terça-feira, 4 de dezembro de 2012

"O HOMEM DA MÁFIA" ( "KILLING THEM SOFTLY", 2012)

File:Killing Them Softly poster.jpg
Matando eles suavemente. É o que faz Pitt.
Existem filmes feitos para poucos espectadores. Entediantes para a maioria, torna-se um prato cheio para divagações para outros, o que pode levá-lo a tornar-se um cult movie. É o que o destino parece, ou ao menos pode, reservar para este "O Homem da Máfia", longa dirigido por Andrew Dominik e estrelado por Brad Pitt.

A história gira em torno de negócios entre a máfia, representado por advogado, e um matador profissional, papel que coube à Brad Pitt. Eliminar desafetos da máfia é, para o personagem de Pitt, tão fácil como tirar um doce de uma criança. E tudo é feito numa época em que estava em plena marcha a campanha presidencial americana, em que Obama derrotou McCain. Possivelmente o diretor fez uma alegoria, unindo os ideiais de negócios do filme com o negócio obscuro que se tornou a economia americana naquela época, sufocada por crises e instabilidade e dominada pela insegurança. Insegurança, crise e instabilidade: eis um tripé que serve também para descrever a máfia e seus jogos sujos.

O filme tem cenas de ação que poderiam ter sido assinadas por Sam Peckinpah (o diretor de "Meu Ódio Será Tua Herança" e "Sob o Domínio do Medo"), estilosas e em câmera lenta. Há muito não se via no cinema, portanto - talvez o diretor John Woo tenha tentado implantar este estilo. Ponto para o diretor.

Ponto também para uma cena de uma conversa entre os dois bandidos, drogados. Feita na visão dos drogados, é uma pérola de humor negro.

Mas o filme peca em um roteiro às vezes confuso e também sem solução para alguns personagens.

Pessoalmente, não gostei da película. Acho que o filme é entediante, com uma ação que deixa a desejar (muito embora haja mortes violentíssimas) e falta um elemento de charme - uma protagonista do sexo feminino. Isso mesmo. "O Homem da Máfia" é um dos poucos filmes a não ter mulheres em sua trama - a exceção de uma cena em que há uma prostituta num quarto em que estavam o personagem de Pitt e seu companheiro. Além disso, não se cria nenhuma expectativa quanto ao resultado final do filme - é apenas uma sequência descritiva do trabalho do personagem de Brad Pitt.

Enfim, não sabemos se o filme se tornará ou não um cult movie, embora pareça ser esta a intenção do diretor. O cinema deve, antes de tudo, ser uma diversão para o público em geral, não para um grupo restrito. Não acho que este filme tem futuro na história da sétima arte, mas é uma aposta até certo ponto arriscada de minha parte. Só o futuro dirá.

Cotação: * * 1/2

SUCESSO DE BILHETERIA: Não.

SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Não.

SUCESSO DE CRÍTICA: Sim.

PRÊMIOS: Nenhum.

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