é o que acontece neste “O Casamento do Ano”, um dos piores filmes do ano.

O gênero comédia é difícil por natureza. Muitas vezes os filmes descambam para o água com açúcar, ou mesmo para piadas de mau gosto. No caso deste “O Casamento do Ano, nem isso acontece – é pior ainda que filmes “água com açúcar”. Nesse, há apenas tentativas forçadas de fazer rir.

O mais engraçado, sem dúvida, é o roteiro. E é engraçado porque é ridículo, não porque produz situações engraçadas. A história gira em torno de um casamento de um rapaz que possui três “mães” (???): a biológica (uma colombiana), a adotiva (interpretada por Diane Keaton) e a que efetivamente criou (Susan Sarandon).  Uma delas, a biológica, foi convidada para o tal casamento, juntamente com sua filha. Ocorre que a senhora é extremamente religiosa, o que certamente influiria no ânimo dela ao saber que os pais adotivos do noivo haviam se separado.  Por conta disso, a família toda resolve mentir, fazendo uma espécie de renascimento do casamento dos personagens de Robert De Niro e Diane Keaton. O que se segue é um filme rasteiro, sem pé nem cabeça, com situações as mais inusitadas e ridículas. A própria premissa é digna de um prêmio de péssimo dos péssimos- como dar importância a uma mãe que abandonou o filho ainda criança e que, mesmo assim, quer fazer exigências acerca de sua situação na idade adulta? Mentir por causa de uma mãe biológica que não aceitaria uma separação, fato esse tão comum hoje em dia! Faça-me o favor, sr. Roteirista! Como pode uma premissa ser tão fraca e débil?

Como se não bastasse o nível de mediocridade, ainda temos o fato de que os colombianos são tratados no filme supostamente como pessoas atrasadas e ao mesmo tempo sem moral. Um contraponto absurdo nos é apresentado: de um lado, a mãe biológica moralista; do outro, a irmã, também colombiana, ávida por luxúria e libertinagem. A manipulação do roteiro aqui não é feita levando-se em conta aspectos culturais; é, simplesmente, discriminação pura dos povos latinos.

É inacreditável a canoa furada em que embarcaram atores e atrizes de peso, como Robert De Niro, Diane Keaton, Susan Sarandon e Robin Williams. O último, então, fica a beira do ridículo como um padre alcoólatra! De Niro paga um mico atrás do outro, principalmente recebendo socos das mulheres e caindo na piscina, em uma cena totalmente sem graça. As duas atrizes, Keaton e Sarandon, também não se encontram. Também fica uma pergunta: como se encontrar no meio de um roteiro tão absurdo?

E, para piorar (se é que é possível piorar), ainda temos a história paralela da irmã do rapaz que não consegue engravidar mas que, ao final, engravida. Totalmente "sem pé nem cabeça". Um minidrama sem o mínimo engajamento na história.

Enfim, um filme sem simpatia, sem emoção, sem risos. O melhor é esquecer.

Cotação: BOMBA

SUCESSO DE BILHETERIA: Não

SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Não.

SUCESSO DE CRÍTICA: Não.

PRÊMIOS: Nenhum. Certamente é um bom candidato ao "Framboesa de Ouro".

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

"HANNAH ARENDT" ( "HANNAH ARENDT", 2013)



File:Hannah Arendt Film Poster.jpg
Hannah Arendt. Um nome que entrou para a história da filosofia, principalmente depois da publicação de seus dois livros mais famosos, a saber, "As Origens do Totalitarismo" e "A Condição Humana". Uma mulher à frente de seu tempo. Uma visionária. É essa Hannah que dá ensejo ao filme da alemã Margarethe Van Trotta, lançado em 2013. 

A história retrata apenas um episódio da vida de Hannah, mais precisamente o julgamento, realizado em Jerusalém, do nazista Adolf Eichmann, um dos mentores do holocausto. Assim, como correspondente da New Yorker, Hannah escreve artigos polêmicos, considerando Eichmann um burocrata cumpridor de ordens, não um demônio como queriam fazer crer os judeus. Tal fato gerou revolta dos judeus para com a filósofa, que também era judia. E intensos dissabores, nunca antes enfrentados por ela, sempre respeitada por seus escritos.

O filme traz, em flashback, algumas passagens da vida de Hannah, como, por exemplo, o seu envolvimento, tanto no nível de ideias como no sentimental, com o filósofo Martin Heidegger. Heidegger que, diga-se de passagem, também sofreu intensa reprimenda por suas ligações com o nacional-socialismo. Mas são poucas as cenas. A diretora e o roteirista deveriam ter explorado mais o passado da escritora, cheio de significados e importância.

A atriz Barbara Sukowa está muito bem no papel, assim como os atores e atrizes coadjuvantes. Não interferem no resultado final.

Vale destacar que Hannah Arendt  não é, nem nunca foi, defensora do nazismo, embora possa parecer para quem não conhece a história desta importante filósofa. Inclusive há de se destacar que o regime hitlerista cassou sua cidadania alemã, deixando-a apátrida até que os Estados Unidos (Nova Iorque) a acolhesse.

"Hannah Arendt" é um bom filme, diga-se. Mas peca, talvez, pelo ritmo lento, tornando-se, em muitos momentos, enfadonho e cansativo. Várias cenas são desnecessárias e repetitivas, como as que a atriz principal aparece fumando compulsivamente.

Vale destacar a última cena do filme, um discurso de Hannah perante uma grande plateia universitária. Fantástica e vibrante.

Enfim, vale ver o filme  para conhecer um pouco mais a história desta fascinante filósofa dos tempos modernos.

Cotação: * * *

SUCESSO DE BILHETERIA: Não.

SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Não, mas há controvérsias.

SUCESSO DE CRÍTICA: Sim, mas há controvérsias.

PRÊMIOS: Nenhum.

domingo, 18 de agosto de 2013

"WOLVERINE IMORTAL" ("THE WOLVERINE", 2013)

File:The Wolverine posterUS.jpgWolverine é, talvez, o personagem "Marvel" de maior sucesso comercial no cinema. Muito se deve ao trabalho de Hugh Jackman, que encarna como poucos um herói. É a manifestação perfeita de Wolverine. E é ele que sustenta a aventura "Wolverine Imortal", que se passa no Japão. 

