segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

"CAPITÃO AMÉRICA - O PRIMEIRO VINGADOR" ("CAPTAIN AMERICA - THE FIRST AVENGER", 2011)

Capitão América: O Primeiro Vingador : posterCapitão América. A princípio, apenas mais um filme de super-herói da Marvel. Mas não é bem assim. Trata-se de uma das melhores adaptações dos quadrinhos feita pelo cinema. 

A história é superinteressante. O roteiro prima pela facilidade de entendimento, sendo acessível até para quem não é fã ou  não conhece o personagem, surgido em 1941, no auge da Segunda Guerra Mundial.

Capitão América é o alter ego de Steve Rogers, um moleque franzino, desrespeitado por sua fraqueza característica, que aceita ser cobaia em um teste para a criação de um supersoldado pelos americanos. Após os testes, adquire os músculos necessários para enfrentar o Caveira, um dissidente nazista que comanda uma legião chamada Hydra, que objetiva dominar o mundo. Segue-se cenas de ação frenéticas, características deste tipo de filme.

O ponto negativo da película é, talvez, a falta de carisma do ator principal, Chris Evans. Ele é até esforçado, mas é um tanto apagado. Os outros atores até que defendem bem seus papéis, à exceção de Hayley Atwell, uma atriz britânica não tão bonita e só esforçada também, que faz Peggy, uma mulher interessada no Capitão América.

Mas a ação frenética, ininterrupta, e o roteiro, com poucas falhas, ajudam bastante o filme.

Outro ponto positivo foi que o filme fugiu de um tom ufanista, já que até mesmo a vestimenta do herói evoca os Estados Unidos da América. Mas não há esse tom na película, o que é salutar.

Também a crítica temia que o filme fosse ficar um pouco datado, já que o herói está atrelado à Segunda Grande Guerra, e tinha mais razão de ser em tempos da guerra fria do que propriamente nos dias atuais. Ledo engano. O filme é bem bacana, atual e interessante. Acredito que as pessoas não se cansam de ver um herói cujo objetivo maior é derrotar forças de Hitler, um vilão eterno da humanidade.

Enfim, uma diversão de primeira para os amantes dos quadrinhos.

Cotação: * * * 1/2

SUCESSO DE BILHETERIA: Sim.

SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Sim.

SUCESSO DE CRÍTICA: Sim.

PRÊMIOS: Nenhum.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

"ENCONTROS E DESENCONTROS" ("LOST IN TRANSLATION", 2003)

File:Lost in Translation poster.jpgSofia Coppola, filha do consagrado diretor Francis Ford Coppola (da saga "O Poderoso Chefão), não teve sucesso em sua curta carreira de atriz - fez apenas um papel sofrível em "O poderoso Chefão III".Enveredou-se pela  mesma carreira do pai, mas vem tendo altos e baixos. "Encontros e Desencontros" é um dos filmes fracos dela.

A história gira em torno de uma amizade entre o personagem de Bill Murray, que faz um decadente ator que vai ao Japão fazer propaganda de uísque e o de Scarlett Johansson, que foi acompanhar o namorado fotógrafo.  Só isso. O resto é uma sucessão de cenas mostrando os hábitos dos japoneses e as belezas das terras nipônicas.

É um exagero a quantidade de indicações que este filme teve ao Oscar  Foi indicada a melhor filme, melhor ator,  melhor diretor e melhor roteiro original. Ganhou apenas o último. 

Não vejo este filme bom o suficiente a ponto de ganhar todas essas indicações e ainda levar o de melhor roteiro original. Roteiro original é aquele que não foi publicado anteriormente. Dizem que o roteiro é baseado em história acontecida com a própria diretora, que foi supostamente abandonada enquanto estava acompanhando seu marido em uma viagem - personagem de Scarlett Johansson no filme.

O roteiro, aliás, não me agradou de forma alguma. Como já disse anteriormente, a história em si é fraca. Apenas algumas situações são engraçadas. Não há um "fio da meada"; como asseverado anteriormente, só há uma sucessão de acontecimentos.

