quarta-feira, 16 de abril de 2014

"CAPITÃO AMÉRICA 2- O SOLDADO INVERNAL" ("CAPTAIN AMERICA 2 - THE WINTER SOLDIER", 2014)

Capitão América está de volta. Mais um filme Marvel? Não. É "o filme Marvel", a maior diversão que a empresa produziu a seus espectadores em muitos anos. Estamos falando da superprodução "Capitão América 2- O Soldado Invernal".
 
Um filmaço. O roteiro ágil, cheio de ação, transforma a aventura em um entretenimento de primeira. O longa conta a história de um Steve Rogers nos tempos atuais, depois de muitos anos "congelado", surpreendido por uma organização "Shield" infiltrada por muitos membros da Hydra, uma outra organização, só que do mal. Passa-se então à luta contra os traidores e malfeitores, chegando-se ao ponto de um amigo do Capitão perguntar quem era do bem e quem era do mal, no que o Capitão América responde: "aquele que não atirar em você".
 
O filme tem uma pitada de humor deliciosa, como na cena da lista das coisas que o Capitão perdeu enquanto estava adormecido. Conta-se que a tal lista varia de país para país, e só mesmo no vídeo é que poderemos ver as pérolas da lista "brasileira". Espero que não conste as mulheres frutas, as filósofas contemporâneas, dentre outras aberrações que fazem sucesso em nosso país, à custa da falta de informação da maioria da população.
 
O ator Chris Evans é sem carisma, mas não compromete o resultado final. Convenhamos, é tanta ação que fica difícil qualquer ator atrapalhar a trama. Tem também um personagem simpático, o Falcon, que voa e ajuda muito o protagonista.
 
O longa conta ainda com Scarlett Johansson (exuberante nas cenas de luta, como a viúva negra), Robert Redford (um pouco fora de forma, como o maior dos vilões) e Samuel L. Jackson (como Nick Fury, que passou muito aperto em uma das melhores cenas do filme).
 
Interessante também foram as mensagens do filme. Uma delas, a da força da amizade, em que o herói desiste de lutar contra o seu inimigo atual (o tal "soldado invernal", humano que sofre uma lavagem cerebral e se torna uma máquina de matar) que, anos atrás, era seu principal companheiro de lutas.
 
 Enfim, uma diversão de primeira, no melhor filme da grife "Marvel". Entretenimento elevado à máxima potência!
 
Cotação: * * * *
 
SUCESSO DE BILHETERIA: Sim.
 
SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Sim.
 
SUCESSO DE CRÍTICA: Sim.
 
PRÊMIOS: Nenhum.
 

segunda-feira, 14 de abril de 2014

"NOÉ" ("NOAH", 2014)

Ficheiro:Noah2014Poster.jpgO cinema tem como uma de suas fontes inesgotáveis de roteiro justamente a Bíblia, o livro mais lido e comprado do mundo em todos os tempos. E a história da "Arca de Noé", que salva os animais, tidos como seres inocentes em um mundo devastado pelo pecado e pela corrupção, do dilúvio, é uma das mais famosas passagens do livro sagrado. "Noé", com Russel Crowe, retrata essa passagem biblíca, embora com muitas modificações.
 
Para início de resenha, devo dizer que não gostei do filme. E o meu desprezo pela película não advém propriamente de questões religiosas, mas sim por uma série de fatores ligados à arte cinematográfica, como roteiro e atuação dos atores.
 
Achei Russel Crowe um perfeito canastrão na pele de Noé. No imaginário popular - e também na história biblíca - o personagem Noé, neto de Matusalém, era um senhor extremamente velho, com mais de quinhentos anos de idade. Russel não aparenta isso, embora esteja longe da forma e do aspecto físico apresentados no sucesso "Gladiador". Não gosto dele como ator, e sua atuação, especialmente nesse filme, está longe de causar comoção.
 
O mesmo se pode dizer das atrizes (Emma Watson e Jennifer Connely) e atores coadjuvantes, sendo o pior do filme justamente o vilão, caricatural e sem personalidade.
 
Mas esses não são os únicos defeitos do filme. O roteiro desperdiça uma ótima chance de contar uma história digna, com um viés ambiental (tão em voga atualmente) e com uma mensagem sublime. Nada disso acontece. O roteiro transforma Noé em uma figura até vingativa, não honrando o Noé da Biblía, tratado, inclusive, pela alcunha de "Princípe da Justiça". O que dizer de um Noé que não aceita as duas netas, prometendo matá-las ao nascer?  Um Noé que passa o tempo todo pensando em matar duas crianças indefesas, chegando, ao final, a ponto de empunhar uma faca contra as inocentes... Uma cena de suspense de extremo mau gosto!
 
 E, para piorar, o filme lança novos personagens, chamados "guardiões", que mais parecem "transformers" da idade da pedra, sem nenhum charme e muito caricaturais.
 
Fica uma pergunta: o mundo nosso de hoje precisa ser reconstruído? Os sentimentos bons devem prevalecer? A resposta para ambas as questões só pode ser afirmativa. "Noé" e sua arca contam uma história bem atual. A luta pela preservação da natureza passa pela conservação do ambiente em que vivemos, dos bons tratos com os animais, enfim, do desenvolvimento sustentável. Um mundo em que as gerações futuras possam ter boa qualidade de vida.
 
Vamos tentar tirar essa lição do filme, abstraindo-se todas as suas imperfeições e incoerências. Afinal de contas, nem sempre o cinema dá conta de transmitir o recado. No caso de "Noé", não conseguiu. .
 
Cotação: * *
 
SUCESSO DE BILHETERIA: Não.
 
SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Não.
 
SUCESSO DE CRÍTICA: Não.
 
PRÊMIOS: Nenhum.