O filme é o sexto da franquia de heróis X-Men, sendo o segundo tendo como protagonista isolado o homem das garras de aço Wolverine.

É um filme de ação como outro qualquer, com cenas que não chegam a empolgar. Aliás, não entendo o porquê do lançamento em 3D - definitivamente não é um filme para se ver assim.

A trama envolve Segunda Grande Guerra, uma filha de um soldado que foi salvo por Logan-Wolverine, um embate com a Yakuza, dentre outros temas. Tem duas atrizes japonesas interessantes, mas não emplaca como aventura. A atriz russa que faz a Víbora também não encanta na atuação, embora seja extremamente bela.

Uma curiosidade: geralmente as franquias extensas abrem suas asas para o Oriente. Assim foi com "Atividade Paranormal", por exemplo. E quase sempre o resultado é trágico em matéria cinematográfica...

Hugh Jackman, como anteriormente dito, é a própria encarnação de Wolverine. Sendo assim, fica difícil criticá-lo. Neste filme, ele perde um pouco de seus poderes e se torna um pouco mais humano em decorrência disso, mas o resultado está longe de agradar os fãs da invencibilidade do herói. 

Enfim, um filme para quem quer um pouco de entretenimento. E para quem gosta muito de Wolverine. E só. 

Cotação: * * 

SUCESSO DE BILHETERIA: Sim.

SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Sim, mas há controvérsias.

SUCESSO DE CRÍTICA: Não.

PRÊMIOS: Nenhum.

segunda-feira, 29 de julho de 2013

“O HOMEM DE AÇO” (“MAN OF STEEL”, 2013)

Poster  Site oficial do filme.
Os super-heróis estão cada vez mais presentes no cinema. Alguns deles vêm em forma de reciclagem de histórias já conhecidas do grande público. “O Homem de Aço” é uma dessas novas versões.

Não que o longa-metragem seja ruim. Mas poderia ser melhor, bem melhor.

A história resgata o filme de 1978, contando a epopeia do herói desde o início – em um planeta Krypton a beira do colapso (que realmente acontece!). Mandado à terra pelo seu pai Jor-El (interpretado por Russel Crowe), o herói indestrutível Kar-El encontra uma morada na Terra e passa a viver entre os humanos (os pais são interpretados por Diane Lane e Kevin Costner), com seus magníficos superpoderes. Encontra Lois Lane (Amy Adams), a repórter que viria a se tornar o seu par romântico e enfrenta o General Zod (Michael Shannon), um vilão de Krypton que tem por objetivo fazer da Terra o seu novo lar, e sua fiel escudeira Faora.

Comparando o filme com seus cinco antecessores, temos que supera três deles, a saber, “Superman 3”, “Superman 4” e “Superman – O Retorno”. Lado outro, é inferior aos outros dois: “Superman- O Filme” e “Superman 2”.

Pessoalmente, não gostei de algumas nuances do filme.

A exagerada quantidade de violência transformou o longa em um filme de ação sem cérebro.  A destruição exagerada de Smallville e Metrópolis incomoda..

Achei também o Planeta Krypton excessivamente fantasioso e as invasões do General Zod e suas engenhocas também estranhas, em cenas parecidas com o filme “Transformers”. Aliás, sou saudosista: prefiro o impessoal Zod de Terence Stamp (Superman e Superman 2) ao Zod com cara de Gladiador do Michael Shannon.

Outro detalhe: a história do super-homem  e de seu par romântico foi mal desenvolvida. Talvez uma brecha para a segunda parte, que certamente acontecerá.

Senti falta também de mais atos heroicos do homem de aço.Assim, apenas duas cenas se destacaram: a primeira, em uma base petrolífera; a segunda, salvando um ônibus cheio de crianças no rio. Ambas inferiores à várias presentes em outros filmes.

O Super-Homem como Clark Kent, e aquela velha história do óculos que não engana mais ninguém em pleno século XXI, também só aparece ao final, dando mostras de que uma segunda parte está por vir mesmo.

Mas o longa tem seus pontos positivos também. Primeiro, os ótimos efeitos especiais (muito embora não fosse necessário assisti-lo em 3D e muitas vezes lembrando aqueles pulos de “pulga” do primeiro Hulk). Segundo, a forma narrativa, que fazia um contraponto entre o super-homem já na fase adulta com o super-homem na fase infantil. Não cansa o espectador. Terceiro, a ênfase em um super-homem cuidadoso no que se refere à sua missão na Terra – ajudar os fracos e fazer justiça.

Assim, para quem esperava muito do “Homem de Aço”, deve ter se decepcionado um pouco. Mas para quem gosta de diversão, vale assistir a essa nova aventura.

Cotação: * * ½

SUCESSO DE BILHETERIA: Sim.

SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Sim.

SUCESSO DE CRÍTICA: Não.


PRÊMIOS: Nenhum.

sexta-feira, 19 de julho de 2013

“O CAVALEIRO SOLITÁRIO” (“THE LONE RANGER”, 2013)

File:TheLoneRanger2013Poster.jpgA Disney resolveu investir pesado em um personagem das antigas. E parece que se deu mal, com uma arrecadação que não compensou os gastos do filme. Estamos falando do longa “O Cavaleiro Solitário” que, se não é um primor de roteiro, é assistível, embora tenha uma duração – duas horas e meia - que incomoda o espectador.

Antes do tradicional resumo da história, vale abrir parênteses para algumas considerações sobre o filme.

Primeiro, o espectador não deve confundir o “Cavaleiro Solitário” com o “Zorro”, embora ambos usem uma máscara similar. O primeiro, do filme de 2013, é personagem atrelado ao famoso cavalo “Silver” (lembram do famoso bordão “Hey, Yo, Silver”!) e está sempre junto do índio Tonto; o segundo, tem a inseparável companhia do Sargento Garcia. Vale dizer ainda que, no Brasil, o “Cavaleiro” era também anteriormente chamado de “Zorro” – daí a confusão.

Voltando ao roteiro, temos que a história é interessante e tem certa ligação com a realidade de nosso país, notadamente no que concerne à corrupção. O longa (e bota longa nisso...) conta as aventuras do “Cavaleiro Solitário”, personagem que sobrevive a uma emboscada em que seu irmão (que era casado com a mulher que o Cavaleiro ama) e todos os outros morrem, exceto ele. A partir daí, descobre que os poderosos são corruptos e que as leis não protegem ninguém e passa  a fazer justiça, usando uma máscara. Junto ao herói, um companheiro inseparável: Tonto, interpretado pelo queridinho do público Johnny Depp.

