segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

"CAPITÃO AMÉRICA - O PRIMEIRO VINGADOR" ("CAPTAIN AMERICA - THE FIRST AVENGER", 2011)

Capitão América: O Primeiro Vingador : posterCapitão América. A princípio, apenas mais um filme de super-herói da Marvel. Mas não é bem assim. Trata-se de uma das melhores adaptações dos quadrinhos feita pelo cinema. 

A história é superinteressante. O roteiro prima pela facilidade de entendimento, sendo acessível até para quem não é fã ou  não conhece o personagem, surgido em 1941, no auge da Segunda Guerra Mundial.

Capitão América é o alter ego de Steve Rogers, um moleque franzino, desrespeitado por sua fraqueza característica, que aceita ser cobaia em um teste para a criação de um supersoldado pelos americanos. Após os testes, adquire os músculos necessários para enfrentar o Caveira, um dissidente nazista que comanda uma legião chamada Hydra, que objetiva dominar o mundo. Segue-se cenas de ação frenéticas, características deste tipo de filme.

O ponto negativo da película é, talvez, a falta de carisma do ator principal, Chris Evans. Ele é até esforçado, mas é um tanto apagado. Os outros atores até que defendem bem seus papéis, à exceção de Hayley Atwell, uma atriz britânica não tão bonita e só esforçada também, que faz Peggy, uma mulher interessada no Capitão América.

Mas a ação frenética, ininterrupta, e o roteiro, com poucas falhas, ajudam bastante o filme.

Outro ponto positivo foi que o filme fugiu de um tom ufanista, já que até mesmo a vestimenta do herói evoca os Estados Unidos da América. Mas não há esse tom na película, o que é salutar.

Também a crítica temia que o filme fosse ficar um pouco datado, já que o herói está atrelado à Segunda Grande Guerra, e tinha mais razão de ser em tempos da guerra fria do que propriamente nos dias atuais. Ledo engano. O filme é bem bacana, atual e interessante. Acredito que as pessoas não se cansam de ver um herói cujo objetivo maior é derrotar forças de Hitler, um vilão eterno da humanidade.

Enfim, uma diversão de primeira para os amantes dos quadrinhos.

Cotação: * * * 1/2

SUCESSO DE BILHETERIA: Sim.

SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Sim.

SUCESSO DE CRÍTICA: Sim.

PRÊMIOS: Nenhum.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

"ENCONTROS E DESENCONTROS" ("LOST IN TRANSLATION", 2003)

File:Lost in Translation poster.jpgSofia Coppola, filha do consagrado diretor Francis Ford Coppola (da saga "O Poderoso Chefão), não teve sucesso em sua curta carreira de atriz - fez apenas um papel sofrível em "O poderoso Chefão III".Enveredou-se pela  mesma carreira do pai, mas vem tendo altos e baixos. "Encontros e Desencontros" é um dos filmes fracos dela.

A história gira em torno de uma amizade entre o personagem de Bill Murray, que faz um decadente ator que vai ao Japão fazer propaganda de uísque e o de Scarlett Johansson, que foi acompanhar o namorado fotógrafo.  Só isso. O resto é uma sucessão de cenas mostrando os hábitos dos japoneses e as belezas das terras nipônicas.

É um exagero a quantidade de indicações que este filme teve ao Oscar  Foi indicada a melhor filme, melhor ator,  melhor diretor e melhor roteiro original. Ganhou apenas o último. 

Não vejo este filme bom o suficiente a ponto de ganhar todas essas indicações e ainda levar o de melhor roteiro original. Roteiro original é aquele que não foi publicado anteriormente. Dizem que o roteiro é baseado em história acontecida com a própria diretora, que foi supostamente abandonada enquanto estava acompanhando seu marido em uma viagem - personagem de Scarlett Johansson no filme.

O roteiro, aliás, não me agradou de forma alguma. Como já disse anteriormente, a história em si é fraca. Apenas algumas situações são engraçadas. Não há um "fio da meada"; como asseverado anteriormente, só há uma sucessão de acontecimentos.

Os atores também não rendem o esperado. Bill Murray parece que está decadente mesmo é na vida real, não sendo engraçado na maior parte do filme. Scarlett, uma mulher linda, ainda tinha ares juvenis, e não tem uma atuação muito convincente.

Mas parece que os críticos e entendidos de cinema não concordaram muito com esta opinião, tendo em vista que o filme foi laureado com 01 (um) Oscar, 03 (três) Globos de Ouro e 03 (três) BAFTAs, sendo que Bill Murray ganhou o "Globo de Ouro" e o "Bafta" como melhor ator e Scarlett Johansson ganhou o BAFTA de melhor atriz, todos em 2003. Ainda foi indicado, naquele ano, para o Oscar de "Melhor Diretor(a)" e "Melhor Filme".

Mesmo com toda a premiação, não gostei do filme. Cinema é encantamento também, e este filme definitivamente não me encantou, nem convenceu.

Cotação: * * 1/2

SUCESSO DE BILHETERIA: Não.

SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Não, mas há controvérsias.

SUCESSO DE CRÍTICA: Sim.

PRÊMIOS

01 Oscar - "Melhor Roteiro Original" 2003; 

03 Globos de Ouro - "Melhor Filme Comédia ou Musical", "Melhor Roteiro" e "Melhor Ator de Musical ou Comédia" 2003; 

03 Prêmios BAFTA - "Melhor Edição", "Melhor Ator" e "Melhor Atriz".

domingo, 9 de dezembro de 2012

"SE BEBER NÃO CASE - PARTE II" ("THE HANGOVER PART II", 2011)

O grande problema das continuações é que as idéias, antes tidas como originais, tornam-se repetitivas na sequência. É o que  parece  acontecer com este "Se Beber, não Case - Parte II".  

Não que o primeiro filme, rodado em Las Vegas, tenha sido um primor. Mas era mais divertido e tinha mais surpresas.

A história é a mesma. Envolve porre, esquecimento e flashback, para se saber o que aconteceu na noite anterior. Neste filme, o noivo aparece com tatuagem na cara, o outro aparece careca e o irmão da noiva desaparece.

Tem passagens até engraçadas, a exemplo do caso do noivo (Stu) com um transsexual tailandês, mas a maior parte do filme é sem graça. E também estas partes tidas como engraçadas podem  ser interpretadas como baixarias, o que não deixa de ser verdade.

Agrega-se à isso a transformação, ou constatação, de Bangok como a capital sexual do Oriente e temos aqui um filme de extremo mau gosto. Para completar, aparece em uma cena um nu frontal masculino simplesmente terrível e um macaquinho que é mula de traficantes. Totalmente imbecil o roteiro! 

E, se não bastasse a ruindade do filme, ainda aparece, ao final, Mike Tyson, cantando muito mal uma música  horrorosa.

Noutras palavras, é pura perda de tempo.

Cotação: BOMBA

SUCESSO DE BILHETERIA: Não.

SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Não.

SUCESSO DE CRÍTICA: Não.

PRÊMIOS: Nenhum.

sábado, 8 de dezembro de 2012

"DOCE VINGANÇA" ( "I SPIT ON YOUR GRAVE", 2010)

“Doce Vingança”, lançamento de 2011, é um “remake” de um filme dos anos 70 que se tornou um cult movie para os fãs do terror: “I Spit on Your Grave”, que, no Brasil, chamou-se “A Vingança de Jennifer”.

Os dois filmes são bastante parecidos. A história gira em torno de Jennifer, uma bela moça que vai para uma casa de campo, sozinha, com o intuito de escrever um livro. O que não ela não esperava era a presença de cinco estupradores, ávidos por moças incautas. O que se segue é uma jornada de terror, primeiro dos homens em relação à moça, depois da moça em vingança aos atos bárbaros dos homens.

O filme é cruel, sanguinolento, não se traduzindo num primor de suspense, nem ao menos gerando situações intensas de temor e pavor. É realmente apenas para fãs do gênero, que se contentam com filmes mais sanguinolentos e menos elaborados. Algumas cenas da vingança são de “doer o estômago”.

Cotação: * 1/2


SUCESSO DE BILHETERIA: Não

SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Não.

SUCESSO DE CRÍTICA: Não.

