terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

"OS MISERÁVEIS" ("LES MISERÁBLES", 2012)

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Um dos livros mais conhecidos de Victor Hugo e, portanto, da literatura universal. Personagens cativantes e uma crítica da França pós-Revolução e sua legião de famintos. A história que foi transformada em musical na década de 80 por dois franceses, encenada na Broadway (com imenso sucesso) e em mais de 40 (quarenta) países. Eis as premissas que fazem de "Os Miseráveis" um grande triunfo universal e que agora ganha uma superprodução no cinema, indicada a 08 (oito) Oscars.

A história gira em torno das relações entre Jean Valjean, vivido no filme por Hugh Jackman e o policial Javert, interpretado por Russel Crowe. Valjean é um detento na França pós-Revolução que passa dezenove anos preso por furtar um pão. Em liberdade condicional, foge e passa a ser perseguido pelo policial Javert, que firmemente acredita que nenhum ser humano é capaz de se reabilitar. Após anos vivendo anonimamente, Valjean reencontra o policial e passa a ser novamente perseguido. Ao mesmo tempo, apaixona-se pela sua ex-empregada Fantine (Anne Hathaway),  e depois passa a criar a filha desta, Cosette (Amanda Seyfried), que se apaixona por um revolucionário - Marius (Eddie Redmayne).

É uma história de perdão, de ressurgimento. Está nisso a força do argumento.

A película segue com interpretações musicais, uns desempenhando bem a função, outros não. O resultado é uma imperfeição que incomoda às vezes, mas que não compromete o filme, que tem uma história marcante e, ao final, emocionante.

A técnica utilizada pelo diretor Tom Hooper, de gravação dos atores em cenas de canto ao vivo, é melhor,  ou pelo menos mais agradável, que a de dublagem atualmente utilizada na maioria dos musicais.

Vale destacar as soberbas atuações de Hugh Jackman e Anne Hathaway, merecidamente indicadas para o Oscar, respectivamente, de "ator" e "atriz coadjuvante". Hugh desempenha com altivez seu papel, cantando muito bem. Anne, com o habitual carisma e charme, dá um show de interpretação na canção clássica "I Dreamed a Dream".

Particularmente, admirei também o trabalho da novata Samantha Barks que, além de cantar muito bem, faz o papel da desprezada Eponine. Desprezada por Marius, o revolucionário que é apaixonado por Cosette, diga-se. Embora com papel pequeno, foi uma grata surpresa no campo das interpretações.

Helena Bonham Carter e Sacha Baron fazem uma dupla, uma espécie de "pais adotivos" de Cosette, que  tenta ser cômica, mas não consegue. Os dois divertem o espectador em apenas alguns momentos.

O ponto negativo das atuações é mesmo Russel Crowe. Além de fazer um Javert fraco em termos da rigidez que o personagem mereceria, demonstra claramente que musical não é "sua praia", cantando muito mal. Outra também que não se dá bem é Amanda Seyfried, que faz Cosette na fase adulta.  Assim como Crowe, destoa nos momentos musicais.

Mas a força da história e de várias atuações individuais demonstram ser este um bom filme, que vale a pena ser conferido.

COTAÇÃO: * * * 1/2

SUCESSO DE BILHETERIA: Sim.

SUCESSO DE PÚBLICO: Sim, mas há controvérsias. O filme é um musical, um gênero pouco compreendido pelo grande público no cinema.

SUCESSO DE CRÍTICA: Sim, mas há controvérsias. Alguns críticos torceram o nariz para a atuação de Russel Crowe, notadamente quando o ator canta.

PRÊMIOS

Indicado a 08 Oscars (Filme, Ator- Hugh Jackman, Atriz Coadjuvante - Anne Hathaway, Canção Original - Suddenly; Desenho de Produção; Mixagem de Som; Figurino; Montagem).

Ganhou 03 Globos de Ouro - "Melhor Filme- Comédia ou Drama", "Melhor Ator - Hugh Jackman", "Melhor Atriz Coadjuvante - Anne Hathaway".

5 comentários:

  1. Concordo com os comentários do Blog que relataram o filme de maneira bem interessante. O filme é realmente um espetáculo. Alta produção e excelente atuação dos atores, principalmente do Hugh Jackman que interpretou Jean Valjean. Para quem ainda não leu o livro, eu recomendo pois a história é fascinante. Um grande clássico da Literatura.

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    1. Olá, leiotr (a) anônimo (a),

      Realmente seus comentários são muito pertinentes, enfatizando as principais qualidades do filme.
      Acho que o Hugh Jackman só não ganhará o Oscar por causa de Daniel Day-Lewis no papel de Lincoln. Eu, pessoalmente, votaria em Jackman para melhor ator. Ele está estupendo.
      A produção é realmente muito boa, o que contribui, juntamente com o fato da história ser magnífica, para que o filme agrade até quem não goste de musical.
      Um grande abraço,
      Carlos

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    2. Carlos,
      Agradeço a resposta aos meus comentários. Realmente o filme retrata bem a grandiosa história escrita por Victor Hugo.
      No seu blog notamos a sua notória dedicação e sensibilidade de transmitir aos leitores todos os aspectos dos filmes que você comenta.
      Parabéns pelo seu belo trabalho!
      Um grande abraço,
      SM

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    3. Querida SM,
      Muito obrigado, de coração, pelas palavras elogiosas. São palavras como estas que nos estimulam continuar a caminhada.
      Um grande abraço,
      Carlos

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  2. Errata: onde se lê "leiotr", leia-se "leitor". Erro de digitação.

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