Cabe destacar como pontos positivos do filme a excelente produção, as belas locações, a metalinguagem (com a conseqüente citação de vários filmes clássicos e emocionantes, do western à comédia) e algumas piadas inteligentes do personagem de Johnny Depp, o índio Tonto.  Foi muito bom também lembrar aquela famosa música típica do Lone Ranger – William Tell – um pouco esquecida nos tempos atuais.

Como pontos negativos temos a fraqueza dos vilões e a duração excessiva da película, sem que isso rendesse uma melhor história. Também o personagem parece um pouco datado, o que pode explicar o fracasso de bilheteria. Aliás, o gênero “western” parece não ser do gosto do público atual, que prefere histórias mais “modernas” e “contemporâneas”, com temas mais atuais.

Para quem gosta de muita ação, e algumas piadas inteligentes, vale assistir ao longa. Uma mistura de western, comédia e ação que poderia ter rendido um filme bem melhor.

Cotação: * *

SUCESSO DE BILHETERIA: Não.

SUCESSO PERANTE O PÚBLICO : Não, mas há controvérsias.

SUCESSO DE CRÍTICA: Não, mas há controvérsias.

PRÊMIOS: Nenhum.

"O CONDE DE MONTE CRISTO" ("THE COUNT OF MONTE CRISTO", 2002)

File:The Count of Monte Cristo film.jpg
O cinema sempre buscou como fonte inspiradora os livros. E os livros clássicos sempre renderam grandes histórias para a sétima arte. É o que acontece neste “O Conde de Monte Cristo”, obra-prima de Alexandre Dumas, o mesmo autor do famoso e inesquecível “Os Três Mosqueteiros”.


Vale lembrar: dez filmes já trouxeram a história para a sétima arte. Desses, dois são mais famosos: o de 1975, estrelado por Richard Chamberlain e Tony Curtis; e esse, de 2002, estrelado por Jim Caviezel e Guy Pearce.

A história é clássica e envolvente. O longa narra as aventuras de Edmond Dantes (Caviezel), um marinheiro apaixonado por Mercedes e amigo de Fernand Mondego. Ocorre que, após conversar com Napoleão (ele mesmo, o famoso líder francês, exilado em Elba), e ser traído pelo seu melhor amigo (Mondego, interpretado por Guy Pearce) é acusado de traição à pátria e, preso, é levado para o Chateau D`If, uma prisão de segurança máxima. Lá, sofre barbaridades, torturas e chicotadas, até encontrar um padre, Abade Farias (interpretado por Richard Harris), que, além de ajuda-lo na fuga, deixa com ele um mapa do tesouro – localizado em Monte Cristo. Após, uma louca escapada da prisão, e o resgate do tesouro, já rico dá início ao seu processo de vingança: contra o amigo traidor, Conde Mondego; contra o Promotor do seu caso, Villefort; e, também, contra sua ex-mulher, que se casou com o melhor amigo, pensando que o herói estivesse morto. E ainda há um outro personagem que se revelará importante na trama: o filho de Mercedes.

O longa traz uma grande atuação de Jim Caviezel. Para quem não conhece, o ator é o mesmo que fez “A Paixão de Cristo”, em uma ótima atuação. Aqui, ele repete o sucesso de atuação, com uma brilhante perfomance. O mesmo não se pode dizer de Guy Pearce, que não convence muito como o vilão da história.  Parece um tanto forçado. Ponto para Richard Harris, que faz um padre Farias bem carismático.

É uma grande aventura, que certamente agradará a muitos. Vale a pena conhecer pelo menos um pouco dessa história clássica.

Cotação: * * *

SUCESSO DE BILHETERIA: Não. Arrecadou pouco mais do que custou.

SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Sim. Uma história clássica.

SUCESSO DE CRÍTICA: Sim, mas há controvérsias.

PRÊMIOS: Nenhum.







sexta-feira, 12 de julho de 2013

ESTREIAS DA SEMANA (13/07 A 19/07)

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A grande, e aguardada, estreia da semana (em que pese muitas pessoas já terem visto, na pré-estreia) é mesmo "O Homem de Aço", o novo filme do "Super-Homem", estrelado por Henry Cavill.

Parece ser  promissor. Ocorre que alguns críticos não aprovaram o resultado final. Mas vale a conferida, já que os trailers, principalmente os "teasers",  mostram um filme vigoroso, com ótimos efeitos especiais e muita ação. 

Quanto aos anteriores, dois se destacam: o "Superman" de 1978 e "Superman II", de 1981, este último uma grande aventura. "Superman 3" e "Superman 4" foram grandes fracassos e filmes ruins. "Superman-O Retorno", o mais recente longa, foi um fracasso de crítica, não sem razão - o longa é muito ruim.

sábado, 6 de julho de 2013

"GUERRA MUNDIAL Z" ("WORLD WAR Z", 2013)

File:World War Z poster.jpgO projeto de Brad Pitt para 2013 não foi muito bem recebido pela crítica. Segundo alguns, o filme não emplaca, com um final que deixa a desejar. Não é o que penso. "Guerra Mundial Z" pode não ser um filme brilhante (e realmente não é), mas tem seus méritos.

E os méritos passam pela boas cenas de ação do filme, pelo seu ritmo frenético e pela boa condução da história. Concordo com os críticos quanto ao final - talvez tenha sido feito daquela forma para propiciar novas continuações.

O filme lembra um pouco alguns outros, como "Independence Day" (nas cenas de corre-corre nas ruas, principalmente a primeira), "Guerra dos Mundos" (em que o herói tenta salvar a família da hecatombe), "A Noite dos Mortos Vivos" (pelos vorazes zumbis que correm desesperadamente atrás dos humanos) e "O Dia Depois do Amanhã" (pela questão apocalíptica subjacente). Mas é superior a todos estes, exceto "A Noite dos Mortos Vivos" - mas este último é um terror, o que "Guerra Mundial" não é, nem pensa ser (apesar de algumas cenas apavorantes e dos gritos igualmente assustadores dos zumbis). 