PRÊMIOS: Nenhum.

"PÂNICO 4" ("SCREAM 4", 2011)

A série “Pânico” ("Scream"), que estreou nos cinemas do mundo todo ainda nos anos 90 com um belo filme de terror ("Pânico", * * * *), sob a batuta do consagrado nome de Wes Craven, parecia fadada ao fracasso com as continuações fraquinhas (“Pânico 2”, cotação * * ½  e ”Pânico 3”, cotação * *).

Ocorre que “Pânico 4”, talvez pela volta de Wes Craven (bom diretor de filmes de terror) e Kevin Williamson (o roteirista), resgatou a série, com um terror afinado e um ritmo de suspense e comédia bastante interessantes. É o final é o mais surpreendente de todos.

O grande barato dos filmes da série, notadamente do primeiro, é a sua brincadeira com o próprio cinema de terror. Ocorre que o quarto exemplar não segue a mesma "pegada" do primeiro.

Ponto fraco da película é, como nos outros, a atuação de alguns atores, notadamente dos que estão em início de carreira.

A atriz Neve Campbell, longe de ser um primor, está menos canastrona nessa seqüência.

E a dupla Courtnei Cox, a repórter e David Arquette, o policial, embora separados na vida real, continuam em sintonia com seus personagens na fantasia.

É de se ressaltar, todavia, que uma nova continuação seria bastante desgastante para a série. Acredito que a criatividade tenha acabado, e o risco de repetição torna-se cada vez mais palatável.

Cotação: * * * 1/2

SUCESSO DE BILHETERIA: Não.

SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Sim.

SUCESSO DE CRÍTICA: Sim.

PRÊMIOS: Nenhum.

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

"O HOMEM DA MÁFIA" ( "KILLING THEM SOFTLY", 2012)

File:Killing Them Softly poster.jpg
Matando eles suavemente. É o que faz Pitt.
Existem filmes feitos para poucos espectadores. Entediantes para a maioria, torna-se um prato cheio para divagações para outros, o que pode levá-lo a tornar-se um cult movie. É o que o destino parece, ou ao menos pode, reservar para este "O Homem da Máfia", longa dirigido por Andrew Dominik e estrelado por Brad Pitt.

A história gira em torno de negócios entre a máfia, representado por advogado, e um matador profissional, papel que coube à Brad Pitt. Eliminar desafetos da máfia é, para o personagem de Pitt, tão fácil como tirar um doce de uma criança. E tudo é feito numa época em que estava em plena marcha a campanha presidencial americana, em que Obama derrotou McCain. Possivelmente o diretor fez uma alegoria, unindo os ideiais de negócios do filme com o negócio obscuro que se tornou a economia americana naquela época, sufocada por crises e instabilidade e dominada pela insegurança. Insegurança, crise e instabilidade: eis um tripé que serve também para descrever a máfia e seus jogos sujos.

O filme tem cenas de ação que poderiam ter sido assinadas por Sam Peckinpah (o diretor de "Meu Ódio Será Tua Herança" e "Sob o Domínio do Medo"), estilosas e em câmera lenta. Há muito não se via no cinema, portanto - talvez o diretor John Woo tenha tentado implantar este estilo. Ponto para o diretor.

Ponto também para uma cena de uma conversa entre os dois bandidos, drogados. Feita na visão dos drogados, é uma pérola de humor negro.

Mas o filme peca em um roteiro às vezes confuso e também sem solução para alguns personagens.

Pessoalmente, não gostei da película. Acho que o filme é entediante, com uma ação que deixa a desejar (muito embora haja mortes violentíssimas) e falta um elemento de charme - uma protagonista do sexo feminino. Isso mesmo. "O Homem da Máfia" é um dos poucos filmes a não ter mulheres em sua trama - a exceção de uma cena em que há uma prostituta num quarto em que estavam o personagem de Pitt e seu companheiro. Além disso, não se cria nenhuma expectativa quanto ao resultado final do filme - é apenas uma sequência descritiva do trabalho do personagem de Brad Pitt.

Enfim, não sabemos se o filme se tornará ou não um cult movie, embora pareça ser esta a intenção do diretor. O cinema deve, antes de tudo, ser uma diversão para o público em geral, não para um grupo restrito. Não acho que este filme tem futuro na história da sétima arte, mas é uma aposta até certo ponto arriscada de minha parte. Só o futuro dirá.

Cotação: * * 1/2

SUCESSO DE BILHETERIA: Não.

SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Não.

SUCESSO DE CRÍTICA: Sim.

PRÊMIOS: Nenhum.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

"OS ESTRANHOS" ("THE STRANGERS", )

File:Strangersposter.jpgThrillers, na acepção do vernáculo de Shakespeare, não indica propriamente um filme de terror, mas sim um filme que mexe com o lado emocional das pessoas,  impingindo-as uma sensação de medo diante de situações de perigo e tensão. E, para exemplificar o que é um thriller, nada melhor que "Os Estranhos", um dos filmes com maior nível de suspense dos últimos anos.
O filme é um grande exercício do dueto suspense e terror. Estão ali todos os elementos responsáveis pela sensação de medo. Todos são clichês, não há novidades. Mas o tratamento recebido pelos realizadores do filme é digno de nota - os clichês bem trabalhados  resultaram em um ótimo filme, repleto de sustos e situações tensas.

O enredo é simples. Um casal em crise vai para a casa de campo depois de um casamento e, isolados, passam a ser assediados por uma família um tanto estranha e sem rosto - um homem e duas meninas. O que se sucede é uma jornada apavorante de terror, com direito a batidas na porta, aparecimento e desaparecimento de vultos dos vilões sem que os heróis percebam, escritos nas paredes, etc.

Os protagonistas, Liv Tyler e Scott Speedman, Kirsten e James, respectivamente, defendem bem seus respectivos papéis.

Enfim, um dos grandes filmes da safra de terror pós ano 2000, que vale a pena ser visto. E de luz apagada! 

Cotação: * * * *

TOP 100 - MELHORES THRILLERS DE TODOS OS TEMPOS

SUCESSO DE BILHETERIA: Não.

SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Sim.

SUCESSO DE CRÍTICA: Não.

PRÊMIOS: Nenhum.

Crítica 33

sábado, 10 de novembro de 2012

"TYSON" ("TYSON", 2008)

File:Tysonfilmposter.jpgUm documentário extremamente interessante nos revela uma faceta mais humana daquele que foi uma das maiores lendas da história do boxe: Mike Tyson.

O "Iron Man" (Homem de Ferro), que sabidamente conta com uma história interessante, merecia um documentário à altura de sua lenda, e conseguiu. O primeiro filme sobre Tyson, da HBO, de 1995, também foi um bom filme (* * *), embora menos profundo que este.

A história do lendário lutador é mesmo um drama. Retirado do submundo do crime pelo mentor Cus D´Amato, Tyson começou a trilhar o sucesso nos campeonatos amadores até que, em 1986, destruiu no segundo assalto o até então campeão mundial dos peso-pesados Trevor Berbick. Seu mentor nem mesmo chegou a ver este sucesso. E a perda de Cus foi significativa para o que viria pela frente para a fera. Envolvimento com mulheres o levaram à bancarrota, tanto financeira, quanto esportivamente. O que se viu foi uma progressiva decadência do imbatível "Iron Man", até a sua primeira derrota, para o inexpressivo "Buster" Douglas e a prisão, em decorrência de suposto estupro praticado contra a jovem Desiree Washington.

O enredo é narrado pelo próprio Tyson que, no auge de sua sinceridade, torna mito alguns - a exemplo de Cus D´Amato e torna monstro outros - a exemplo de Don King, o inescrupuloso empresário de boxe.

Também o filme mostra o porquê de um dos episódios mais memoráveis de sua carreira - a mordida na orelha de Holyfield, na segunda luta entre os dois. Aliás, foram duas mordidas. A explicação de Tyson, que é também facilmente visualizável nas lutas: as cabeçadas dadas pelo "Real Deal". Holyfield usou e abusou de uma tática suja, para minar a resistência de Tyson, porque só assim poderia vencer. E Tyson, num acesso de fúria (dentre tantos outros que teve na vida), resolveu revidar. Não que isso justifique, mas sim ajuda a explicar.

