sexta-feira, 28 de junho de 2013

"BUSCA IMPLACÁVEL" ("TAKEN", 2008)

Busca ImplacávelLiam Neeson é "ator de um personagem só" (nesse caso, não é um demérito, diga-se, já que se trata de um grande ator). Geralmente, é um homem angustiado que perdeu alguma coisa, em algum momento. Já perdeu até mesmo a própria identidade; mas perde também coisas e pessoas. Principalmente pessoas que ele gosta. É o que acontece neste "Busca Implacável" ("Taken"), um filme de ação de 2008.

Com roteiro de Luc Besson, diretor de alguns longas, como Nikita, por exemplo, o filme prende a atenção do espectador do início ao fim. Não que seja um primor em termos cinematográficos, mas a ação é ininterrupta e o interesse despertado no espectador também.

O filme conta a história de um ex-espião do governo americano que tem sua filha e amiga sequestradas por uma máfia albanesa especializada em exploração sexual de adolescentes. Segue-se a busca pela filha e um embate entre o herói do longa e a tal máfia, envolvendo, ainda, a polícia francesa - o filme se passa em Paris, onde as  adolescentes, que viajaram sozinhas, foram sequestradas.

Liam, como é de costume, vai bem. A ação ininterrupta compensa o roteiro fraco e pobre em surpresas. O marketing do longa ressalta que é o "melhor filme de ação desde Bourne". Não sei se é verdade, mas o fato é que a inspiração talvez tenha vindo daquele filme.

Vale mesmo como uma bela diversão. A cotação pode não ser das melhores, mas saiba que o filme é muito divertido e, certamente, agradará a muitos.

P.S: O lado trágico e de sofrimento de Neeson não se revela apenas em seus filmes. Em sua própria vida particular, enfrentou um terrível dissabor. Estava em uma estação de esqui com sua esposa, a atriz Natasha Richardson, quando esta sofreu um tombo. Parecia não ter acontecido nada. Ocorre que horas depois a atriz começou a sentir fortes dores de cabeça, foi internada e veio a falecer.

COTAÇÃO: * * 1/2

SUCESSO DE BILHETERIA: Sim.

SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Sim.

SUCESSO DE CRÍTICA: Não, mas há controvérsias.

PRÊMIOS: Nenhum.

quarta-feira, 26 de junho de 2013

"AMOR SEM ESCALAS" ("UP IN THE AIR", 2009)

File:Up in the Air Poster.jpgO que os críticos e espectadores das comédias americanas sempre dizem? Fácil responder: que elas tendem a ser, ou são efetivamente, estilo "água com açúcar", geralmente com finais facilmente decifráveis.  Não é o que acontece com este "Amor sem Escalas", filme estadunidense de 2009.

O filme trata de temas interessantes, sob o viés masculino. O principal, sem dúvida, é a solidão. Solidão que é tratada pelo personagem principal, Ryan Bingham, vivido por George Clooney, de forma superficial no início do desenrolar da trama. Ele que é um profissional da arte de demitir pessoas. Profissional que viaja por todo o território americano para fazer cumprir seu papel, sem dó nem piedade das pessoas. E leva esta vida sem se preocupar com o fato de estar sozinho ou de não ter contato familiar. Mas eis que surgem duas mulheres em sua vida: primeiro, Alex, vivida por Vera Farmiga, outra executiva que vive viajando e se envolve com ele; e Natalie (Anna Kendrick), também executiva, só que da mesma empresa de Ryan, que desenvolve uma nova técnica de "demitir" que, a longo prazo, ameaçará o emprego, e as viagens aéreas, do herói principal.

Interessante observar como as duas mulheres começam a fazer diferença na vida de Bingham.

Primeiro, Alex, uma mulher desconhecida, mas que mexe com Bingham, envolvendo-se superficialmente com ele. Superficialidade que não transforma a carência afetiva de Ryan em amor efetivo.

Depois, Natalie, que é uma personagem importante na trama, já que ela é chave na demonstração da influência da tecnologia na vida dos seres humanos - imenso paradoxo do mundo moderno pois, ao mesmo tempo que aproxima as pessoas (pela internet, por exemplo), as afasta do contato real, do contato humano.

Do lado de uma ou de outra, o que se percebe é o conteúdo vazio de algumas relações humanas, e nisso o filme, ou melhor, o roteiro, é implacável e mexe na ferida.

O roteiro é primoroso. Desenvolve-se de maneira brilhante. Mostra, de maneira clara, a solidão do ser humano em suas diversas facetas, sem perder o bom humor e o charme. Não sem razão, ganhou uma indicação ao Oscar e venceu os prêmios BAFTA e Globo de Ouro nesta categoria.

George Clooney tem uma das melhores, senão a melhor, interpretação de sua carreira. Tem o "timing" perfeito do personagem, trabalhando com desenvoltura e sem ser piegas.

Brilhantes também foram as atuações das atrizes da trama - Vera Farmiga e Anna Kendrick. Kendrick consegue ser a mais carismática, fazendo, com charme, o papel de uma executiva que usa e abusa da soberba.

