quarta-feira, 21 de junho de 2017

"MULHER MARAVILHA" (WONDER WOMAN, 2017)

Ultimamente os filmes da DC Comics vinham decepcionando um pouco, sendo certo que Batmam vs Superman não foi o sucesso de crítica esperado e se transformou em um filme apenas mediano, embora tivesse potencial para ser melhor. Tal fato não aconteceu com o longa “Mulher Maravilha” (Wonder Woman, 2017), um inesperado sucesso de público e, principalmente, de crítica.

Primeiramente, palmas para a escolha da atriz principal do longa, Gal Gadot.  A belíssima israelense, miss daquele país em 2004, já havia sido apresentada (e se saído muito bem) no longa anterior, “Batman vs Superman”. Ela tem o “timing” perfeito para o papel – é bonita e sensual (como a lenda indica), não abusa de caras e bocas e tem uma interpretação segura e correta.

A diretora tem poucos trabalhos conhecidos, mas mostrou-se competente nas empreitadas mais famosas.. Trata-se de Patty Jenkins, que já dirigiu anteriormente um filme muito bom, a saber, Monster-Desejo Assassino, que conta a história de uma serial killer americana e que deu o Oscar de Melhor Atriz para Charlize Theron.

O roteiro coloca a Mulher Maravilha em plena Primeira Guerra Mundial, embora os quadrinhos situem a heroína na Segunda Grande Guerra. E os vilões parecem realmente muito mais nazistas do que alemães da Primeira Grande Guerra. Mas isso é apenas um detalhe. A ação é bacana, a história é bastante coordenada e de fácil entendimento e assimilação. Começa com a apresentação da belíssima ilha onde nasceu a heroína e viviam as guerreiras amazonas (Themiscyra), entre elas, a mãe  e tia de Diana (nome da semideusa que viria a ser a Mulher Maravilha).  Desde cedo Diana aprendeu a arte da luta e da guerra com suas parentes, em particular com sua tia. Alguns críticos não gostaram da apresentação da ilha, opinião da qual discordo.

O mote para a continuidade do filme (nesse filme e nos próximos lançamentos) é o aparecimento do que virá a ser o “namorado” da Mulher Maravilha, o espião Steve Trevor, interpretado por  Chris Pine. A partir da relação entre os dois surge a veia cômica do filme, o que, aliás, faltou no filme anterior da DC Comics que envolveu Batman e Superman. As piadas, principalmente derivadas da ausência de experiência da heroína com a civilização, são bem conduzidas e interessantes. 

Interessante também é a evocação constante da mitologia grega no enredo de Mulher Maravilha.  Segundo a heroína, o Deus da Guerra, Ares, é o vilão a ser eliminado, o que contrasta com a visão de Steve Trenor, sabedor da lenda.

Os parceiros da heroína na empreitada também são interessantes. Destaque para um árabe, ao mesmo tempo sofredor e esperto.

As cenas de violência também são interessantes, filmadas em uma perspectiva mais lenta. Gal Gadot também arrasa com seu chicote dourado (um efeito muito bonito) e seu escudo.

É impossível também não observar um viés feminista no filme, mas nada exagerado. A heroína faz o que muitos homens não tem coragem – enfrentar de peito aberto um exército bem armado e perigoso. É o delírio triunfante de uma personagem que, desde que foi criada anos atrás, tinha como objetivo ser uma mulher de força, poder e coragem.

É, enfim, um filme que funciona maravilhosamente bem e que merece ser visto. Sem dúvida, a primeira boa diversão da DC Comics em anos.

Cotação: * * * 1/2 (bom/muito bom)

SUCESSO DE BILHETERIA: Sim.

SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Sim.

SUCESSO DE CRÍTICA: Sim.

PRÊMIOS: Nenhum.