Conta ainda outras curiosidades sobre o astro, como, por exemplo, a origem de sua tatuagem no rosto - homenagem aos maoris neozelandeses; a mudança de religião durante o período em que esteve preso; dentre outras tantas.

Enfim, Tyson é um personagem de que realmente tenho muito para falar, já que foi um dos meus ídolos no esporte - não na vida, diga-se. Considero firmemente que, se tivesse mais cabeça, Tyson poderia ser um dos três maiores pugilistas da história. Mas o seu exemplo de auge e decadência pode mostrar aos mais jovens algumas liçoes importantes, para que não cometam os mesmos erros.

Cotação: * * * 1/2

SUCESSO DE BILHETERIA: Não.

SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Sim, mas há controvérsias.

SUCESSO DE CRÍTICA: Sim.

PRÊMIOS: Nenhum.

Crítica 32

"TYSON" ("TYSON", 2008)

File:Tysonfilmposter.jpgUm documentário extremamente interessante nos revela uma faceta mais humana daquele que foi uma das maiores lendas da história do boxe: Mike Tyson.

O "Iron Man" (Homem de Ferro), que sabidamente conta com uma história interessante, merecia um documentário à altura de sua lenda, e conseguiu. O primeiro filme sobre Tyson, da HBO, de 1995, também foi um bom filme (* * *), embora menos profundo que este.

A história do lendário lutador é mesmo um drama. Retirado do submundo do crime pelo mentor Cus D´Amato, Tyson começou a trilhar o sucesso nos campeonatos amadores até que, em 1986, destruiu no segundo assalto o até então campeão mundial dos peso-pesados Trevor Berbick. Seu mentor nem mesmo chegou a ver este sucesso. E a perda de Cus foi significativa para o que viria pela frente para a fera. Envolvimento com mulheres o levaram à bancarrota, tanto financeira, quanto esportivamente. O que se viu foi uma progressiva decadência do imbatível "Iron Man", até a sua primeira derrota, para o inexpressivo "Buster" Douglas e a prisão, em decorrência de suposto estupro praticado contra a jovem Desiree Washington.

O enredo é narrado pelo próprio Tyson que, no auge de sua sinceridade, torna mito alguns - a exemplo de Cus D´Amato e torna monstro outros - a exemplo de Don King, o inescrupuloso empresário de boxe.

Também o filme mostra o porquê de um dos episódios mais memoráveis de sua carreira - a mordida na orelha de Holyfield, na segunda luta entre os dois. Aliás, foram duas mordidas. A explicação de Tyson, que é também facilmente visualizável nas lutas: as cabeçadas dadas pelo "Real Deal". Holyfield usou e abusou de uma tática suja, para minar a resistência de Tyson, porque só assim poderia vencer. E Tyson, num acesso de fúria (dentre tantos outros que teve na vida), resolveu revidar. Não que isso justifique, mas sim ajuda a explicar.

Conta ainda outras curiosidades sobre o astro, como, por exemplo, a origem de sua tatuagem no rosto - homenagem aos maoris neozelandeses; a mudança de religião durante o período em que esteve preso; dentre outras tantas.

Enfim, Tyson é um personagem de que realmente tenho muito para falar, já que foi um dos meus ídolos no esporte - não na vida, diga-se. Considero firmemente que, se tivesse mais cabeça, Tyson poderia ser um dos três maiores pugilistas da história. Mas o seu exemplo de auge e decadência pode mostrar aos mais jovens algumas liçoes importantes, para que não cometam os mesmos erros.

Cotação: * * * 1/2

SUCESSO DE BILHETERIA: Não.

SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Sim, mas há controvérsias.

SUCESSO DE CRÍTICA: Sim.

PRÊMIOS: Nenhum.

Crítica 32

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

"SOB O SOL DA TOSCANA" ("UNDER THE TUSCAN SUN", 2003)

File:Under the tuscan sun poster.jpg
Poster do filme.
Eis um filme que vai agradar em cheio o público feminino: "Sob o Sol da Toscana", baseado no livro homônimo escrito pela americana Frances Mayes.

O enredo é interessante. Tudo começa quando duas amigas homossexuais de Frances Mayes (isso mesmo, a própria escritora é a personagem do filme, interpretada pela bela Diane Lane) oferecem a ela a oportunidade de uma viagem à Toscana, em uma excursão para gays. Aproveitando o fato de que tinha acabado de se divorciar, aliado à problemas de concentração em seu apartamento (leia-se barulhos), a escritora resolve mesmo tomar rumo para terras italianas. Chegando em Cortona, encanta-se com a cidade e com uma casa e resolve ali ficar. Daí para frente, uma série de situações advindas do envolvimento da escritora na comunidade geram risos e dramas.

Diane Lane, embora não tenha um carisma formidável, empresta leveza e simpatia à personagem.


Destaque também para a interpretação pontual de Lyndsay Duncan, que faz Katherine. Em um dado momento, ela homenageia Fellini interpretando cena similar àquela de Anita Ekberg na Fontana de Trevi, famosa no filme "La Dolce Vita".

As locações em Cortona são belíssimas, assim como a fotografia. Também há uma parte rodada na Costa Almafitana, uma paisagem sublime, além de Roma e Florença.

O enredo, às vezes previsível, é mais interessante que pedante. E traz ótimas soluções ao final.

Curiosidade: realmente a escritora Frances Mayes adotou Cortona como cidade base, para as suas sempre presentes incursões literárias. Muito embora há muito de ficção no desenvolvimento do enredo do filme.

Enfim, um programa que certamente agradará em cheio ao público feminino, mas que também poderá servir de diversão à toda a família.

Cotação: * * *

SUCESSO DE BILHETERIA: Não.

SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Sim, mas há controvérsias.

SUCESSO DE CRÍTICA: Sim, mas há controvérsias.

PRÊMIOS: Nenhum.

Crítica 31

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

"A HORA DO ESPANTO" ("FRIGHT NIGHT", 2011)

Um dos filmes emblemáticos dos anos 80, "A Hora do Espanto" é considerado uma das melhores obras do gênero, ou subgênero, terrir (terror + comédia), de todos os tempos. Lançado em 1985, é um filme extremamente interessante, com um bom roteiro e atuações memoráveis.

Não é o que acontece com esta versão "remake" de 2011.

Nesta, o filme não tem a mesma simpatia do original. Os próprios atores não conduzem seus papéis com o mesmo carisma dos anteriores.

A hístória é bem bolada. Nela, um adolescente percebe que seu vizinho é uma pessoa muito estranha. Com o tempo, descobre que é um vampiro. A partir desta premissa, situações divertidas e engraçadas se sucedem, até o desfecho.

O "remake" tem um clima mais pesado que o original, com uma filmagem bastante escura que desagradou, e muito, críticos de cinema em todo o mundo. É mesmo impossível discordar dessa crítica. A ambientação escura não faz bem aos olhos do espectador, e também não aumenta o terror.

Enfim, é um filme que não chega nem aos pés do original. Deixa a desejar. Serve, entretanto, como um entretenimento regular de domingo à tarde.

Cotação: * * 1/2

SUCESSO DE BILHETERIA: Não.

SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Não.

SUCESSO DE CRÍTICA: Sim, embora relativo. Considerado um filme mediano.

PRÊMIOS: Nenhum.

Crítica 30

terça-feira, 30 de outubro de 2012

"O BEBÊ DE ROSEMARY" ("ROSEMARY´S BABY, 1968)

File:Rosemarys baby poster.jpg
Poster do filme. Em www.en.wikipedia.org
O melhor filme de Roman Polanski é, também, um dos melhores filmes de terror de todos os tempos. Trata-se de "O Bebê de Rosemary", estrelado por Mia Farrow e John Cassavetes.

O filme é um terror psicológico dos mais interessantes. Nele, uma autêntica "confraria do diabo", ou seja, um conjunto de pessoas que tinha pacto com o demônio,  prepara um anticristo, que nasceria da escolhida Rosemary.  Para isso, usam e abusam de artimanhas, incluindo um médico especialmente contratado, uso de pílulas dopantes, etc.

