domingo, 10 de junho de 2012

"ABISMO DO MEDO" ("THE DESCENT", 2005)

Poster do filme. Fonte: www.en.wikipedia.org
Olá!

Vamos falar um pouco do filme "Abismo do Medo" ("The Descent"), uma pérola do cinema de terror britânico.

O gênero terror veio, nos anos 2000, com poucas novidades. Os melhores filmes são "Os Outros", de 2001, "Jogos Mortais", de 2004,  "30 Dias de Noite", de 2007 (já resenhado) e este "Abismo do Medo", de 2005.

O filme tem um roteiro sufocante, contando a história de seis mulheres aventureiras, que vão em busca de uma exploração em uma caverna praticamente desconhecida. Ali, além das dificuldades naturais de qualquer ser humano em um ambiente tão inóspito (há cenas impressionantes da luta pela sobrevivência em meio à deslizamentos e outros problemas), existe ainda uma ameaça proporcionada por seres "humanóides", aqueles característicos de filmes de terror (meio seres humanos, meio animais).

Além dessa exploração de terror genuíno, o roteiro ainda tem espaço para conflitos interpessoais entre as seis mulheres. Algumas "colegas" são, na verdade, rivais umas das outras (coisa, aliás, comum em amizades entre mulheres), o que produz tensão em várias cenas dentro da caverna.

A exploração do filme, na verdade, não é a da caverna, mas sim a do medo. Assim, vale destacar que aqui o espectador se vê envolvido em uma situação em que é praticamente impossível se imaginar uma saída para as heroínas. E é também impossível perder a atenção ou desgrudar os olhos do tela, o que cumpre, de maneira irrepreensível, uma das finalidades do cinema, que é o de envolver o espectador na trama.

Destaque também para a boa realização das cenas e para o final, delirante.

A pergunta que fica: afinal, quem são os verdadeiros inimigos?

Enfim, um dos melhores filmes de terror dos últimos anos, para ver e rever.


Cotação: * * * * 1/2

TOP 100 - MELHORES THRILLERS DE TODOS OS TEMPOS

SUCESSO DE BILHETERIA: Não

SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Sim.

SUCESSO DE CRÍTICA: Sim

PRÊMIOS: Nenhum.


Crítica 16

MOSTRA ORSON WELLES NA SALA HUMBERTO MAURO/BH

Olá!
Para quem curte cinema, a dica é assistir a mostra "Orson Welles: Facetas de Um Gênio", na Sala Humberto Mauro, do Palácio das Artes, em Belo Horizonte.


11 SEG17h | O Processo (1962) | 35mm | (12 anos) | 118´
21h | A Dama de Shangai (1947) | DVD | (14 anos) | 87´

12 TER
17h | Macbeth (1948) | 35mm | (14 anos) | 89´
19h | Othello (1952) | 35mm | (12 anos) | 90´
21h | A Marca da Maldade (1958) | 35mm | (16 anos) | 95´

13 QUA
17h | O Estranho (1946) | DVD | (16 anos) | 95´
19h | Cidadão Kane (1941) | 35mm | (12 anos) | 119´
21h | Soberba (1942) | 35mm | (14 anos) | 88´

14 QUI
19h30 | A Marca da Maldade (1958) | 35mm | (16 anos) | 95´
21h30 | Othello (1952) | 35mm | (12 anos) | 90´

15 SEX
17h | A Dama de Shangai (1947) | DVD | (14 anos) | 87´
19h | Cidadão Kane (1941) | 35mm | (12 anos) | 119´
21h | O Estranho (1946) | DVD | (16 anos) | 95´

16 SÁB
16h | O Processo (1962) | 35mm | (12 anos) | 118´
18h | Macbeth (1948) | 35mm | (14 anos) | 89´
20h | O Estranho (1946) | DVD | (16 anos) | 95´

17 DOM
16h | Soberba (1942) | 35mm | (14 anos) | 88´
18h | A Marca da Maldade (1958) | 35mm | (16 anos) | 95´
20h | Cidadão Kane (1941) | 35 mm | (12 anos) | 119´

Para quem não conhece, Orson Welles é tido como um dos grandes gênios da sétima arte. Dirigiu "Cidadão Kane", até hoje considerado pela crítica mundial como o melhor filme de todos os tempos, dado o uso de uma técnica impecável de filmagem.