Enfim, uma das boas comédias dos últimos tempos. E o personagem de Clooney é a prova viva de que, nesse mundo, ninguém nasceu para viver sozinho.

Cotação: * * * 1/2

SUCESSO DE BILHETERIA: Sim.

SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Sim.

SUCESSO DE CRÍTICA: Sim.

PRÊMIOS: O filme recebeu uma série de prêmios e indicações.

Teve seis indicações ao Oscar (melhor filme, melhor diretor, melhor roteiro adaptado, melhor ator para George Clooney, melhor atriz coadjuvante duas vezes - Vera Farmiga e Anna Kendrick), mas não ganhou nenhum.

No Globo de Ouro, ganhou o prêmio de "Melhor Roteiro " (Jason Reitman e Sheldon Turner); foi ainda indicado cinco vezes em mais quatro categorias - Melhor Filme de Drama,  Melhor Diretor, Melhor Ator (Clooney) e Melhor Atriz Coadjuvante (Vera Farmiga e Anna Kendrick).

Bafta de "Melhor Roteiro Adaptado".

"O TURISTA" ("THE TOURIST", 2010)

O TuristaAngelina Jolie e Johnny Depp são dois atores famosos e consagrados de Hollywood. A primeira interpretação em conjunto de ambos tinha tudo para ser um grande filme. No entanto, a película não consegue ser. Uma pena para "O Turista", um filme com belas locações na romântica cidade italiana de Veneza.

Acredito que o grande problema deste filme foi não ter seguido uma linha, não ter se definido por um gênero. Seria uma ótima comédia, se o diretor resolvesse investir no personagem de Depp, com nítido viés cômico.  Ou então, poderia se transformar em um belo filme de ação, se fossem explorados com mais vigor as perseguições e tramas necessárias para este tipo de gênero. Não fica nem em um lado, nem no outro, o que deixa a película com um certo ar de indefinição. Indefinição que não impede a melhor das piadas, reservada para o final.

A trama é até interessante. Conta a história de Elise (Angelina Jolie), amante de um milionário, chamado Alexander Pearce, que é alvo, ao mesmo tempo, da polícia e de uma quadrilha. Perseguida por ambos os interessados na captura de Alexander, a protagonista usa de um turista, Frank (Johnny Depp), para despistá-los. Segue-se um jogo de gato e rato com um final surpreendentemente cômico, conforme ressaltado alhures.

Vale destacar a belíssima fotografia, com grande apelo visual, notadamente pelas belezas cênicas proporcionadas por Veneza. Dificilmente um cenário tão bonito entedia...

Mas, em resumo, é um filme despretensioso. Devemos assisti-lo com parcimônia e curti-lo, sem fazer maiores exigências em termos cinematográficos.

Cotação: * * 1/2 

SUCESSO DE BILHETERIA: Sim. Rendeu 278 milhões de dólares, para um orçamento de 100 milhões.

SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Sim.

SUCESSO DE CRÍTICA: Não. 

PRÊMIOS: Nenhum. Foi indicado a três "Globos de Ouro"(melhor filme - comédia ou musical; melhor ator - comédia ou musical, para Depp; melhor atriz - comédia ou musical, para Jolie).

segunda-feira, 17 de junho de 2013

"A ÚLTIMA CASA DA RUA" ("THE HOUSE AT THE END OF THE STREET", 2009)

Não há como negar que filmes de terror de qualidade estão cada vez mais escassos. Em geral, os filmes atuais abusam dos clichês e trazem poucas novidades ao gênero. É o caso de "A Última Casa da Rua", um filme ruim, que não chega a ser terror nem se firma como suspense.

A história é pra lá de conhecida no cinema (clichê). Nela, duas mulheres, mãe e filha, mudam-se para uma vizinhança em que há uma casa "amaldiçoada", na qual ocorreu um evento terrível - o assassinato de pai e mãe pela filha doente. Ocorre que hoje em dia mora na mesma casa o irmão da tal menina assassina, e que estava supostamente desaparecida, que a mantém acorrentada. O rapaz acaba se envolvendo com a protagonista, Elissa (vivida por Jennifer Lawrence), que faz a filha de Elizabeth Shue, uma atriz um tanto sumida das telonas (fez, com êxito, "Despedida em Las Vegas" e "Uma noite de Aventuras", um grande clássico juvenil dos anos 80). E do envolvimento entre os dois é que surgem os problemas.

Apesar de Jennifer Lawrence ser uma boa atriz, além de linda, o filme não engata. Nem a atuação dela agrada. Falta um mínimo de suspense para que saia do lugar comum, e as situações criadas não empolgam nem geram medo ou pavor.

A primeira metade da película, em especial, é enfadonha, só gerando atenção no espectador após mais de uma hora de projeção. Só que, vale dizer, o resultado fica bem aquém do esperado, ou das possibilidades do enredo. 

Talvez fique como uma diversão. Mas não como uma boa diversão.