O que se vê durante o filme é uma tensão crescente. Uma atônita Rosemary passa a descobrir que seu filho que está para nascer é, na verdade,  o satã em pessoa.

Tecnicamente perfeito, o filme também traz grandes atuações. Destaque para Mia Farrow, casada à época com Frank Sinatra. A transformação da atriz durante a projeção do longa é digna de nota. Com o passar do tempo, a insanidade toma conta dela. Dizem que, por causa do filme, Sinatra pediu divórcio de Mia.
Baseado no best-seller "A Semente do Diabo", de Ira Levin.

Um filme macabro. Bem ao gosto dos fãs do gênero! Curiosidade: foi filmado no famoso edifício Dakota, o mesmo em que John Lennon foi assassinado, em  Nova Iorque.

Enfim, um dos melhores filmes de terror de todos os tempos, para ser visto e revisto, sempre com o mesmo e fundamental prazer!

Cotação: * * * * *

TOP 100 - MELHORES THRILLERS DE TODOS OS TEMPOS

SUCESSO DE BILHETERIA: Não.

SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Sim.

SUCESSO DE CRÍTICA: Sim.

PRÊMIOS

01 Oscar - "Melhor Atriz Coadjuvante" (Ruth Gordon). Indicado ainda para "Melhor Roteiro Adaptado".

01 Globo de Ouro - "Melhor Atriz Coadjuvante" (Ruth Gordon) . Indicado ainda em três outras categorias, incluindo "Melhor Atriz" (Mia Farrow).

Crítica 29

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

"ATIVIDADE PARANORMAL 4" ("PARANORMAL ACTIVITY 4", 2012)

A franquia "Atividade Paranormal" parece não ter fim. Já estamos no quarto capítulo da saga, e os produtores sempre deixam uma brecha para a continuação.

Mas desta vez parece que a história, que antes era novidade, deu sinais evidentes de cansaço definitivo. O filme não consegue mais atender as expectativas nem mesmo dos amantes dos filmes de terror.

Aliás, o grande trunfo do filme inicial da série, "Atividade Paranormal" (cotação * * * *) era justamente aproximar o abstrato (os espíritos) do concreto (os seres humanos), sem apelar para situações alucinantes ou impossíveis de acontecer na prática. Enfim, parecia mesmo ser possível ter acontecido aquilo na realidade, principalmente para quem acredita em outras vidas. E havia um bom  e crescente suspense. O que acontece nesta quarta sequência é justamente o contrário. Aqui, há espaço para situaçoes absolutamente inverossímeis, algumas até risíveis. E o suspense só vai se perdendo ao longo da projeção.

Outro ponto fraco desta quarte parte da franquia é justamente o mau uso da câmera. O que era o ponto forte da primeira parte, aqui tem sua pior destinação. As câmeras bem instaladas e que geravam as situações de medo são substituídas por computadores. Em um dos espaços, a imagem é cheia de pontos, péssima, o que tira o suspense das cenas. E, para piorar (como se isso fosse possível), entra em cena um ator absolutamente sem graça e que não convence nem mesmo como "nerd" da computação.

Aliás, praticamente todos os atores são péssimos. Um deles, que faz o papel de pai da protagonista, chega a ser até patético. Mas também, com um roteiro desses, nem mesmo um Robert De Niro sairia bem neste papel.

O final chega a ser engraçado. Prova de que, quando o terror desaparece, inicia-se a comédia.

De tudo, resta uma constatação: esqueça este filme e contente-se com a primeira parte.

Cotação: BOMBA

SUCESSO DE BILHETERIA: Não.

SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Não.

SUCESSO DE CRÍTICA: Não.

PRÊMIOS: Nenhum.

Crítica 28

domingo, 21 de outubro de 2012

"SEM SAÍDA" ("ABDUCTION", 2011)

File:Abduction Poster.jpgO cinema americano sempre explorou a temática da perseguição a um ser inocente, que não tem condições, e nem tempo, de provar a sua inocência. O melhor de todos estes filmes é justamente o hitchcokiano "Intriga Internacional" ("North By Northwest", 1959), um dos melhores filmes de suspense de todos os tempos (cotação * * * * *).

Neste "Sem Saída", a fórmula é repetida, mas não se trata de um filme cansativo ou ruim. Pelo contrário. O filme é ágil, não tem muitos furos no roteiro e a atuação dos atores adolescentes é digna de nota.

Na película, Taylor Lautner é Nathan,  o homem errado, ingênuo, que sem saber de nada, inclusive de suas origens e do porquê dos acontecimentos,  se vê perseguido tanto por agentes do governo, quanto por criminosos. Tudo por causa de uma lista comprometedora, que estaria em posse do rapaz.

O próprio cartaz do filme dá as pistas do que vem pela frente: a luta pela verdade será a luta pela sua própria vida. Uma coisa, a verdade, está atrelada à outra, a própria vida do rapaz. É nisso que o roteiro se agarra.

Taylor Lautner e Lily Collins, os dois astros principais da trama, são jovens e têm um futuro promissor em Hollywood. Desempenham, com muita garra e talento, seus respectivos papéis.

Enfim, é uma boa opção de entretenimento, em que o espectador certamente não terá tempo nem mesmo para respirar.

Cotação: * * * 1/2

SUCESSO DE BILHETERIA: Não.

SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Sim, mas há controvérsias.

SUCESSO DE CRÍTICA: Sim, mas há controvérsias.

PRÊMIOS: Nenhum.

Crítica 27

terça-feira, 9 de outubro de 2012

INTOCÁVEIS (INTOUCHABLES, 2011)

O melhor filme exibido nos cinemas brasileiros neste ano de 2012 não vem de Hollywood, mas sim da terra dos gauleses: é o francês "Intocáveis", inesperado sucesso mundial  e segunda maior bilheteria da história do cinema francês.

E o sucesso é bastante merecido.

Trata-se de uma das melhores comédias dos últimos anos, tratando de maneira bastante interessante um tema nem sempre tão fácil: a relação de amizade que se estabelece entre um empregado negro, advindo de classe social mais baixa e um portador de necessidades especiais milionário.

O interessante do filme é que o roteiro consegue se livrar do sentimentalismo, típico nesses tipos de história. A atuação dos atores - François Cluzet, o mais famoso ator francês do momento e Omar Sy, um espetacular ator à caminho de Hollywood - empresta grande charme à película. Há  momentos divertidíssimos aos montes, notadamente com o excelente Sy, e outros, em menor escala,  um tanto dramáticos. Em todos eles, é bom que se diga, os atores se saem bem. E a afinada dupla central ainda conta com um excelente elenco de apoio, que literalmente não "deixa a peteca cair".

O filme todo é um grande prazer. Impossível não rir das diversas situações criadas que exploram, notadamente, os contrastes sociais existentes entre o negro e o milionário tetraplégico. Contrastes sociais que são explorados no filme de uma maneira bacana também, com muita sutileza, no sentido de ser sem exageros. Mas será por que o tema é tratado com tanta sutileza? Acredito que seja um "tapa de luva" na sociedade francesa, já que mostra claramente os conflitos existentes entre os franceses e os descendentes de ex-colônias, como é o caso do Senegal, e como os primeiros podem ser dependentes dos segundos.

É uma história baseada em fatos reais. Ponto para os dois personagens reais, que puderam transmitir uma história tão humana para o cinema, que, por sua vez, transformou-a em um roteiro superinteressante e que prende a atenção o tempo todo do espectador.

Enfim, um filme para se ver e rever. E para rir com gosto, mostrando que, mesmo nas situações mais dramáticas, é possível se encontrar a felicidade e uma amizade sincera.

Cotação: * * * 

SUCESSO DE BILHETERIA: Sim.

SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Sim.

SUCESSO DE CRÍTICA: Sim.

PRÊMIOS: 01 César - "Melhor Ator 2012" - Omar Sy. Indicado a ainda 08 categorias no César. Omar Sy ainda ganhou de melhor ator  nos prêmios "Sakura 2012",  "Prix Lumiere´s 2012"  e  "Globo de Cristal 2012".