Alguns filmes serão apresentados em 35 mm, uma das bitolas cinematográficas mais utilizadas em todos os tempos, desde a era da invenção do cinema, pelos irmão Lumiére. A título de curiosidade, as principais bitolas são as de 8, 16, 35 e 70mm.

Vale a pena conferir essa mostra imperdível.

sábado, 9 de junho de 2012

EXPLICAÇÃO SOBRE AS COTAÇÕES

Insta esclarecer as cotações dos filmes no blog. Vejamos:

***** (5 estrelas) --> Excelente
**** (4 estrelas) --> Muito bom
*** (3 estrelas) --> Bom
** (2 estrelas) --> Regular
* (1 estrela) --> Ruim
BOMBA --> Péssimo

Quando aparece o símbolo "1/2" é sinal de que o filme é um meio-termo entre uma classificação e outra. Por exemplo, ***1/2 é bom, porém próximo do muito bom.

É isso!

sexta-feira, 8 de junho de 2012

"30 DIAS DE NOITE" ("30 DAYS OF NIGHT", 2007)



File:30 Days of Night teaser poster.jpg
Poster teaser . Fonte:en.wikipedia.org
A resenha de hoje é sobre um filme de vampiros. E todos logo pensam: trata-se de um tema já "batido", inúmeras vezes repetido no cinema, desses que é impossível aparecer coisa nova. Enganam-se. "30 Dias de Noite" está aí para provar que é possível, sim, usar e abusar da criatividade no gênero terror.

O filme, baseado em história em quadrinhos de terror, é um dos melhores do gênero nos anos 2000.

A história é bacana. Tudo se passa  em  uma pequena cidade do Alasca, que fica sob  escuridão por 30 (trinta) dias, e passa a ser aterrorizada por vampiros sedentos de sangue humano. A cidade em questão é Barrow, que existe na realidade e é a mais setentrional da América.  Para liderar a resistência contra os vampiros, destacam-se dois heróis: Eben (Josh Hartnett) e Stella (Melissa George). Eles, e mais alguns sobreviventes do extermínio, lutam contra os pavorosos devoradores de sangue, numa batalha épica, recheada de cenas bem realizadas. 


A película é memorável. A fotografia é excelente. Também é excelente uso da escuridão, essa que, não à toa, é uma das características mais marcantes dos filmes de terror.

A atuação dos atores principais é boa. Destaque para a dupla central de atores, Josh Hartnett e Melissa George, que dão conta do recado.

Vale destacar ainda a caracterização dos vampiros, que é fantástica. São realmente assustadores. Passam longe daquele estereótipo "bon vivant" de Drácula, o famoso conde da Transilvânia.

Um tanto convincente também é o final, que chega a ser surpreendente, embora a solução dada era mesmo a única alternativa. Mas, repito, embora fosse avaliável ser a única saída para o problema, o espectador certamente nunca pensaria o que de fato ocorreu.

O cinéfilo, é claro, torce muito para o sucesso das empreitadas dos sobreviventes. E a expectativa gerada pelas cenas é digna de nota.

Enfim, um grande filme de terror dos anos 2000. Talvez o mais bem produzido.

Cotação: * * * * 

TOP 100 - MELHORES THRILLERS DE TODOS OS TEMPOS

SUCESSO DE BILHETERIA: Não.

SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Sim. 

SUCESSO DE CRÍTICA: Sim.

PRÊMIOS: Nenhum.

Crítica 15

quinta-feira, 7 de junho de 2012

"PÂNICO NA NEVE" ("FROZEN", 2010)

Olá!


File:Frozen Poster.jpg
Poster do filme. Fonte: en.wikipedia.org
Hoje vamos explorar no blog um gênero que ainda não "deu as caras" por aqui: o "thriller".

O "thriller" é o gênero cinematográfico que explora a sensação de medo nas pessoas. Para o blog, adotaremos duas denominações para expressar filmes do gênero "thriller": o suspense e o terror.

"Pânico na Neve" ("Frozen"), na classificação aqui adotada, é um suspense. E bem interessante.

Ultimamente, muitos filmes do gênero vem explorando a temática das "situações-limites". É gente perdida no meio do oceano ("Mar Aberto", 2003, cotação ***), pessoal que pula de um navio e não consegue voltar a bordo ("Pânico em Alto-mar", 2006, cotação *), família perdida no meio da selva africana ("Caçados", 2007, cotação ***), dentre outras idéias de roteiro.