Cotação:* 

SUCESSO DE BILHETERIA: Não.

SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Não

SUCESSO DE CRÍTICA: Não.

PRÊMIOS: Nenhum.


segunda-feira, 10 de junho de 2013

“ARGO” (“ARGO”, 2012)

File:Argo2012Poster.jpg1979. Neste ano, o Oriente Médio entra em ebulição com a deposição do Xá Reza Phalevi, aliado dos Estados Unidos, e a subida ao poder do líder espirtual “aiatolá” Khomeini. Como resultado destes acontecimentos, em Teerã, a embaixada americana passa a ser alvo de invasão dos populares apoiadores de Khomeini, o que resulta na fuga de 06 (seis) americanos, que conseguem se esconder na embaixada do Canadá. A partir daí, a CIA passa a estudar um plano de fuga para os seis ianques, resultando em um mirabolante plano, que seria a entrada no país do Golfo Pérsico com a desculpa da realização de um filme de ficção-cientítica, chamado “Argo”. É essa a premissa do filme “Argo”, ganhador do Oscar de melhor filme do ano de 2012.

“Argo” é um drama com alguns elementos de thriller. A história real é tão impressionante que parece mentira. É claro que existem alguns exageros do roteiro como, por exemplo, na espetacular fuga do epílogo que, evidentemente, não aconteceu naquelas condições descritas no filme.

Mas nada atrapalha o resultado final do filme. Ele diverte, entretém, provoca suspense e mantém a atenção do espectador intacta durante toda a projeção.

Affleck se sai muito bem na direção do filme - melhor que na sua atuação, apenas mediana. Quanto ao elenco, destaque para os atores coadjuvantes, que realizam bom trabalho.

Enfim, um triunfo do cinema de ação e de drama.

P.S: Curiosidade: Argo está na mitologia grega; designa a embarcação utilizada por Jasão e os Argonautas em suas viagens.

Cotação: * * * *


SUCESSO DE BILHETERIA: Não.

SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Sim.

SUCESSO DE CRÍTICA: Sim, mas há controvérsias, notadamente quanto aos críticos europeus e asiáticos.

PRÊMIOS:

03 Oscars (filme, roteiro adaptado e edição).

02 Globos de Ouro (filme dramático, diretor).

03 Baftas (filme, diretor e edição).

domingo, 2 de junho de 2013

"O SACRIFÍCIO" ("THE WICKER MAN", 2006)

Nicolas Cage é um ator que dificilmente as pessoas  levam a sério. Seus filmes, em sua maioria, são bastante ruins (o melhor dele, sem dúvida, é o drama "Despedida em Las Vegas", em que teve uma boa atuação). Quando não são seus filmes, são seus personagens  que parecem feitos sob medida para o ator "pagar mico". É o que acontece no fraquíssimo suspense "O Sacrifício", filme de 2006 que foi um grande fracasso de bilheteria, primeiro nos Estados Unidos, depois no resto do mundo.

Não sem razão, o filme é um fracasso. 

A película é baseada em um filme homônimo da década de 70, chamado de "The Wicker Man", cuja tradução no Brasil foi "O Homem de Palha". É um filme hoje cultuado por alguns críticos, que insistem em colocá-lo como uma grande criação do gênero terror, tese a qual não consegui aderir. Assim como o mais recente de 2006, o anterior não funciona assim tão bem e é um filme para poucos.

Mas voltando à produção com Nicolas Cage, o filme é precário em matéria de suspense e terror. Não cria clima algum, tem um personagem principal que beira o risível e um elenco de apoio que também não ajuda. 

A história é até certo ponto interessante. Nela, Nicolas Cage vive um papel de um policial que, certa feita, recebe uma carta de uma ex-namorada, moradora de uma ilha, pedindo ajuda para que ele ache a filha dela (supostamente, a filha também seria dele). Assim, Cage vai para a ilha, terra onde funciona uma sociedade matriarcal e pagã, não sendo bem recepcionado. Lá, um lugar estranhíssimo com gente mais estranha ainda, existe inclusive uma cerimônia de "colheita", onde sacrificam-se seres humanos para um "homem de palha", o mesmo que dá nome ao filme. Cage passa, então, a uma investigação desesperada, com direito a muitas alucinações, para se encontrar a menina supostamente desaparecida.

A premissa interessante, entretanto, dá lugar a um filme vazio de suspense e emoção. O que se vê o tempo todo é Cage com uma arma na mão, ameaçando a tudo e a todos, com uma autoridade que ele não tem. Chega a ser patética a forma como o filme é conduzido e a atuação de Cage.

Resta, então, esperar o final, que também não convence ninguém.

Resta, então, esquecer o filme. 

COTAÇÃO: BOMBA

SUCESSO DE BILHETERIA: Não, um fracasso total.

SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Não, mas há controvérsias. Há quem já me relatou ter gostado do filme.

SUCESSO DE CRÍTICA: Não, um fiasco total.

PRÊMIOS: Nenhum.