No longa, Pitt é Gerry, o herói que busca a salvação da humanidade de um vírus desconhecido e letal que transforma as pessoas em zumbis. Segue-se uma luta desesperada do herói em busca da vacina salvadora. Não sem antes enfrentar hordas de zumbis loucos para devorarem criaturas saudáveis e disseminarem a doença.

Com ótimos efeitos especiais, o filme prende a atenção do início ao fim. E os atores, em especial Pitt e Mirrelle Einos (esta, uma ótima atriz), dão conta do recado.

Enfim, uma diversão bastante agradável e interessante.

P.S: Curiosidade- os direitos sobre a obra que deu origem ao filme foram alvos de disputa por dois astros, Pitt e Di Caprio, e suas respectivas produtoras. Deu Pitt.

Cotação: * * * 

SUCESSO DE BILHETERIA: Sim.

SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Sim.

SUCESSO DE CRÍTICA: Não, mas há controvérsias. Isabella Boscov, por exemplo, gostou do filme como um todo, menos do seu final.

PRÊMIOS: Nenhum.

sexta-feira, 28 de junho de 2013

"BUSCA IMPLACÁVEL" ("TAKEN", 2008)

Busca ImplacávelLiam Neeson é "ator de um personagem só" (nesse caso, não é um demérito, diga-se, já que se trata de um grande ator). Geralmente, é um homem angustiado que perdeu alguma coisa, em algum momento. Já perdeu até mesmo a própria identidade; mas perde também coisas e pessoas. Principalmente pessoas que ele gosta. É o que acontece neste "Busca Implacável" ("Taken"), um filme de ação de 2008.

Com roteiro de Luc Besson, diretor de alguns longas, como Nikita, por exemplo, o filme prende a atenção do espectador do início ao fim. Não que seja um primor em termos cinematográficos, mas a ação é ininterrupta e o interesse despertado no espectador também.

O filme conta a história de um ex-espião do governo americano que tem sua filha e amiga sequestradas por uma máfia albanesa especializada em exploração sexual de adolescentes. Segue-se a busca pela filha e um embate entre o herói do longa e a tal máfia, envolvendo, ainda, a polícia francesa - o filme se passa em Paris, onde as  adolescentes, que viajaram sozinhas, foram sequestradas.

Liam, como é de costume, vai bem. A ação ininterrupta compensa o roteiro fraco e pobre em surpresas. O marketing do longa ressalta que é o "melhor filme de ação desde Bourne". Não sei se é verdade, mas o fato é que a inspiração talvez tenha vindo daquele filme.

Vale mesmo como uma bela diversão. A cotação pode não ser das melhores, mas saiba que o filme é muito divertido e, certamente, agradará a muitos.

P.S: O lado trágico e de sofrimento de Neeson não se revela apenas em seus filmes. Em sua própria vida particular, enfrentou um terrível dissabor. Estava em uma estação de esqui com sua esposa, a atriz Natasha Richardson, quando esta sofreu um tombo. Parecia não ter acontecido nada. Ocorre que horas depois a atriz começou a sentir fortes dores de cabeça, foi internada e veio a falecer.

COTAÇÃO: * * 1/2

SUCESSO DE BILHETERIA: Sim.

SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Sim.

SUCESSO DE CRÍTICA: Não, mas há controvérsias.

PRÊMIOS: Nenhum.

quarta-feira, 26 de junho de 2013

"AMOR SEM ESCALAS" ("UP IN THE AIR", 2009)

File:Up in the Air Poster.jpgO que os críticos e espectadores das comédias americanas sempre dizem? Fácil responder: que elas tendem a ser, ou são efetivamente, estilo "água com açúcar", geralmente com finais facilmente decifráveis.  Não é o que acontece com este "Amor sem Escalas", filme estadunidense de 2009.

O filme trata de temas interessantes, sob o viés masculino. O principal, sem dúvida, é a solidão. Solidão que é tratada pelo personagem principal, Ryan Bingham, vivido por George Clooney, de forma superficial no início do desenrolar da trama. Ele que é um profissional da arte de demitir pessoas. Profissional que viaja por todo o território americano para fazer cumprir seu papel, sem dó nem piedade das pessoas. E leva esta vida sem se preocupar com o fato de estar sozinho ou de não ter contato familiar. Mas eis que surgem duas mulheres em sua vida: primeiro, Alex, vivida por Vera Farmiga, outra executiva que vive viajando e se envolve com ele; e Natalie (Anna Kendrick), também executiva, só que da mesma empresa de Ryan, que desenvolve uma nova técnica de "demitir" que, a longo prazo, ameaçará o emprego, e as viagens aéreas, do herói principal.

Interessante observar como as duas mulheres começam a fazer diferença na vida de Bingham.

Primeiro, Alex, uma mulher desconhecida, mas que mexe com Bingham, envolvendo-se superficialmente com ele. Superficialidade que não transforma a carência afetiva de Ryan em amor efetivo.

Depois, Natalie, que é uma personagem importante na trama, já que ela é chave na demonstração da influência da tecnologia na vida dos seres humanos - imenso paradoxo do mundo moderno pois, ao mesmo tempo que aproxima as pessoas (pela internet, por exemplo), as afasta do contato real, do contato humano.

Do lado de uma ou de outra, o que se percebe é o conteúdo vazio de algumas relações humanas, e nisso o filme, ou melhor, o roteiro, é implacável e mexe na ferida.

O roteiro é primoroso. Desenvolve-se de maneira brilhante. Mostra, de maneira clara, a solidão do ser humano em suas diversas facetas, sem perder o bom humor e o charme. Não sem razão, ganhou uma indicação ao Oscar e venceu os prêmios BAFTA e Globo de Ouro nesta categoria.

George Clooney tem uma das melhores, senão a melhor, interpretação de sua carreira. Tem o "timing" perfeito do personagem, trabalhando com desenvoltura e sem ser piegas.

Brilhantes também foram as atuações das atrizes da trama - Vera Farmiga e Anna Kendrick. Kendrick consegue ser a mais carismática, fazendo, com charme, o papel de uma executiva que usa e abusa da soberba.

Enfim, uma das boas comédias dos últimos tempos. E o personagem de Clooney é a prova viva de que, nesse mundo, ninguém nasceu para viver sozinho.

Cotação: * * * 1/2

SUCESSO DE BILHETERIA: Sim.

SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Sim.

