sábado, 10 de novembro de 2012

"TYSON" ("TYSON", 2008)

File:Tysonfilmposter.jpgUm documentário extremamente interessante nos revela uma faceta mais humana daquele que foi uma das maiores lendas da história do boxe: Mike Tyson.

O "Iron Man" (Homem de Ferro), que sabidamente conta com uma história interessante, merecia um documentário à altura de sua lenda, e conseguiu. O primeiro filme sobre Tyson, da HBO, de 1995, também foi um bom filme (* * *), embora menos profundo que este.

A história do lendário lutador é mesmo um drama. Retirado do submundo do crime pelo mentor Cus D´Amato, Tyson começou a trilhar o sucesso nos campeonatos amadores até que, em 1986, destruiu no segundo assalto o até então campeão mundial dos peso-pesados Trevor Berbick. Seu mentor nem mesmo chegou a ver este sucesso. E a perda de Cus foi significativa para o que viria pela frente para a fera. Envolvimento com mulheres o levaram à bancarrota, tanto financeira, quanto esportivamente. O que se viu foi uma progressiva decadência do imbatível "Iron Man", até a sua primeira derrota, para o inexpressivo "Buster" Douglas e a prisão, em decorrência de suposto estupro praticado contra a jovem Desiree Washington.

O enredo é narrado pelo próprio Tyson que, no auge de sua sinceridade, torna mito alguns - a exemplo de Cus D´Amato e torna monstro outros - a exemplo de Don King, o inescrupuloso empresário de boxe.

Também o filme mostra o porquê de um dos episódios mais memoráveis de sua carreira - a mordida na orelha de Holyfield, na segunda luta entre os dois. Aliás, foram duas mordidas. A explicação de Tyson, que é também facilmente visualizável nas lutas: as cabeçadas dadas pelo "Real Deal". Holyfield usou e abusou de uma tática suja, para minar a resistência de Tyson, porque só assim poderia vencer. E Tyson, num acesso de fúria (dentre tantos outros que teve na vida), resolveu revidar. Não que isso justifique, mas sim ajuda a explicar.

Conta ainda outras curiosidades sobre o astro, como, por exemplo, a origem de sua tatuagem no rosto - homenagem aos maoris neozelandeses; a mudança de religião durante o período em que esteve preso; dentre outras tantas.

Enfim, Tyson é um personagem de que realmente tenho muito para falar, já que foi um dos meus ídolos no esporte - não na vida, diga-se. Considero firmemente que, se tivesse mais cabeça, Tyson poderia ser um dos três maiores pugilistas da história. Mas o seu exemplo de auge e decadência pode mostrar aos mais jovens algumas liçoes importantes, para que não cometam os mesmos erros.

Cotação: * * * 1/2

SUCESSO DE BILHETERIA: Não.

SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Sim, mas há controvérsias.

SUCESSO DE CRÍTICA: Sim.

PRÊMIOS: Nenhum.

Crítica 32

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