Os atores também não rendem o esperado. Bill Murray parece que está decadente mesmo é na vida real, não sendo engraçado na maior parte do filme. Scarlett, uma mulher linda, ainda tinha ares juvenis, e não tem uma atuação muito convincente.

Mas parece que os críticos e entendidos de cinema não concordaram muito com esta opinião, tendo em vista que o filme foi laureado com 01 (um) Oscar, 03 (três) Globos de Ouro e 03 (três) BAFTAs, sendo que Bill Murray ganhou o "Globo de Ouro" e o "Bafta" como melhor ator e Scarlett Johansson ganhou o BAFTA de melhor atriz, todos em 2003. Ainda foi indicado, naquele ano, para o Oscar de "Melhor Diretor(a)" e "Melhor Filme".

Mesmo com toda a premiação, não gostei do filme. Cinema é encantamento também, e este filme definitivamente não me encantou, nem convenceu.

Cotação: * * 1/2

SUCESSO DE BILHETERIA: Não.

SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Não, mas há controvérsias.

SUCESSO DE CRÍTICA: Sim.

PRÊMIOS

01 Oscar - "Melhor Roteiro Original" 2003; 

03 Globos de Ouro - "Melhor Filme Comédia ou Musical", "Melhor Roteiro" e "Melhor Ator de Musical ou Comédia" 2003; 

03 Prêmios BAFTA - "Melhor Edição", "Melhor Ator" e "Melhor Atriz".

domingo, 9 de dezembro de 2012

"SE BEBER NÃO CASE - PARTE II" ("THE HANGOVER PART II", 2011)

O grande problema das continuações é que as idéias, antes tidas como originais, tornam-se repetitivas na sequência. É o que  parece  acontecer com este "Se Beber, não Case - Parte II".  

Não que o primeiro filme, rodado em Las Vegas, tenha sido um primor. Mas era mais divertido e tinha mais surpresas.

A história é a mesma. Envolve porre, esquecimento e flashback, para se saber o que aconteceu na noite anterior. Neste filme, o noivo aparece com tatuagem na cara, o outro aparece careca e o irmão da noiva desaparece.

Tem passagens até engraçadas, a exemplo do caso do noivo (Stu) com um transsexual tailandês, mas a maior parte do filme é sem graça. E também estas partes tidas como engraçadas podem  ser interpretadas como baixarias, o que não deixa de ser verdade.

Agrega-se à isso a transformação, ou constatação, de Bangok como a capital sexual do Oriente e temos aqui um filme de extremo mau gosto. Para completar, aparece em uma cena um nu frontal masculino simplesmente terrível e um macaquinho que é mula de traficantes. Totalmente imbecil o roteiro! 

E, se não bastasse a ruindade do filme, ainda aparece, ao final, Mike Tyson, cantando muito mal uma música  horrorosa.

Noutras palavras, é pura perda de tempo.

Cotação: BOMBA

SUCESSO DE BILHETERIA: Não.

SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Não.

SUCESSO DE CRÍTICA: Não.

PRÊMIOS: Nenhum.

sábado, 8 de dezembro de 2012

"DOCE VINGANÇA" ( "I SPIT ON YOUR GRAVE", 2010)

“Doce Vingança”, lançamento de 2011, é um “remake” de um filme dos anos 70 que se tornou um cult movie para os fãs do terror: “I Spit on Your Grave”, que, no Brasil, chamou-se “A Vingança de Jennifer”.

Os dois filmes são bastante parecidos. A história gira em torno de Jennifer, uma bela moça que vai para uma casa de campo, sozinha, com o intuito de escrever um livro. O que não ela não esperava era a presença de cinco estupradores, ávidos por moças incautas. O que se segue é uma jornada de terror, primeiro dos homens em relação à moça, depois da moça em vingança aos atos bárbaros dos homens.

O filme é cruel, sanguinolento, não se traduzindo num primor de suspense, nem ao menos gerando situações intensas de temor e pavor. É realmente apenas para fãs do gênero, que se contentam com filmes mais sanguinolentos e menos elaborados. Algumas cenas da vingança são de “doer o estômago”.

Cotação: * 1/2


SUCESSO DE BILHETERIA: Não

SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Não.

SUCESSO DE CRÍTICA: Não.