Crítica 26

domingo, 16 de setembro de 2012

"CASABLANCA" ("CASABLANCA", 1942)

File:Casablanca, title.JPGO melhor filme de Hollywood de todos os tempos. Um dos melhores romances da história. A maior química romântica entre uma dupla de atores. Tudo isso é dito quando se traz à discussão "Casablanca", filme de 1943, dirigido por Michael Curtiz e estrelado por Humphrey Bogart e Ingrid Bergman.

E, convenhamos, o clássico faz mesmo jus à fama.

É simplesmente perfeito. E o curioso: surgiu da imperfeição. Segundo relatos históricos, tudo foi feito às pressas na época: roteiro, escolha do elenco, escolha do diretor.

Mas tudo acabou dando certo, comprovando que, muitas vezes, o cinema é a arte do acaso.

A história se passa em plena Segunda Grande Guerra, na cidade marroquina de Casablanca. Ali estava instalada uma possessão da "França de Vichy", nome dado ao governo fantoche francês, eis que uma extensão do poder da Alemanha de Hitler, que havia ocupado a França entre 1940-1944. Humphrey Bogart é Rick, dono de um bar que recebia desde soldados alemães até refugiados que desejavam desesperadamente por chegar ao Novo Mundo (a América). Rick, um dia, recebe de um homem (Ugarte, interpretado por Peter Lorre), duas cartas de trânsito, o equivalente a vistos para que qualquer pessoa pudesse chegar à América. Mal sabia Rick que as duas cartas poderiam ajudar uma ex-amante sua, Ilsa, interpretada por Ingrid Bergman, por quem nutria um amor incondicional,  e seu marido espião, a fugir para Lisboa e chegar ao novo continente. A partir daí, uma sucessão de situações e encontros amorosos entre a dupla central acontecem, até o desfecho final.

O elenco excepcional, incluindo os coadjuvantes, ajuda a elevar o nível do filme. Ademais, o roteiro, simplesmente perfeito e bem coordenado, teve uma merecida condecoração do "Academy Awards", conhecido no Brasil como Oscar. Aliás, o filme ganhou outras duas estatuetas: melhor filme e melhor diretor - Michael Curtiz.

Destaque para a beleza da sueca Ingrid Bergman. Considero-a a atriz hollywoodiana mais linda de todos os tempos, talvez dividindo o primeiro posto com a magnífica Grace Kelly. Especialmente neste filme, Bergman está no auge de sua beleza. 

Vale salientar ainda a espetacular trilha sonora do filme, incluindo a clássica "As Time Goes By", que ajudou a embalar o romance, tumultuado por vezes, da dupla Rick (Bogart) e Ilsa (Bergman). Curiosamente, a música tema do filme não era inédita, daí a impossibilidade de concorrer ao Oscar - foi lançada em 1931, mais de uma década antes.

Assim, não é sem razão que o filme esteja nas listas dos melhores de todos os tempos. Vale a pena sempre revisitá-lo! Um prazer inesgotável para os cinéfilos!

Cotação: * * * * *

TOP 100 - MELHORES FILMES DE TODOS OS TEMPOS

TOP 100- MELHORES ROMANCES DE TODOS OS TEMPOS

SUCESSO DE BILHETERIA: Não.

SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Sim.

SUCESSO DE CRÍTICA: Sim.

PRÊMIOS:   03 Oscars - "Melhor Filme", "Melhor Diretor" (Michael Curtiz) e "Melhor Roteiro" , mais 04 indicações ("Melhor Ator", "Melhor Ator Coadjuvante", " Melhor Montagem", "Melhor Música).

Crítica 25

"E O VENTO LEVOU" ("GONE WITH THE WIND", 1939)

Olá!

File:Poster - Gone With the Wind 01.jpg
Poster do filme. Em www.en.wikipedia.org
A resenha de hoje é sobre o mais emblemático dos filmes hollywoodianos: "E o Vento Levou", de 1939, produzido por David Selznick, baseado no romance homônimo  de Margareth Mitchell.

A película ganhou 8 oscars, dentre eles, de filme, direção e atriz- para Vivien Leigh. Aliás, Vivien, perfeita no papel de Scarlett O´Hara, nem era a mais cotada para o papel - Paulette Goddard era uma das favoritas. No entanto, a belíssima e charmosa atriz conseguiu o mais marcante papel de sua carreira - e, porque não, o mais famoso papel feminino de todos os tempos.

O filme ainda hoje desperta paixão no mundo inteiro, justamente pela sua história épica, bastante romanceada, mas ao mesmo tempo dramática.  Dramática porque invoca um duro período da história americana - a "Guerra de Secessão", que envolveu os ianques do Norte ( região industrializada) frente aos confederados do Sul (economia de base agrária e escravocrata). A história, e o filme, mostra o massacre protagonizado pelos ianques (a chamada "União"), causando morte e destruição aos sulistas.

A partir da guerra, que simplesmente aniquilou o sul, uma sucessão de eventos desastrosos começa a ocorrer na vida de Scarlett O´Hara, sulista e proprietária da fazenda "Tara". No lado financeiro, viu-se obrigada a se casar várias vezes por dinheiro, para cobrir as despesas crescentes com sua fazenda Tara; no lado pessoal, muitos encontros e desencontros com o amor de sua vida (que ela demorou demais a descobrir!), Rhett Butler, além de algumas tristes tragédias.

Enfim, o filme é magnífico. Tudo é superlativo. A trilha sonora, de Max Steiner,  ainda hoje famosa; os figurinos; a direção de arte; e, até mesmo, os efeitos visuais, bastante interessantes para a época.

Os atores parecem perfeitos para os respectivos papéis. Impressionante o carisma de Vivien Leigh na interpretação de Scarlett O´Hara, uma mulher forte, de personalidade, mas ao mesmo tempo com uma carência de afetividade enorme. Destaque também para Olivia De Havilland, que ganhou uma merecida indicação ao oscar na época pela interpretação de Melanie,  e para Hattie McDaniel, que interpretou a empregada de Scarlett O´Hara com intensa sensibilidade. Clark Gable se saiu bem também como o carismático Rhett Butler, mas levou apenas a indicação ao prémio máximo do cinema.

Curiosidade: a famosa trilha sonora não levou o "Academy Awards", mas até hoje é lembrada. Mais uma injustiça da Academia, como tantas outras (Chaplin, Hitchcock, etc).

Um dos melhores filmes de todos os tempos, um dos maiores clássicos da história do cinema, ainda hoje cultuado, " E o Vento Levou" é para se ver e rever. Sempre com o mesmo entusiasmo.

Cotação : * * * * *

TOP 100 - MELHORES FILMES DE TODOS OS TEMPOS

TOP 100 - MELHORES ROMANCES DE TODOS OS TEMPOS

SUCESSO DE BILHETERIA: Sim.

SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Sim.

SUCESSO DE CRÍTICA: Sim.

PRÊMIOS: 08 Oscars - "Melhor Filme", "Melhor Diretor" (Victor Fleming), "Melhor Atriz" (Vivien Leigh), "Melhor Roteiro Adaptado" , "Melhor Atriz Coadjuvante" (Hattie McDaniel), "Melhor Montagem", "Melhor Edição", "Melhor Direção de Arte". Ainda concorreu em 04 outras categorias.

Crítica 24

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

HELLBOY ("HELLBOY", 2004 )

File:Hellboy poster.jpg
Cartaz do filme. Fonte: www.en.wikipedia.org
Hellboy. Um filme de fantasia absolutamente surpreendente. É, sem sombra de dúvidas, uma das melhores adaptações de histórias em quadrinhos feita para o cinema, brilhantemente dirigida por Guilhermo Del Toro.

Tudo funciona de maneira perfeita no filme. Os personagens são encaixados, os efeitos especiais são ótimos, os atores dão conta do recado (principalmente Ron Perlman, que faz o herói, e Selma Blair, que faz Liz, a amada de Hellboy) e a fotografia é brilhante.

O roteiro, então, passa longe da simplicidade de outras adaptações, trazendo uma boa e interessante história como pano de fundo.