SUCESSO DE CRÍTICA: Sim.

PRÊMIOS: O filme recebeu uma série de prêmios e indicações.

Teve seis indicações ao Oscar (melhor filme, melhor diretor, melhor roteiro adaptado, melhor ator para George Clooney, melhor atriz coadjuvante duas vezes - Vera Farmiga e Anna Kendrick), mas não ganhou nenhum.

No Globo de Ouro, ganhou o prêmio de "Melhor Roteiro " (Jason Reitman e Sheldon Turner); foi ainda indicado cinco vezes em mais quatro categorias - Melhor Filme de Drama,  Melhor Diretor, Melhor Ator (Clooney) e Melhor Atriz Coadjuvante (Vera Farmiga e Anna Kendrick).

Bafta de "Melhor Roteiro Adaptado".

"O TURISTA" ("THE TOURIST", 2010)

O TuristaAngelina Jolie e Johnny Depp são dois atores famosos e consagrados de Hollywood. A primeira interpretação em conjunto de ambos tinha tudo para ser um grande filme. No entanto, a película não consegue ser. Uma pena para "O Turista", um filme com belas locações na romântica cidade italiana de Veneza.

Acredito que o grande problema deste filme foi não ter seguido uma linha, não ter se definido por um gênero. Seria uma ótima comédia, se o diretor resolvesse investir no personagem de Depp, com nítido viés cômico.  Ou então, poderia se transformar em um belo filme de ação, se fossem explorados com mais vigor as perseguições e tramas necessárias para este tipo de gênero. Não fica nem em um lado, nem no outro, o que deixa a película com um certo ar de indefinição. Indefinição que não impede a melhor das piadas, reservada para o final.

A trama é até interessante. Conta a história de Elise (Angelina Jolie), amante de um milionário, chamado Alexander Pearce, que é alvo, ao mesmo tempo, da polícia e de uma quadrilha. Perseguida por ambos os interessados na captura de Alexander, a protagonista usa de um turista, Frank (Johnny Depp), para despistá-los. Segue-se um jogo de gato e rato com um final surpreendentemente cômico, conforme ressaltado alhures.

Vale destacar a belíssima fotografia, com grande apelo visual, notadamente pelas belezas cênicas proporcionadas por Veneza. Dificilmente um cenário tão bonito entedia...

Mas, em resumo, é um filme despretensioso. Devemos assisti-lo com parcimônia e curti-lo, sem fazer maiores exigências em termos cinematográficos.

Cotação: * * 1/2 

SUCESSO DE BILHETERIA: Sim. Rendeu 278 milhões de dólares, para um orçamento de 100 milhões.

SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Sim.

SUCESSO DE CRÍTICA: Não. 

PRÊMIOS: Nenhum. Foi indicado a três "Globos de Ouro"(melhor filme - comédia ou musical; melhor ator - comédia ou musical, para Depp; melhor atriz - comédia ou musical, para Jolie).

segunda-feira, 17 de junho de 2013

"A ÚLTIMA CASA DA RUA" ("THE HOUSE AT THE END OF THE STREET", 2009)

Não há como negar que filmes de terror de qualidade estão cada vez mais escassos. Em geral, os filmes atuais abusam dos clichês e trazem poucas novidades ao gênero. É o caso de "A Última Casa da Rua", um filme ruim, que não chega a ser terror nem se firma como suspense.

A história é pra lá de conhecida no cinema (clichê). Nela, duas mulheres, mãe e filha, mudam-se para uma vizinhança em que há uma casa "amaldiçoada", na qual ocorreu um evento terrível - o assassinato de pai e mãe pela filha doente. Ocorre que hoje em dia mora na mesma casa o irmão da tal menina assassina, e que estava supostamente desaparecida, que a mantém acorrentada. O rapaz acaba se envolvendo com a protagonista, Elissa (vivida por Jennifer Lawrence), que faz a filha de Elizabeth Shue, uma atriz um tanto sumida das telonas (fez, com êxito, "Despedida em Las Vegas" e "Uma noite de Aventuras", um grande clássico juvenil dos anos 80). E do envolvimento entre os dois é que surgem os problemas.

Apesar de Jennifer Lawrence ser uma boa atriz, além de linda, o filme não engata. Nem a atuação dela agrada. Falta um mínimo de suspense para que saia do lugar comum, e as situações criadas não empolgam nem geram medo ou pavor.

A primeira metade da película, em especial, é enfadonha, só gerando atenção no espectador após mais de uma hora de projeção. Só que, vale dizer, o resultado fica bem aquém do esperado, ou das possibilidades do enredo. 

Talvez fique como uma diversão. Mas não como uma boa diversão.

Cotação:* 

SUCESSO DE BILHETERIA: Não.

SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Não

SUCESSO DE CRÍTICA: Não.

PRÊMIOS: Nenhum.


segunda-feira, 10 de junho de 2013

“ARGO” (“ARGO”, 2012)

File:Argo2012Poster.jpg1979. Neste ano, o Oriente Médio entra em ebulição com a deposição do Xá Reza Phalevi, aliado dos Estados Unidos, e a subida ao poder do líder espirtual “aiatolá” Khomeini. Como resultado destes acontecimentos, em Teerã, a embaixada americana passa a ser alvo de invasão dos populares apoiadores de Khomeini, o que resulta na fuga de 06 (seis) americanos, que conseguem se esconder na embaixada do Canadá. A partir daí, a CIA passa a estudar um plano de fuga para os seis ianques, resultando em um mirabolante plano, que seria a entrada no país do Golfo Pérsico com a desculpa da realização de um filme de ficção-cientítica, chamado “Argo”. É essa a premissa do filme “Argo”, ganhador do Oscar de melhor filme do ano de 2012.

“Argo” é um drama com alguns elementos de thriller. A história real é tão impressionante que parece mentira. É claro que existem alguns exageros do roteiro como, por exemplo, na espetacular fuga do epílogo que, evidentemente, não aconteceu naquelas condições descritas no filme.

Mas nada atrapalha o resultado final do filme. Ele diverte, entretém, provoca suspense e mantém a atenção do espectador intacta durante toda a projeção.

Affleck se sai muito bem na direção do filme - melhor que na sua atuação, apenas mediana. Quanto ao elenco, destaque para os atores coadjuvantes, que realizam bom trabalho.