Aqui, em "Frozen", a situação-limite é a de três jovens (dois homens e uma mulher) presos em um desses carinhos teleféricos na montanha, a uma altura considerável e a um frio congelante (daí o nome "Frozen", em inglês). A partir daí, inicia-se a jornada dramática dos jovens na luta pela sobrevivência, incluindo a iniciativa de um deles de pular do altíssimo lugar e de ter suas pernas quebradas, o que atrai uma manada de lobos famintos!

Muitas pessoas, na estréia do filme, sentiram náuseas de algumas cenas mais fortes. E, de fato, é preciso ter sangue frio para se ver algumas cenas da película.

Mas o filme tem alguns pontos negativos.

O primeiro: não há espaço nem mesmo para se torcer para as vítimas, já que não há outros personagens, notadamente familiares e policiais, com a intenção de ajudar os pobres congelados.

Ademais, em segundo lugar, os atores não emprestam aos personagens um carisma ideal, faltando, muitas vezes, emoção apta a gerar no espectador a vontade de torcer para que todos saiam vivos dali.

Assim, no balanço final, temos que o filme, embora com as falhas acima relatadas, certamente agradará boa parte dos espectadores, notadamente os que gostam de apreciar boas cenas de suspense.

Cotação: * * *

SUCESSO DE BILHETERIA: Não.

SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Sim, mas há controvérsias.

SUCESSO DE CRÍTICA: Sim, mas há controvérsias.

PRÊMIOS: Nenhum. Disputou o "Prêmio Saturno", mas perdeu para "Arreste-me para o Inferno".

Crítica 14

domingo, 3 de junho de 2012

"UMA SAÍDA DE MESTRE" ("THE ITALIAN JOB", 2003)


Fonte: en.wikipedia.org
A história de grandes roubos, e de grandes ações para concretizá-los, sempre chamou a atenção no cinema. É nisso que se ampara o enredo do filme "Uma Saída de Mestre".

O filme tem um elenco de peso. Nele, reuniram-se Mark Whalberg, Edward Norton, Charlize Theron e, em uma participação especial, o bom ator Donald Sutherland. Cada um deles defende bem seu personagem.

A sul-africana Charlize Theron, com sua característica beleza estonteante, aparece no papel de uma durona arrombadora de cofres chamada Stella. Segundo informações colhidas do "making of" do filme (vale a pena assistir), Charlize teve algumas aulas de arrombamento de cofres. E, segundo ela diz no mesmo "making of", o aprendizado foi muito bom, já que agora conhece todos os "três métodos" existentes para o serviço!

O enredo conta a história de um grande roubo de um cofre carregado de ouro, carga essa avaliada em 35 milhões de dólares. Ocorre que, enquanto ainda comemoravam o feito, e sonhavam com o futuro maravilhoso e rico, a gangue liderada por Charlie (Mark Whalberg) se vê em uma emboscada, chefiada por um aliado - Steve, papel que é defendido no filme por Edward Norton. O que ocorre depois é uma busca incessante pela recuperação do ouro perdido, com direito a muitas perseguições e planos mirabolantes.

As locações do filme, em Veneza (na cena inicial) e em Los Angeles/Hollywood (no epílogo), são maravilhosas. Todos os lugares turísticos principais aparecem, sendo de destaque a cena em que os "mini coopers" usados no filme simplesmente transitam no chão das estrelas hollywoodianas e vão em direção ao metrô da cidade!

Vale destacar que o filme não é um remake do antigo "The Italian Job", de 1969. O enredo é totalmente diverso. Apenas algumas inspirações foram buscadas.

"Uma Saída de Mestre" é um filme que, sem dúvida, pode agradar os fãs do cinema de ação. Mas muitos podem sentir falta de um pouco mais de adrelina. Somente duas cenas de ação são dignas de nota e merecem louvor: a primeira, inicial, nos canais de Veneza; e a segunda, no epílogo, em Los Angeles. O "recheio" do filme, às vezes, é entediante, e nisso reside o seu principal demérito.


Cotação: * * 

SUCESSO DE BILHETERIA: Não.

SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Não, mas há controvérsias.

SUCESSO DE CRÍTICA: Não.

PRÊMIOS: Nenhum.

Crítica 13