Renato Russo inspirou um bom filme, embora superficial, que acabou sendo um sucesso comercial: "Somos Tão Jovens". É um filme que agrada, embalado por uma ótima trilha sonora e por um elenco interessante O mesmo não se pode dizer da película baseada em sua música "Faroeste Caboclo". Este é um filme desagradável, embora possa encantar alguns pelo ritmo de suas cenas de ação.
"Faroeste Caboclo" conta a história de João de Santo Cristo. O personagem é vivido com intensidade por Fabrício Boliveira (um bom ator, diga-se), um menino que perdeu logo cedo seu pai, assassinado por um policial. Sem rumo na vida, João resolve ir para Brasília, lá se envolvendo com um traficante (Pablo) e uma menina filha de senador, Maria Lúcia (Isis Valverde), que, por sua vez, é a mulher favorita de outro traficante, de nome Jeremias. Segue-se uma rivalidade entre João e Jeremias bastante violenta.
Mas o filme peca pelo excesso. Excesso de uso de drogas (os personagens passam o tempo todo fumando maconha, sem fazer nada mais que isso) e na violência explícita e direta (incluindo um estupro). Acaba, com isso, desagradando a muitos, sendo um filme desaconselhável para jovens e adolescentes. Tem assuntos atuais - abuso no uso de drogas por jovens, corrupção policial, guerra de traficantes. Mas tudo tratado de maneira exagerada, causando uma sensação desagradável no público que assiste a película.
Nos créditos finais, a música de Russo aparece em sua inteireza, o que demonstra, em certa medida, que o filme não é tão fiel assim à composição. A imaginação do roteirista fluiu demais. Excesso de imaginação. Excesso que atrapalhou um filme que é muito bem feito tecnicamente.
Excesso. A tônica do filme. Um filme para estômagos fortes.
Cotação: * *
SUCESSO DE BILHETERIA: Não.
SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Não, mas há controvérsias.
SUCESSO DE CRÍTICA: Não, mas há controvérsias.
PRÊMIOS: Nenhum.
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