Enfim, um triunfo do cinema de ação e de drama.

P.S: Curiosidade: Argo está na mitologia grega; designa a embarcação utilizada por Jasão e os Argonautas em suas viagens.

Cotação: * * * *


SUCESSO DE BILHETERIA: Não.

SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Sim.

SUCESSO DE CRÍTICA: Sim, mas há controvérsias, notadamente quanto aos críticos europeus e asiáticos.

PRÊMIOS:

03 Oscars (filme, roteiro adaptado e edição).

02 Globos de Ouro (filme dramático, diretor).

03 Baftas (filme, diretor e edição).

domingo, 2 de junho de 2013

"O SACRIFÍCIO" ("THE WICKER MAN", 2006)

Nicolas Cage é um ator que dificilmente as pessoas  levam a sério. Seus filmes, em sua maioria, são bastante ruins (o melhor dele, sem dúvida, é o drama "Despedida em Las Vegas", em que teve uma boa atuação). Quando não são seus filmes, são seus personagens  que parecem feitos sob medida para o ator "pagar mico". É o que acontece no fraquíssimo suspense "O Sacrifício", filme de 2006 que foi um grande fracasso de bilheteria, primeiro nos Estados Unidos, depois no resto do mundo.

Não sem razão, o filme é um fracasso. 

A película é baseada em um filme homônimo da década de 70, chamado de "The Wicker Man", cuja tradução no Brasil foi "O Homem de Palha". É um filme hoje cultuado por alguns críticos, que insistem em colocá-lo como uma grande criação do gênero terror, tese a qual não consegui aderir. Assim como o mais recente de 2006, o anterior não funciona assim tão bem e é um filme para poucos.

Mas voltando à produção com Nicolas Cage, o filme é precário em matéria de suspense e terror. Não cria clima algum, tem um personagem principal que beira o risível e um elenco de apoio que também não ajuda. 

A história é até certo ponto interessante. Nela, Nicolas Cage vive um papel de um policial que, certa feita, recebe uma carta de uma ex-namorada, moradora de uma ilha, pedindo ajuda para que ele ache a filha dela (supostamente, a filha também seria dele). Assim, Cage vai para a ilha, terra onde funciona uma sociedade matriarcal e pagã, não sendo bem recepcionado. Lá, um lugar estranhíssimo com gente mais estranha ainda, existe inclusive uma cerimônia de "colheita", onde sacrificam-se seres humanos para um "homem de palha", o mesmo que dá nome ao filme. Cage passa, então, a uma investigação desesperada, com direito a muitas alucinações, para se encontrar a menina supostamente desaparecida.

A premissa interessante, entretanto, dá lugar a um filme vazio de suspense e emoção. O que se vê o tempo todo é Cage com uma arma na mão, ameaçando a tudo e a todos, com uma autoridade que ele não tem. Chega a ser patética a forma como o filme é conduzido e a atuação de Cage.

Resta, então, esperar o final, que também não convence ninguém.

Resta, então, esquecer o filme. 

COTAÇÃO: BOMBA

SUCESSO DE BILHETERIA: Não, um fracasso total.

SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Não, mas há controvérsias. Há quem já me relatou ter gostado do filme.

SUCESSO DE CRÍTICA: Não, um fiasco total.

PRÊMIOS: Nenhum. 

quinta-feira, 30 de maio de 2013

"FAROESTE CABOCLO" (2013)

Renato Russo inspirou um bom filme, embora superficial, que acabou sendo um sucesso comercial: "Somos Tão Jovens". É um filme que agrada, embalado por uma ótima trilha sonora e por um elenco interessante O mesmo não se pode dizer da película baseada em sua música "Faroeste Caboclo". Este é um filme desagradável, embora possa encantar alguns pelo ritmo de suas cenas de ação.

"Faroeste Caboclo" conta a história de João de Santo Cristo. O personagem é vivido com intensidade por Fabrício Boliveira (um bom ator, diga-se), um menino que perdeu logo cedo seu pai, assassinado por um policial. Sem rumo na vida, João resolve ir para Brasília, lá se envolvendo com um traficante (Pablo) e uma menina filha de senador, Maria Lúcia (Isis Valverde), que, por sua vez, é a mulher favorita de outro traficante, de nome Jeremias. Segue-se uma rivalidade entre João e Jeremias bastante violenta.

Mas o filme peca pelo excesso. Excesso de uso de drogas (os personagens  passam o tempo todo fumando maconha, sem fazer nada mais que isso) e na violência explícita e direta (incluindo um estupro). Acaba, com isso, desagradando a muitos, sendo um filme desaconselhável para jovens e adolescentes. Tem assuntos atuais - abuso no uso de drogas por jovens, corrupção policial, guerra de traficantes. Mas tudo tratado de maneira exagerada, causando uma sensação desagradável no público que assiste a película.

Nos créditos finais, a música de Russo aparece em sua inteireza, o que demonstra, em certa medida, que o filme não é tão fiel assim à composição. A imaginação do roteirista fluiu demais. Excesso de imaginação. Excesso que atrapalhou um filme que é muito bem feito tecnicamente. 

Excesso. A tônica do filme. Um filme para estômagos fortes.

Cotação: * *

SUCESSO DE BILHETERIA: Não.

SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Não, mas há controvérsias.

SUCESSO DE CRÍTICA: Não, mas há controvérsias.

PRÊMIOS: Nenhum. 



terça-feira, 28 de maio de 2013

"SOMOS TÃO JOVENS" (2013)

Ficheiro:Somos Tão Jovens.jpg A década de 80 sempre me traz à mente grandes recordações. E o filme "Somos Tão Jovens" vem justamente suprir uma merecida lacuna relativa a essa época: render homenagem a um dos maiores nomes do rock nacional de todos os tempos - Renato Russo.

E a homenagem sai de uma maneira justa, embora com um pouco de superficialidade. Superficialidade que talvez possa ser apenas uma impressão, dado o tamanho do personagem e todo o manancial de enredo que ele pode gerar. Mas fica sempre uma ponta de quero mais, uma vontade enorme do público de querer saber mais da origem das brilhantes músicas que o gênio de Brasília compôs, e também conhecer um pouco mais acerca dos outros membros da banda (principalmente Bonfá e Villa-Lobos).

