quarta-feira, 20 de novembro de 2013

"JOGOS VORAZES" ("THE HUNGER GAMES", 2012)

File:HungerGamesPoster.jpg

Os adolescentes de todo o mundo sempre esperam com expectativa os filmes baseados em livros de sucesso entre eles. Foi assim com as séries "Harry Potter"e "Crepúsculo", entre outros. E é assim com "Jogos Vorazes", filme baseado na obra homônima de Suzanne Collins.

O filme conta a história de uma sociedade do futuro, onde um regime totalitário controla 12 distritos, realizando um evento anual, chamado "Jogos Vorazes". Nesse evento, realizado como forma de pagar um débito pelos problemas causados pelos distritos ao regime central, representantes dos doze distritos digladiam-se entre si até que apenas um sobreviva. A heroína da trama, Katniss Everdeen, interpretada com garra pela ótima atriz Jennifer Lawrence, se dispõe como voluntária para disputar a sobrevivência nos jogos. E aí começa a aventura e a luta pela vida e pela dignidade.

É um filme apenas regular. Não emociona, não tem suspense. A melhor cena de ação se resume a um ataque de vespas mutantes a um grupo de jovens gladiadores.

A atuação de Lawrence, vale dizer, é convincente. Mas cabe ressaltar que tal convencimento se deve muito mais à qualidade da moça como atriz que das qualidades do roteiro. Ela é uma presença muito agradável e bonita de se ver na tela grande.

O filme lembra um pouco "O Sobrevivente" ("The Running Man", 1987), estrelado por Schwarzenneger. Nessa película, o brutamontes envolve-se também em um jogo mortal filmado para a televisão americana no futuro, com um sádico apresentador como contraponto ao herói. Só que o longa de 1987 tem muito mais ação que esse. 

Para o público adolescente, talvez seja até um divertimento interessante. É uma distração garantida, sem chegar a ser enfadonha.  Mas não me convenceu, nem entrou para a minha lista pessoal de melhores filmes.

COTAÇÃO: * * 

SUCESSO DE BILHETERIA: Sim.

SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Sim, mas há controvérsias.

SUCESSO DE CRÍTICA: Sim.

PRÊMIOS: Jennifer Lawrence ganhou vários prêmios menores, de melhor atriz, a exemplo do "Saturn Awards", "Empire Awards" e "People Choice Awards", todos em 2013.

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

"THOR 2- O MUNDO SOMBRIO" ("THOR - THE DARK WORLD", 2013)

File:Thor - The Dark World poster.jpgOs estúdios Marvel continuam inundando os amantes de uma boa sessão de cinema com superproduções estilo "blockbuster". "Thor 2 - O Mundo Sombrio" é mais um exemplar da série dos quadrinhos no cinema, cuja intenção é justamente ser um campeão de bilheteria.

Mas não é um grande filme. Melhor que o primeiro. Porém, essa assertiva não é suficiente para fazer com que o filme entre em um "top ten" (os dez melhores) da Marvel. 

Na história, o planeta Asgard, passa a ser ameaçado por um elfo negro, que quer dominar o lugar através de uma substância chamada éter. Para conseguir o intento, entra em conflito com Thor, filho de Odin e sucessor do trono. Nesse ínterim, temos ainda a prisão de Loki (o mesmo do filme "vingadores") e a eterna luta (física e psicológica) entre ele e seu irmão Thor.

Muitos elogiaram o roteiro. Realmente, o filme é bem conduzido. Acredito que o filme é suficientemente bom para agradar os fãs declarados do personagem; mas não o é para agradar inteiramente a plateia que não é tão fã assim (ou que não conhece os desdobramentos dos livros e quadrinhos sobre o mito nórdico). Para o espectador comum (nesse sentido, de não ser fã específico do personagem), fica a sensação do excesso de batalhas e de um roteiro que não prende a atenção como deveria. Enfim, uma história até certo ponto chata. É essa a minha sensação.

Mas o filme tem seus méritos, e pode tranquilamente ser classificado como bom. E é um bom entretenimento, apesar de não apresentar novidade nenhuma em termos de efeitos especiais.

Cotação: * * *

SUCESSO DE BILHETERIA: Sim.

SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Sim, mas há controvérsias.

SUCESSO DE CRÍTICA: Sim.

PRÊMIOS: Nenhum.

sábado, 2 de novembro de 2013

"GRAVIDADE" ("GRAVITY", 2013)

File:Gravity Poster.jpgCinema é, antes de tudo, a arte da magia, da inventividade, da criatividade. É a arte perfeita para fazer a imaginação do espectador fluir. E "Gravidade", de Alfonso Cuarón, é o grande lançamento do ano de 2013 nessa vertente que une, de maneira irretocável, diversão, magia e ficção. 