O filme tem início ainda na Segunda Guerra, mais precisamente em 1944, quando experimentos secretos de Hitler, envolvendo forças malignas de outras dimensões (o inferno, diga-se), com o objetivo de derrotar os aliados, vieram à baila, trazendo à vida justamente um pequeno ser com chifres pequenos e mãos grandes,  apelidado de Hellboy. Ocorre que o pequeno ser, que mais tarde viria a se tornar um forte e musculoso "vermelhão", acabou se bandeando para o lado do bem, passando a combater forças do mal (notadamente uma ocultista e um ciborgue assassino, que objetivavam libertar Rasputin, que, por sua vez, objetivava destruir o mundo liberando um demônio), no chamado "Bureau de Pesquisa e Defesa Paranormal", divisão do governo que poucos cidadãos conheciam.

Mas nem só de ação vive a trama. Dois momentos são marcantes.

O primeiro, quando Hellboy fica com ciúmes do encontro de seu parceiro com a mulher que ama, Liz, que detém poderes pirocinéticos. Em cima de um edifício, ele e um menino de nove anos protagonizam cenas bastante divertidas. Em uma delas, o garoto aconselha Hellboy a ir até a garota e expressar tudo que estava sentindo. Hellboy, mais que depressa, disse que um garoto de nove anos não tem muitas condições de dar conselhos. Simplesmente hilário.

O segundo, justamente quando Hellboy aproxima-se de Liz, sua amada e diz duas coisas: a primeira, que não tem como ficar diferente (a sua aparência física); segundo, que ele nunca desistiria do amor dela. No que ela responde: "Gosto disso". Nesse ponto, é mesmo acertada a idéia do personagem principal, já que nunca se deve desistir de viver um grande amor.

Enfim, é um filme bastante interessante, aclamado pela crítica mundial pela criatividade e engenhosidade das soluções da trama.


Cotação: * * * 1/2

SUCESSO DE BILHETERIA: Não.

SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Sim, mas há controvérsias.

SUCESSO DE CRITICA: Sim.

PRÊMIOS: Nenhum.

Crítica 23

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

"UM DRINK NO INFERNO" ("FROM DUSK TILL DAWN", 1996)

File:From dusk till dawn poster.jpgEscrito por Quentin Tarantino e dirigido por Robert Rodriguez, "Um Drink no Inferno", filme de 1996, é uma boa opção de entretenimento.

É, basicamente, um filme de ação, muito embora seu final possa levar as pessoas a pensar no gênero terror. A película começa em ritmo alucinante, mostrando dois irmãos extremamente malucos - os "Gecko", representados por Quentin Tarantino e George Clooney, em fuga, não menos alucinante, da polícia. Fazem reféns, matam pessoas inocentes e fogem da polícia, até que conseguem sequestrar uma família, comandada por um pastor (Harvey Keitel, que segura muito bem o papel), atravessando a fronteira com o México. Lá, em pleno  país do sombreiro, no entanto, eles têm uma desagradável surpresa ao adentrar em um bar pra lá de esquisito.

Vale ver George Clooney ainda em início de carreira no cinema e um atormentado Tarantino, em um papel extremamente forte que mistura altas doses de bandidagem e estupro.

Juliette Lewis, atriz um tanto sumida nos tempos atuais mas predominante nos anos 90, também tem uma atuação bacana, como a corajosa filha do pastor sequestrada pelos dois irmãos marginais.

O filme não deixa o espectador na mão - é ação ininterrupta do início ao fim. Primeiro, ação típica de filmes policiais; depois, ação típica de filmes de terror.

Não é o melhor filme da dupla Quentin Tarantino - Robert Rodriguez, está longe de ser, mas é uma boa diversão para quem procura tão-somente entretenimento.

O filme foi relançado em DVD, em um pacote que inclui ainda "Sin City", outra obra de Robert Rodriguez.

Cotação: * * *

SUCESSO DE BILHETERIA: Não.

SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Sim, mas há controvérsias.

SUCESSO DE CRÍTICA: Não.

PRÊMIOS: Nenhum.

Crítica 22

terça-feira, 31 de julho de 2012

"O ESPETACULAR HOMEM-ARANHA" ("THE AMAZING SPIDER-MAN", 2012)

File:The Amazing Spider-Man theatrical poster.jpeg
Poster do filme. Em "www.en.wikipedia.org".
O cinema parece não se cansar de explorar os heróis "Marvel". E o ano de 2012 marcou o relançamento da franquia inspirada nas histórias de Peter Parker, uma criação de Stan Lee. Eis o "Espetacular Homem-Aranha".

O filme tem a nítida intenção de dar início a uma nova franquia. A anterior, estrelada por Tobey Maguire em três partes, deu sinais de cansaço com sua fraca terceira parte, muito embora as duas primeiras, principalmente a segunda, são muito boas. 

Agora a trilogia de Sam Raimi deu lugar a uma nova saga, desta vez tendo como pano de fundo o romance entre Peter Parker e Gwen Stacy, esta a namorada mais famosa do aranha nos quadrinhos que, na trilogia anterior, somente apareceu, discretamente e engolida por Mary Jane, na terceira parte.

Em "O Espetacular Homem-Aranha" temos toda a origem do personagem, desde a picada do herói por aranha cobaia de testes, passando pela morte do seu tio Ben, até a sua luta contra o Lagarto, criação do alucinado Dr. Connors e fruto de uma experiência genética mal-sucedida.

Em geral, os atores convencem, embora a personagem Mary Jane, na trilogia anterior, passasse uma formosura e charme bem maiores que Gwen Stacy provoca neste filme. Mas, diga-se, Emma Stone é uma mulher muito bonita, e sua beleza e charme também produzem efeitos positivos no resultado final da película e na atenção da platéia. Sem dúvida, a aqui "namorada do Aranha" já pode ser considerada uma boa atriz da nova geração hollywoodiana.

O ator Andrew Garfield, por sua vez, parece uma escolha acertada para a nova franquia. O astro se sai bem nas cenas em que se enfatiza o bom humor no filme, notadamente quando a película  mostra as habilidades e a força do super-herói. E engata um romance muito simpático com a mocinha do filme, estabelecendo uma "química" entre o par central.

O filme tem um ar adolescente, e ainda conta com efeitos especiais especialmente engendrados para o formato 3D. Talvez a idéia de ver o filme nesse formato seja a melhor escolha mesmo.

O vilão Lagarto é muito caricatural e é um dos pontos fracos do filme. Outro aspecto negativo fica por conta  da atuação de Martin Sheen, que faz o papel de "Tio Ben", o pai adotivo de Peter Parker. Ele, definitivamente, não parece à vontade para fazer o papel, não conseguindo emprestar simpatia ao personagem.

Vale ressaltar também as espetaculares cenas de ação. A melhor é a sequência que o Homem-Aranha finalmente descobre que o seu trabalho é muito maior do que simplesmente procurar a vingança contra o assassino de seu tio. A salvação do menino em um carro em chamas, a beira de um precipício na ponte, é a chamada que faltava para o Aranha enxergar sua nobre missão - lutar pela vida dos outros.

Outro ponto bastante interessante, e positivo, da película é a outra luta marcante do personagem, desta vez pela maturidade. Peter Parker é aquele adolescente que ainda não sabe o verdadeiro sentido da vida, mas vai descobrindo aos poucos, apanhando muito, inclusive fisicamente. Aliás, nunca o "Homem-Aranha" apanhou tanto, embora tenha superpoderes...

Enfim, "O Espetacular Homem-Aranha" só é superior mesmo ao terceiro capítulo da saga anterior. Não repete, portanto, o êxito do segundo filme, disparadamente o melhor, e fica no mesmo patamar do primeiro estrelado por Tobey Maguire. Mas é um bom entretenimento.

Atenção: não saia do cinema antes dos créditos finais de elenco. Há uma cena no final que dá uma pista do que poderá vir pela frente na franquia.

Cotação: * * *

SUCESSO DE BILHETERIA: Sim.

SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Sim.

SUCESSO DE CRÍTICA: Sim, mas há controvérsias.

PRÊMIOS: Nenhum.

Crítica 21

quinta-feira, 26 de julho de 2012

"ARRASTE-ME PARA O INFERNO" ("DRAG ME TO HELL", 2009)


File:Dragmetohell.jpg
Poster do filme. Em "www.en.wikipedia.org".

