Existe uma crença generalizada de que ótimos atores - como
De Niro, Keaton, Sarandon e Williams- conseguem “segurar” uma trama mal
elaborada. Pode até ser. Mas não é o que acontece neste “O Casamento do Ano”,
um dos piores filmes do ano.
O gênero comédia é difícil por
natureza. Muitas vezes os filmes descambam para o água com açúcar, ou mesmo
para piadas de mau gosto. No caso deste “O Casamento do Ano, nem isso acontece
– é pior ainda que filmes “água com açúcar”. Nesse, há apenas tentativas
forçadas de fazer rir.
O mais engraçado, sem dúvida, é o
roteiro. E é engraçado porque é ridículo, não porque produz situações
engraçadas. A história gira em torno de um casamento de um rapaz que possui
três “mães” (???): a biológica (uma colombiana), a adotiva (interpretada por
Diane Keaton) e a que efetivamente criou (Susan Sarandon). Uma delas, a biológica, foi convidada para o
tal casamento, juntamente com sua filha. Ocorre que a senhora é extremamente
religiosa, o que certamente influiria no ânimo dela ao saber que os pais
adotivos do noivo haviam se separado.
Por conta disso, a família toda resolve mentir, fazendo uma espécie de
renascimento do casamento dos personagens de Robert De Niro e Diane Keaton. O
que se segue é um filme rasteiro, sem pé nem cabeça, com situações as mais
inusitadas e ridículas. A própria premissa é digna de um prêmio de péssimo dos
péssimos- como dar importância a uma mãe que abandonou o filho ainda criança e
que, mesmo assim, quer fazer exigências acerca de sua situação na idade adulta?
Mentir por causa de uma mãe biológica que não aceitaria uma separação, fato esse tão comum hoje em dia! Faça-me o favor, sr. Roteirista! Como pode uma premissa
ser tão fraca e débil?
Como se não bastasse o nível de
mediocridade, ainda temos o fato de que os colombianos são tratados no filme
supostamente como pessoas atrasadas e ao mesmo tempo sem moral. Um contraponto
absurdo nos é apresentado: de um lado, a mãe biológica moralista; do outro, a
irmã, também colombiana, ávida por luxúria e libertinagem. A manipulação do
roteiro aqui não é feita levando-se em conta aspectos culturais; é,
simplesmente, discriminação pura dos povos latinos.
É inacreditável a canoa furada em
que embarcaram atores e atrizes de peso, como Robert De Niro, Diane Keaton,
Susan Sarandon e Robin Williams. O último, então, fica a beira do ridículo como
um padre alcoólatra! De Niro paga um mico atrás do outro, principalmente
recebendo socos das mulheres e caindo na piscina, em uma cena totalmente sem
graça. As duas atrizes, Keaton e Sarandon, também não se encontram. Também fica
uma pergunta: como se encontrar no meio de um roteiro tão absurdo?
E, para piorar (se é que é possível piorar), ainda temos a história paralela da irmã do rapaz que não consegue engravidar mas que, ao final, engravida. Totalmente "sem pé nem cabeça". Um minidrama sem o mínimo engajamento na história.
Enfim, um filme sem simpatia, sem emoção, sem risos. O melhor é esquecer.
Cotação: BOMBA
SUCESSO DE BILHETERIA: Não
SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Não.
SUCESSO DE CRÍTICA: Não.
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