quinta-feira, 12 de setembro de 2013

"O CASAMENTO DO ANO" ("THE BIG WEDDING", 2013)

Existe uma crença generalizada de que ótimos atores - como De Niro, Keaton, Sarandon e Williams- conseguem “segurar” uma trama mal elaborada. Pode até ser. Mas não é o que acontece neste “O Casamento do Ano”, um dos piores filmes do ano.

O gênero comédia é difícil por natureza. Muitas vezes os filmes descambam para o água com açúcar, ou mesmo para piadas de mau gosto. No caso deste “O Casamento do Ano, nem isso acontece – é pior ainda que filmes “água com açúcar”. Nesse, há apenas tentativas forçadas de fazer rir.

O mais engraçado, sem dúvida, é o roteiro. E é engraçado porque é ridículo, não porque produz situações engraçadas. A história gira em torno de um casamento de um rapaz que possui três “mães” (???): a biológica (uma colombiana), a adotiva (interpretada por Diane Keaton) e a que efetivamente criou (Susan Sarandon).  Uma delas, a biológica, foi convidada para o tal casamento, juntamente com sua filha. Ocorre que a senhora é extremamente religiosa, o que certamente influiria no ânimo dela ao saber que os pais adotivos do noivo haviam se separado.  Por conta disso, a família toda resolve mentir, fazendo uma espécie de renascimento do casamento dos personagens de Robert De Niro e Diane Keaton. O que se segue é um filme rasteiro, sem pé nem cabeça, com situações as mais inusitadas e ridículas. A própria premissa é digna de um prêmio de péssimo dos péssimos- como dar importância a uma mãe que abandonou o filho ainda criança e que, mesmo assim, quer fazer exigências acerca de sua situação na idade adulta? Mentir por causa de uma mãe biológica que não aceitaria uma separação, fato esse tão comum hoje em dia! Faça-me o favor, sr. Roteirista! Como pode uma premissa ser tão fraca e débil?

Como se não bastasse o nível de mediocridade, ainda temos o fato de que os colombianos são tratados no filme supostamente como pessoas atrasadas e ao mesmo tempo sem moral. Um contraponto absurdo nos é apresentado: de um lado, a mãe biológica moralista; do outro, a irmã, também colombiana, ávida por luxúria e libertinagem. A manipulação do roteiro aqui não é feita levando-se em conta aspectos culturais; é, simplesmente, discriminação pura dos povos latinos.

É inacreditável a canoa furada em que embarcaram atores e atrizes de peso, como Robert De Niro, Diane Keaton, Susan Sarandon e Robin Williams. O último, então, fica a beira do ridículo como um padre alcoólatra! De Niro paga um mico atrás do outro, principalmente recebendo socos das mulheres e caindo na piscina, em uma cena totalmente sem graça. As duas atrizes, Keaton e Sarandon, também não se encontram. Também fica uma pergunta: como se encontrar no meio de um roteiro tão absurdo?

E, para piorar (se é que é possível piorar), ainda temos a história paralela da irmã do rapaz que não consegue engravidar mas que, ao final, engravida. Totalmente "sem pé nem cabeça". Um minidrama sem o mínimo engajamento na história.

Enfim, um filme sem simpatia, sem emoção, sem risos. O melhor é esquecer.

Cotação: BOMBA

SUCESSO DE BILHETERIA: Não

SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Não.

SUCESSO DE CRÍTICA: Não.

PRÊMIOS: Nenhum. Certamente é um bom candidato ao "Framboesa de Ouro".

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