Sam Raimi, quando se aventurou pelo cinema de terror nos anos 80, se deu bem (vide “Evil Dead”, de 1981 e sua refilmagem superior “Evil Dead 2", 1987). A sua volta ao gênero, com “Arraste-me para o Inferno” ("Drag me to Hell"), quase trinta anos depois, é triunfal.

Triunfal porque, além de um bom roteiro, o filme trabalha magistralmente com todos os clichês dos filmes de terror, sem ser cansativo ou pedante.

A atriz principal, Alison Lohman, se não é excelente, é uma mulher definitivamente muito charmosa. Ela é Christine, gerente de um banco que deixa de conceder um empréstimo para uma senhora pra lá de esquisita, chamada Ganush (interpretada de maneira convincente pela atriz Lorna Raver). A partir da humilhação, a referida senhora evoca os espíritos contra a gerente que, a princípio, não dá atenção para o fato. Ocorre que coisas estranhas começam a acontecer, até que ela descobre, por meio de um "médium", que só tem três dias para reverter a maldição imposta pela idosa. O que se sucede é um embate, cheio de situações engraçadas, que nos remetem ao subgênero terrir, que mistura, justamente, terror e comédia (sensações muito próximas, aliás).

O filme é muito interessante, com uma história envolvente, que vale a pena ser assistido. No final, Raimi parece sentir saudades de seu clássico “A Morte do Demônio” e o homenageia, com maestria, em uma cena engraçadíssima. Um thriller para relembrar os bons tempos do cinema de terror.

COTAÇÃO: * * * *

TOP 100 – MELHORES THRILLERS DE TODOS OS TEMPOS.

SUCESSO DE BILHETERIA: Não

SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Sim.

SUCESSO DE CRÍTICA: Sim.

PRÊMIOS: Nenhum.

Crítica 20

domingo, 8 de julho de 2012

"BRADDOCK - O SUPER COMANDO" ("MISSING IN ACTION", 1984)


File:Missing in action (film poster).jpg
Poster do filme. Fonte: http://www.en.wikipedia.org/
Muitos filmes marcaram a década de 80, saudosa época para muitos. Em matéria de filmes de ação, além de Stallone e Schwarzenegger, um grande nome foi sem dúvida Chuck Norris.

Chuck Norris é um ex-atleta de Caratê, campeão mundial da modalidade por sete vezes na década de sessenta, que resolveu se aventurar nas telonas. "Braddock", filme de 1984, é o seu maior sucesso, gerando, inclusive, duas continuações.

O filme foi produzido pela dupla de primos israelenses Golan e Globus, os mesmos que produziram "Desejo de Matar", com Charles Bronson e "Invasão dos Estados Unidos" e "Força Delta", com Chuck Norris.

Muitos dizem que Chuck Norris, quando fala, demonstra que não é um bom ator. Mas penso diferente: Chuck Norris está ali para agir, não para falar. E agindo, faz muito bem.

No filme, ele é o General Braddock, que só tem uma coisa em mente, depois do fim da Guerra do Vietnã: resgatar americanos presos ainda naquele país. Desta "lenda", que povoou a imaginação dos americanos por muito tempo, sobressai-se a linha condutora do filme. Braddock passa a investir pesado nos "donos" do regime vietnamita em busca do seu objetivo.

O filme é daqueles de ação ininterrupta, com destaque para algumas cenas. Em uma delas, Braddock, vigiado intensamente no hotel em que está hospedado em Saigon (atual Ho Chi Mihn), sai pela janela, escalando todo o prédio, vai à sede do governo vietnamita, mata o líder, volta para o mesmo quarto e ainda dorme na cama com uma bela mulher americana que estava junto dele no país do sudeste asiático. Tudo para forçar um álibi. Haja imaginação e fôlego! Em outras cenas, ele é sempre surpreendido pelos espiões do regime, gerando situações, muitas das vezes, engraçadas.

Enfilm, o filme é bem conduzido,  com uma ação bacana, cumprindo uma das finalidades essenciais do cinema em minha opinião: divertir. Mas não é um primor de roteiro, nem de cinema.

Como está escrito no cartaz do filme, "a guera não acabou até que o último homem retorne para casa".

Cotação: * *

SUCESSO DE BILHETERIA: Não.

SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Sim, mas há controvérsias.

SUCESSO DE CRÍTICA: Não.

PRÊMIOS: Nenhum.

Crítica 19

terça-feira, 3 de julho de 2012

"PARA ROMA COM AMOR" ("TO ROME WITH LOVE", 2012)

File:To rome with love ver2.jpg
Poster do filme. fonte: www.en.wikipedia.org
O lançamento de Woody Allen para 2012 é uma continuação do "tour" europeu do diretor de Manhattan. O famoso diretor já esteve na "caliente" Espanha, com seu "Vicky Cristina Barcelona" , já andou mexendo na alta classe inglesa no brilhante "Match Point" e vivenciou uma Paris romântica no agradável "Meia-Noite em Paris". O último lançamento dele,  "Para Roma com Amor", é uma comédia romântica ambientada na Cidade Eterna italiana.

O filme é interessante, embora não seja um dos melhores do diretor americano. São várias histórias (quatro, para ser mais exato), não entrelaçadas. Umas são definitivamente melhores que as outras. Talvez pela presença de atores cômicos mais envolventes, a exemplo de Roberto Benigni.

Alguns atores não emprestam graça à trama. Sem dúvida, a parte mais chata é a que reúne Ellen Page e Alec Baldwin. Baldwin, aliás, não repete outras atuações mais inspiradas.

Por outro lado, temos as turmas de Woody Allen e de Roberto Benigni bem afinadas.

Woody Allen, na minha opinião, é engraçado até quando é sem graça. Ele está inspirado no filme, despertando várias gargalhadas com aquele jeitão meio "bobalhão", insistindo para que um cantor de chuveiro se torne um tenor de sucesso. Aliás, as cenas que envolvem esse cantor de chuveiro, sogro da filha de Allen no filme, rendem as melhores piadas do filme.

Já a trama que envolve Roberto Benigni é uma crítica disfarçada às subcelebridades, aquelas celebridades instântaneas, que desaparecem no mesmo ritmo que aparecem - rapidamente. Vide as "celebridades" advindas de "reality shows".

A ambientação romana é bastante interessante, com destaque para a hístória da moça que se perde por aquelas ruelas praticamente iguais e fica mais perdida ainda nos relacionamentos amorosos (e sexuais) posteriormente.

Enfim, é um filme bacana, que desperta muitas risadas. Bom, mas falta um tempero - ou talvez um roteiro melhor.

Cotação: * * *

SUCESSO DE BILHETERIA: Sim.

SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Sim, mas há controvérsias.

SUCESSO DE CRÍTICA: Não, mas há controvérsias.

PRÊMIOS: Nenhum.

Crítica 18

domingo, 1 de julho de 2012

"ALIEN, O OITAVO PASSAGEIRO" ("ALIEN", 1979)


File:Alien movie poster.jpg
  Poster do filme. Fonte: www.en.wikipedia.org

Alien. O oitavo passageiro da nave espacial Nostromo.

O maior sucesso da carreira de Ridley Scott é, sem dúvida, um dos melhores filmes de ficção científica (fantasia) de todos os tempos.

Produzido no final dos anos setentas, mais precisamente em 1979, é um marco no gênero da ficção científica, apesar de que muitas vezes o filme aproxima-se do terror. Não há nada mais aterrorizante do que estar no espaço, dentro de uma nave, com um inimigo indesejado sempre à espreita.

O roteiro é simples, mas bem engendrado. Nele, os sete tripulantes da nave Nostromo resolvem averiguar um sinal estranho captado pelo aeronave, em um planeta desconhecido. Ali, pousam de maneira equivocada e ficam a mercê dos perigos do local, notadamente dos aliens.

O filme é tecnicamente perfeito, com todos os elementos inclusive do gênero terror, notadamente no que se refere à ansiedade gerada para a primeira aparição do monstro.

Sigourney Weaver teve ali o seu papel mais destacado na carreira, sendo até hoje confundida com a sua personagem na película, a tenente Ripley.

O personagem Alien, por sua vez, gerou uma "franquia", com inúmeras continuações (três, no total) e até mesmo uma "franquia" em que enfrenta outro conhecido vilão, o Predador (aqui, o encontro já se repetiu duas vezes).