O filme conta a história de Renato Russo a partir da sua formação musical na capital federal. Do início, sob a influência punk, cantando em garagens e festinhas, até a fase do rock nacional, e a famosa apresentação no "Circo Voador" do Rio de Janeiro, o filme perpassa por momentos interessantes da vida do músico, principalmente no que tange a amizade de Russo com Aninha. É justamente essa amizade que gera os momentos mais emocionantes e tocantes da película.

A caracterização do ator Thiago Mendonça é praticamente perfeita. Parecidíssimo com o cantor e compositor, ele ainda canta algumas canções de uma maneira bastante convincente. O elenco de apoio, afinado e simpático, ajuda a compor bem o filme.

Mas o melhor mesmo é a trilha sonora. O Legião Urbana é, sem sombra de dúvidas, a melhor banda de rock nacional de todos os tempos. E algumas das melhores baladas da época são de autoria de Renato Russo, a exemplo de "Será", "Eduardo e Mônica", "Geração Coca-Cola", "Faroeste Caboclo", dentre outras.

Um bom filme nacional. Palmas para um gênio. Palmas para Renato Russo. 

Cotação: * * *

SUCESSO DE BILHETERIA: Sim.

SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Sim.

SUCESSO DE CRÍTICA: Sim.

PRÊMIOS: Nenhum.

terça-feira, 21 de maio de 2013

"HOMEM DE FERRO 3" ("IRON MAN 3", 2013)


Ficheiro:Iron Man 3 poster.jpg

Robert Downey Jr. é realmente um ator carismático. Ele definitivamente consegue ganhar o espectador com suas interessantes e vibrantes atuações. E faz mais uma vez isso em "Homem de Ferro 3", um filme feito para ser um grande sucesso de bilheteria. O que, diga-se, acabou se confirmando, dados os números relevantes de vendas de ingressos alcançados em todo o mundo.

E é um grande sucesso de bilheteria porque tem, além de Downey Jr. , um elenco de apoio espetacular e um roteiro "redondo".

A história gira em torno dos embates entre o herói e uma série de vilões, sob o comando de "Mandarin", vivido com maestria por Ben Kingsley (que está irreconhecível, diga-se). Seguem-se cenas de ação espetaculares e muitos diálogos inteligentes, tudo sob a batuta de um inspirado Downey Jr., que faz brilhantemente o papel principal.

Aliás, o filme é surpreendentemente bom, em se tratando de uma terceira parte. É difícil uma terceira parte de uma série cinematográfica chegar a este ponto de qualidade, com um roteiro leve, ágil, de fácil entendimento e tranquilo de se acompanhar.

Mesmo Gwyneth Paltrow, atriz que não agrada inteiramente o meu gosto, está bem no seu papel de mulher de Tony Stark, o Homem de Ferro. 

As cenas de ação, diga-se, são espetaculares. Talvez uma das melhores da história do cinema tenha sido registrada neste filme: a destruição da casa de Tony Stark. Simplesmente deslumbrante os efeitos visuais utilizados. 

Informações dão conta de que esta será a última participação de Downey Jr. como Tony Stark. Uma pena, porque o público anseia sempre para ver o egocêntrico herói destilar seus diálogos cínicos e suas ambições desmedidas. 

Mas, se este foi a última parte, o final foi muito digno. Um bom entretenimento que certamente não decepcionará os amantes dos filmes da Marvel e das películas de ação.

Cotação: * * * 1/2

SUCESSO DE BILHETERIA: Sim. Um dos maiores de todos os tempos.

SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Sim.

SUCESSO DE CRÍTICA: Sim, em termos.

PRÊMIOS: Nenhum.

quarta-feira, 1 de maio de 2013

"12 HORAS" ("GONE", 2012)

File:Gone Poster.jpgAmanda Seyfried é realmente uma atriz interessante. Além de bonita, sabe segurar um filme com suas atuações. E mais uma vez faz isso em "12 Horas". Ela é a única boa razão para se assistir a película.

A história é manjada nas telonas. Trata-se de uma vingança de uma vítima de "serial killer", chamada Jill (Amanda Seyfried), que consegue se desgarrar deste, mas que se vê novamente envolvida na teia do psicopata quando testemunha o sequestro de sua própria irmã, dois anos após seu drama. Aí começa a caçada ao seu antigo algoz, sendo que a polícia nunca acredita em sua versão e também passa a persegui-la, considerando-a louca.

Curiosidade: o filme foi dirigido pelo brasileiro Heitor Dhalia que, em nossas terras, dirigiu "O Cheiro do Ralo", "À Deriva", dentre outros.

Um roteiro limitadíssimo, já várias vezes visto no cinema, não ajuda o filme deslanchar. Aliás, a película só se sustenta mesmo pela atuação da competente Seyfried, que é a garota que enfrenta a tudo e a todos em busca da verdade e da libertação da irmã. Uma mulher forte e corajosa que, com seu ímpeto, busca realmente seus objetivos e faz o espectador jogar junto.

Assim, o filme só é recomendável mesmo para quem é fã de Seyfried. 

Cotação: * *

SUCESSO DE BILHETERIA: Não. Um fracasso total de bilheteria.

SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Sim.

SUCESSO DE CRÍTICA: Não. Um fracasso retumbante de crítica.

PRÊMIOS: Nenhum.

segunda-feira, 29 de abril de 2013

"MAMA" ("MAMA", 2013)

Mama

Guillermo Del Toro, diretor e produtor mexicano, notabilizou-se no cinema mundial por filmes com intenso apelo visual, líricos, belos de se assistir. É assim "O Labirinto do Fauno" e "Hellboy" em suas duas versões. Mas não é assim seu trabalho de terror "Mama", que ele produz, mas não dirige. Este pode ser definido como sombrio e assustador.

Coube ao estreante Andy Muschietti a proeza de dirigir este conto de terror especial e arrepiante. A produção binacional (Canadá e Espanha) é de dar frio na espinha. 

A trama é simples. Conta a história de duas meninas, Victoria e Lili, que ficaram órfãs e abandonadas pelo pai em uma cabana no meio da floresta. Lá ficam durante 05 (cinco) anos até serem descobertas por caçadores. E, durante estes cinco anos, diga-se, foram "criadas" por uma criatura horrenda, uma entidade espiritual chamada "mama". Após a descoberta, as duas são levadas para a casa do tio e de sua namorada, Annabel, e ali se instala o terror, pois, obviamente, mama não as deixará em paz.