O filme tem uma história que é simples, mas ao mesmo tempo arrebatadora. Mexe com os sentimentos humanos, ao explorar, de forma contundente,  a linha tênue que separa a vida da morte, o instinto de sobrevivência e a possibilidade de desistência (ou melhor, a perspectiva do suicídio em meio ao caos e a falta de esperança).

O longa narra, em síntese, a história da pesquisadora Ryan Stone (Sandra Bullock) que, juntamente com Matt Kowalski (George Clooney), em plena missão espacial, descobrem que serão alvo de uma onda de destroços surgidos a partir de um choque de satélite. O que se sucede é a destruição completa da nave espacial (e a morte de todos os tripulantes, à exceção de Ryan e Matt) e a terrível situação dos astronautas à deriva no espaço sideral. Começa aí a luta pela sobrevivência, com diminuição do oxigênio, novas chuvas de detritos, incêndios,  dentre outras situações alarmantes.

Em matéria de efeitos especiais, temos a dizer que o filme é uma barbada no Oscar. Deve levar o prêmio máximo do cinema facilmente. É simplesmente uma revolução nesse quesito, com bastante inventividade. Inventividade que surgiu da necessidade causada pela própria película - as longas sequências levaram a equipe de produção à inovação no que concerne à filmagem da gravidade zero. Longas sequências sem cortes, aliás, que são espetaculares e um deleite para os cinéfilos, uma vez que permitem a todos viverem juntos com os personagens a aventura mirabolante.

Mas nem só de efeitos especiais vive "Gravidade". O longa tem amplas condições para concorrer em outras categorias, a saber, filme, direção, som (edição e mixagem) e, notadamente, melhor atriz. Sim. Melhor atriz. Em que pese as poucas palavras e a pouca liberdade de atuação, Sandra Bullock se desdobrou e esteve muito bem. Vale a pena premiar um trabalho tão árduo como o dela, cujo resultado final ajuda a entender a perfeição do filme. Vale aqui trazer à baila trecho da entrevista do diretor mexicano Cuarón à Veja, que ajuda a entender o sacríficio e o comprometimento dessa brilhante atriz:

"(VEJA) Também Sandra Bullock teve de enfrentar desafios técnicos e físicos em escala inédita para um ator, não?

(Cuarón) Seria impossível enumerá-los, mas vou tentar. Primeiro, a limitação dramática: como todos os movimentos de câmera estavam pré-programados, simplesmente não havia espaço para sequer tentar algo um pouco diferente. Sandra teve de desenvolver o personagem dentro de marcações duríssimas de tempo e de movimento. Depois, a solidão intensa. Na maior parte do tempo, Sandra ficava girando presa a uma armação, dentro de uma caixa preta iluminada conforme as exigências da cena, com as câmeras se movendo ao redor dela - é um dos recursos que bolamos para transmitir a sensação de que ela está flutuando. Como era muito difícil entrar e sair da armação, ela permanecia até dez horas ininterruptas dentro desse caixote. Tente aguentar dez minutos disso e depois me diga como se sentiu. Mas ainda não chegamos ao pior: para as cenas em que ela tem de se movimentar livremente em gravidade zero dentro da estação espacial, fizemos de Sandra literalmente uma marionete. Ela vestia placas de metal às quais ia presa uma dúzia de cabos - os quais eram manipulados por titereiros que vieram da montagem londrina da peça Cavalo de Guerra e robôs como esses usados na fabricação de automóveis. É um esforço inimaginável. Tentei - e em segundos já estava berrando para me tirarem dali. Sandra, porém, treinava as sequências até o ponto em que esse esforço se tornasse imperceptível e só a graciosidade do movimento no espaço restasse, para então se concentrar inteira na interpretação".

(REVISTA VEJA, edição 2.342, ano 46, nº 41, 9 de outubro de 2013, págs.124/125)

Assim, o filme já pode ser considerado um marco do cinema. O cinema da magia. Da imaginação. Da ficção. Do espetáculo e das cenas incríveis. Dos planos longos arrebatadores, que levam os espectadores a viajarem juntos com os atores. Da luta pela sobrevivência em meio ao caos e à falta de perspectiva. E, mais que tudo isso, da criatividade no .uso dos recursos materiais e humanos.

Enfim, um filme magistral. Um toque de mestre na história do cinema.

COTAÇÃO: * * * * *

SUCESSO DE BILHETERIA: Sim.

SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Sim, mas há controvérsias.

SUCESSO DE CRÍTICA: Sim.

PRÊMIOS: Nenhum, por enquanto.