Hannah Arendt. Um nome que entrou para a história da filosofia, principalmente depois da publicação de seus dois livros mais famosos, a saber, "As Origens do Totalitarismo" e "A Condição Humana". Uma mulher à frente de seu tempo. Uma visionária. É essa Hannah que dá ensejo ao filme da alemã Margarethe Van Trotta, lançado em 2013.
A história retrata apenas um episódio da vida de Hannah, mais precisamente o julgamento, realizado em Jerusalém, do nazista Adolf Eichmann, um dos mentores do holocausto. Assim, como correspondente da New Yorker, Hannah escreve artigos polêmicos, considerando Eichmann um burocrata cumpridor de ordens, não um demônio como queriam fazer crer os judeus. Tal fato gerou revolta dos judeus para com a filósofa, que também era judia. E intensos dissabores, nunca antes enfrentados por ela, sempre respeitada por seus escritos.
O filme traz, em flashback, algumas passagens da vida de Hannah, como, por exemplo, o seu envolvimento, tanto no nível de ideias como no sentimental, com o filósofo Martin Heidegger. Heidegger que, diga-se de passagem, também sofreu intensa reprimenda por suas ligações com o nacional-socialismo. Mas são poucas as cenas. A diretora e o roteirista deveriam ter explorado mais o passado da escritora, cheio de significados e importância.
A atriz Barbara Sukowa está muito bem no papel, assim como os atores e atrizes coadjuvantes. Não interferem no resultado final.
Vale destacar que Hannah Arendt não é, nem nunca foi, defensora do nazismo, embora possa parecer para quem não conhece a história desta importante filósofa. Inclusive há de se destacar que o regime hitlerista cassou sua cidadania alemã, deixando-a apátrida até que os Estados Unidos (Nova Iorque) a acolhesse.
"Hannah Arendt" é um bom filme, diga-se. Mas peca, talvez, pelo ritmo lento, tornando-se, em muitos momentos, enfadonho e cansativo. Várias cenas são desnecessárias e repetitivas, como as que a atriz principal aparece fumando compulsivamente.
Vale destacar a última cena do filme, um discurso de Hannah perante uma grande plateia universitária. Fantástica e vibrante.
Enfim, vale ver o filme para conhecer um pouco mais a história desta fascinante filósofa dos tempos modernos.
Cotação: * * *
SUCESSO DE BILHETERIA: Não.
SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Não, mas há controvérsias.
SUCESSO DE CRÍTICA: Sim, mas há controvérsias.
PRÊMIOS: Nenhum.
Carlos,
ResponderExcluirParabéns! Achei muito interessante seus comentários sobre o filme. O discurso de Hannah no final do filme foi emocionante e ela teve a chance de explicar seu ponto de vista filosófico sobre as atitudes do Adolf Eichmann.
abraços,
Silvane
Olá, Silvane, tudo bem contigo?
ExcluirRealmente a cena do discurso é a melhor do filme. Até esse momento, o filme apresentava muitas cenas repetitivas e um conteúdo que poderia ser abreviado em prol da plateia espectadora. Em boa hora, apareceu essa solução interessante.
Um grande abraço,
Carlos
Ei Carlos! Como vai?
ResponderExcluirNão sei se aqui é o lugar certo, mas foi o único lugar do blog, que eu encontrei para postar.
Bem, eu queria saber se vc assistiu ao filme "Intrusos", com Clive Owen.
Se assistiu, gostaria muito de saber sua opinião a respeito do mesmo. Eu o assisti ontem, e gostei até certo ponto. Queria saber se existe a tal síndrome relatada no filme.
Bjs
Oi, Suzana, tudo bem e contigo?
ExcluirAinda não vi "Intrusos". Prometo ver em breve, aí a gente debate com mais profundidade.
Abração,
Carlos