O filme é inspirado em um curta-metragem de 2008, de 05 minutos de duração, chamado "Mamá". Na verdade, é uma expansão desta história, que também era dirigida por Muschietti. 

A película tem como destaque a atuação de Jessica Chastain, que vive a personagem principal Annabel. Annabel é uma roqueira egocêntrica que vai descobrindo, aos poucos, no contato com as irmãs, um instinto maternal até então ausente. E sofre muito com isso, fisicamente e psicologicamente. Chastain já foi indicada ao Oscar (em 2013, por "A Hora Mais Escura") e é, de fato, uma atriz bastante promissora.

As duas crianças são bem interessantes, como sempre em filmes de terror, embora isso seja um clichê. Uma delas não perde o seu lado animal  em quase nenhum momento do filme. A outra parece assimilar cada vez mais na trama que a tal "mama", na verdade, é uma grande ameaça. Ambas se saem muito bem na trama, contribuindo para o clima pesado do enredo.

Clichês de terror não faltam: a heroína que nunca morre (não se sabe o porquê, já que não há razão para o mal não a eliminar, a não ser o fato de ser a personagem principal), as canções e crianças assustadoras, os sustos recorrentes, etc. 

Mas, vale ressaltar, os clichês não afetam o resultado final do filme, nem o tornam óbvio.

O epílogo, no entanto, transforma o filme : vai do terror à fantasia. Pode agradar uns, mas certamente desagradará quem gosta do terror ao pé da letra. Mas um filme com a marca Del Toro não poderia vir sem um pouco de fantasia e apuro visual.

Vários sustos, muitos arrepios e um ar sombrio contribuem para o clima de terror. Enfim, um bom filme de terror, um bom conto arrepiante. Para assistir com luz apagada.

Cotação: * * * 1/2

SUCESSO DE BILHETERIA: Não.

SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Sim.

SUCESSO DE CRÍTICA: Sim, mas há controvérsias.

PRÊMIOS: Nenhum.

segunda-feira, 22 de abril de 2013

"A DAMA DE FERRO" ("THE IRON LADY", 2011)


File:Iron lady film poster.jpgMeryl Streep tem o maior número de indicações ao Oscar nas categorias de melhor atriz e melhor atriz coadjuvante – foram 17 (dezessete) no total, ganhando 03  (três). De fato, todas as indicações e prêmios são merecidos. É uma grande atriz. Porém, a sua atuação mais soberba é mesmo este “A Dama de Ferro”, no qual a magnífica dama do cinema interpreta Margareth Thatcher, a fantástica primeira-ministra inglesa, que exerceu o poder nas terras britânicas entre 1979 e 1990.

O filme é quase um documentário. Mas o interessante é que usa de um recurso pouco usual: coloca uma Margareth quase demente conversando com seu finado marido. Às vezes ela espanta o fantasma, outras vezes não. Mas o fato é que a narrativa é entrecortada por isso. Mas isso não atrapalha o produto final. Até dá um toque interessante.

O filme perpassa todos os momentos importantes vividos pela “Dama de Ferro”, a saber, a questão das Malvinas, a queda do Muro de Berlim, o seu auge e sua queda. Muitos gostam da figura (o meu caso), outros nem tanto, outros nada. Mas uma coisa é certa: trata-se de uma das maiores lideranças femininas da história da humanidade. Uma mulher de convicções e de uma sólida opinião que, para muitos, foi a melhor liderança britânica pós Winston Churchill.

Assim, a película não está a altura da personagem, grandiosa e inteligente. Porém, a atuação soberba de Meryl Streep sim. Aplausos para ela!

Cotação: * * *

SUCESSO DE BILHETERIA: Não

SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Sim, pela qualidade da atuação de Meryl Streep.

SUCESSO DE CRÍTICA: Sim, pela qualidade de atuação de Meryl Streep.

PRÊMIOS:  Vários.

Oscar, Globo de Ouro e Bafta de Melhor Atriz para Meryl Streep

Oscar de Melhor Maquiagem.


"OBLIVION" ("OBLIVION", 2013)


Olá!

File:Oblivion2013Poster.jpgA resenha de hoje é sobre um filme que está fazendo muito sucesso nos Estados Unidos, em 2013: “Oblivion”, estrelado por Tom Cruise.

O filme, embora tenha seus méritos, não é memorável e dificilmente entrará para a história do cinema como uma obra-prima ou um clássico da ficção científica. Ou mesmo um “cult movie”. Por quais razões? Talvez por não apresentar nada de novo ao gênero (são as mesmas premissas, quais sejam, mundo pós-Apocalipse, um herói buscando sobrevivência e reviver o passado, máquinas ensandecidas, etc, etc) e também por ter um roteiro lento, que às vezes se torna cansativo.

A película tem lugar no ano de 2077.  O planeta Terra está completamente destruído, após uma invasão alienígena.  Os sobreviventes estão em uma colônia e mais tarde serão deslocados para Saturno. Coube a Jack Harper (Tom Cruise) a manutenção dos equipamentos para subsidiar os sobreviventes que estão na colônia lunar. A um passo de terminar seu trabalho, descobre uma mulher em uma espaçonave e vai recobrando a memória (que teria sido subtraída de sua pessoa) e trazendo de volta o passado e novas descobertas.

A premissa do filme é até boa, mas como dissemos anteriormente, o filme peca pela lentidão da narrativa, notadamente no início da trama.

Tom Cruise, o ator principal, não me parece bem. O filme parece que foi feito só para ele, mas o ator não consegue aproveitar a oportunidade. O pior é que fica com a mesma expressão facial durante todo o filme, seja nas cenas alegres, seja nas tristes, ou mesmo nas sentimentais. Morgan Freeman, como o líder da resistência na Terra, está apenas mediano na sua interpretação. O mesmo se pode dizer das belas Olga Kurylenko (a mulher de Jack) e Andrea Risenborough, a companheira de missão de Jack.

Enfim, uma ficção científica assistível, mas nada memorável.

Cotação: * * ½

SUCESSO DE BILHETERIA: Sim.

SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Sim, mas há controvérsias.

SUCESSO DE CRÍTICA: Não, mas há controvérsias.

PRÊMIOS: Nenhum.