Como digo sempre nos casos dos grandes filmes, para se ver e rever, todas as vezes com o mesmo prazer.

Cotação: * * * * 1/2

TOP 100 - MELHORES FILMES DE FANTASIA DE TODOS OS TEMPOS

SUCESSO DE BILHETERIA: Sim.

SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Sim.

SUCESSO DE CRÍTICA: Sim.

PRÊMIOS: 01 Oscar - Melhores "Efeitos Visuais" 1979. Indicado ainda para Melhor Direção de Arte.

Crítica 17

domingo, 10 de junho de 2012

"ABISMO DO MEDO" ("THE DESCENT", 2005)

Poster do filme. Fonte: www.en.wikipedia.org
Olá!

Vamos falar um pouco do filme "Abismo do Medo" ("The Descent"), uma pérola do cinema de terror britânico.

O gênero terror veio, nos anos 2000, com poucas novidades. Os melhores filmes são "Os Outros", de 2001, "Jogos Mortais", de 2004,  "30 Dias de Noite", de 2007 (já resenhado) e este "Abismo do Medo", de 2005.

O filme tem um roteiro sufocante, contando a história de seis mulheres aventureiras, que vão em busca de uma exploração em uma caverna praticamente desconhecida. Ali, além das dificuldades naturais de qualquer ser humano em um ambiente tão inóspito (há cenas impressionantes da luta pela sobrevivência em meio à deslizamentos e outros problemas), existe ainda uma ameaça proporcionada por seres "humanóides", aqueles característicos de filmes de terror (meio seres humanos, meio animais).

Além dessa exploração de terror genuíno, o roteiro ainda tem espaço para conflitos interpessoais entre as seis mulheres. Algumas "colegas" são, na verdade, rivais umas das outras (coisa, aliás, comum em amizades entre mulheres), o que produz tensão em várias cenas dentro da caverna.

A exploração do filme, na verdade, não é a da caverna, mas sim a do medo. Assim, vale destacar que aqui o espectador se vê envolvido em uma situação em que é praticamente impossível se imaginar uma saída para as heroínas. E é também impossível perder a atenção ou desgrudar os olhos do tela, o que cumpre, de maneira irrepreensível, uma das finalidades do cinema, que é o de envolver o espectador na trama.

Destaque também para a boa realização das cenas e para o final, delirante.

A pergunta que fica: afinal, quem são os verdadeiros inimigos?

Enfim, um dos melhores filmes de terror dos últimos anos, para ver e rever.


Cotação: * * * * 1/2

TOP 100 - MELHORES THRILLERS DE TODOS OS TEMPOS

SUCESSO DE BILHETERIA: Não

SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Sim.

SUCESSO DE CRÍTICA: Sim

PRÊMIOS: Nenhum.


Crítica 16

MOSTRA ORSON WELLES NA SALA HUMBERTO MAURO/BH

Olá!
Para quem curte cinema, a dica é assistir a mostra "Orson Welles: Facetas de Um Gênio", na Sala Humberto Mauro, do Palácio das Artes, em Belo Horizonte.


11 SEG17h | O Processo (1962) | 35mm | (12 anos) | 118´
21h | A Dama de Shangai (1947) | DVD | (14 anos) | 87´

12 TER
17h | Macbeth (1948) | 35mm | (14 anos) | 89´
19h | Othello (1952) | 35mm | (12 anos) | 90´
21h | A Marca da Maldade (1958) | 35mm | (16 anos) | 95´

13 QUA
17h | O Estranho (1946) | DVD | (16 anos) | 95´
19h | Cidadão Kane (1941) | 35mm | (12 anos) | 119´
21h | Soberba (1942) | 35mm | (14 anos) | 88´

14 QUI
19h30 | A Marca da Maldade (1958) | 35mm | (16 anos) | 95´
21h30 | Othello (1952) | 35mm | (12 anos) | 90´

15 SEX
17h | A Dama de Shangai (1947) | DVD | (14 anos) | 87´
19h | Cidadão Kane (1941) | 35mm | (12 anos) | 119´
21h | O Estranho (1946) | DVD | (16 anos) | 95´

16 SÁB
16h | O Processo (1962) | 35mm | (12 anos) | 118´
18h | Macbeth (1948) | 35mm | (14 anos) | 89´
20h | O Estranho (1946) | DVD | (16 anos) | 95´

17 DOM
16h | Soberba (1942) | 35mm | (14 anos) | 88´
18h | A Marca da Maldade (1958) | 35mm | (16 anos) | 95´
20h | Cidadão Kane (1941) | 35 mm | (12 anos) | 119´

Para quem não conhece, Orson Welles é tido como um dos grandes gênios da sétima arte. Dirigiu "Cidadão Kane", até hoje considerado pela crítica mundial como o melhor filme de todos os tempos, dado o uso de uma técnica impecável de filmagem.

Alguns filmes serão apresentados em 35 mm, uma das bitolas cinematográficas mais utilizadas em todos os tempos, desde a era da invenção do cinema, pelos irmão Lumiére. A título de curiosidade, as principais bitolas são as de 8, 16, 35 e 70mm.

Vale a pena conferir essa mostra imperdível.

sábado, 9 de junho de 2012

EXPLICAÇÃO SOBRE AS COTAÇÕES

Insta esclarecer as cotações dos filmes no blog. Vejamos:

***** (5 estrelas) --> Excelente
**** (4 estrelas) --> Muito bom
*** (3 estrelas) --> Bom
** (2 estrelas) --> Regular
* (1 estrela) --> Ruim
BOMBA --> Péssimo

Quando aparece o símbolo "1/2" é sinal de que o filme é um meio-termo entre uma classificação e outra. Por exemplo, ***1/2 é bom, porém próximo do muito bom.

É isso!

sexta-feira, 8 de junho de 2012

"30 DIAS DE NOITE" ("30 DAYS OF NIGHT", 2007)



File:30 Days of Night teaser poster.jpg
Poster teaser . Fonte:en.wikipedia.org
A resenha de hoje é sobre um filme de vampiros. E todos logo pensam: trata-se de um tema já "batido", inúmeras vezes repetido no cinema, desses que é impossível aparecer coisa nova. Enganam-se. "30 Dias de Noite" está aí para provar que é possível, sim, usar e abusar da criatividade no gênero terror.

O filme, baseado em história em quadrinhos de terror, é um dos melhores do gênero nos anos 2000.

A história é bacana. Tudo se passa  em  uma pequena cidade do Alasca, que fica sob  escuridão por 30 (trinta) dias, e passa a ser aterrorizada por vampiros sedentos de sangue humano. A cidade em questão é Barrow, que existe na realidade e é a mais setentrional da América.  Para liderar a resistência contra os vampiros, destacam-se dois heróis: Eben (Josh Hartnett) e Stella (Melissa George). Eles, e mais alguns sobreviventes do extermínio, lutam contra os pavorosos devoradores de sangue, numa batalha épica, recheada de cenas bem realizadas. 


A película é memorável. A fotografia é excelente. Também é excelente uso da escuridão, essa que, não à toa, é uma das características mais marcantes dos filmes de terror.

A atuação dos atores principais é boa. Destaque para a dupla central de atores, Josh Hartnett e Melissa George, que dão conta do recado.

Vale destacar ainda a caracterização dos vampiros, que é fantástica. São realmente assustadores. Passam longe daquele estereótipo "bon vivant" de Drácula, o famoso conde da Transilvânia.

Um tanto convincente também é o final, que chega a ser surpreendente, embora a solução dada era mesmo a única alternativa. Mas, repito, embora fosse avaliável ser a única saída para o problema, o espectador certamente nunca pensaria o que de fato ocorreu.

O cinéfilo, é claro, torce muito para o sucesso das empreitadas dos sobreviventes. E a expectativa gerada pelas cenas é digna de nota.

Enfim, um grande filme de terror dos anos 2000. Talvez o mais bem produzido.

Cotação: * * * * 

TOP 100 - MELHORES THRILLERS DE TODOS OS TEMPOS

SUCESSO DE BILHETERIA: Não.

SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Sim. 

SUCESSO DE CRÍTICA: Sim.

PRÊMIOS: Nenhum.

Crítica 15