PRÊMIOS: Nenhum.

"PÂNICO 4" ("SCREAM 4", 2011)

A série “Pânico” ("Scream"), que estreou nos cinemas do mundo todo ainda nos anos 90 com um belo filme de terror ("Pânico", * * * *), sob a batuta do consagrado nome de Wes Craven, parecia fadada ao fracasso com as continuações fraquinhas (“Pânico 2”, cotação * * ½  e ”Pânico 3”, cotação * *).

Ocorre que “Pânico 4”, talvez pela volta de Wes Craven (bom diretor de filmes de terror) e Kevin Williamson (o roteirista), resgatou a série, com um terror afinado e um ritmo de suspense e comédia bastante interessantes. É o final é o mais surpreendente de todos.

O grande barato dos filmes da série, notadamente do primeiro, é a sua brincadeira com o próprio cinema de terror. Ocorre que o quarto exemplar não segue a mesma "pegada" do primeiro.

Ponto fraco da película é, como nos outros, a atuação de alguns atores, notadamente dos que estão em início de carreira.

A atriz Neve Campbell, longe de ser um primor, está menos canastrona nessa seqüência.

E a dupla Courtnei Cox, a repórter e David Arquette, o policial, embora separados na vida real, continuam em sintonia com seus personagens na fantasia.

É de se ressaltar, todavia, que uma nova continuação seria bastante desgastante para a série. Acredito que a criatividade tenha acabado, e o risco de repetição torna-se cada vez mais palatável.

Cotação: * * * 1/2

SUCESSO DE BILHETERIA: Não.

SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Sim.

SUCESSO DE CRÍTICA: Sim.

PRÊMIOS: Nenhum.

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

"O HOMEM DA MÁFIA" ( "KILLING THEM SOFTLY", 2012)

File:Killing Them Softly poster.jpg
Matando eles suavemente. É o que faz Pitt.
Existem filmes feitos para poucos espectadores. Entediantes para a maioria, torna-se um prato cheio para divagações para outros, o que pode levá-lo a tornar-se um cult movie. É o que o destino parece, ou ao menos pode, reservar para este "O Homem da Máfia", longa dirigido por Andrew Dominik e estrelado por Brad Pitt.

A história gira em torno de negócios entre a máfia, representado por advogado, e um matador profissional, papel que coube à Brad Pitt. Eliminar desafetos da máfia é, para o personagem de Pitt, tão fácil como tirar um doce de uma criança. E tudo é feito numa época em que estava em plena marcha a campanha presidencial americana, em que Obama derrotou McCain. Possivelmente o diretor fez uma alegoria, unindo os ideiais de negócios do filme com o negócio obscuro que se tornou a economia americana naquela época, sufocada por crises e instabilidade e dominada pela insegurança. Insegurança, crise e instabilidade: eis um tripé que serve também para descrever a máfia e seus jogos sujos.

O filme tem cenas de ação que poderiam ter sido assinadas por Sam Peckinpah (o diretor de "Meu Ódio Será Tua Herança" e "Sob o Domínio do Medo"), estilosas e em câmera lenta. Há muito não se via no cinema, portanto - talvez o diretor John Woo tenha tentado implantar este estilo. Ponto para o diretor.

Ponto também para uma cena de uma conversa entre os dois bandidos, drogados. Feita na visão dos drogados, é uma pérola de humor negro.

Mas o filme peca em um roteiro às vezes confuso e também sem solução para alguns personagens.

Pessoalmente, não gostei da película. Acho que o filme é entediante, com uma ação que deixa a desejar (muito embora haja mortes violentíssimas) e falta um elemento de charme - uma protagonista do sexo feminino. Isso mesmo. "O Homem da Máfia" é um dos poucos filmes a não ter mulheres em sua trama - a exceção de uma cena em que há uma prostituta num quarto em que estavam o personagem de Pitt e seu companheiro. Além disso, não se cria nenhuma expectativa quanto ao resultado final do filme - é apenas uma sequência descritiva do trabalho do personagem de Brad Pitt.

Enfim, não sabemos se o filme se tornará ou não um cult movie, embora pareça ser esta a intenção do diretor. O cinema deve, antes de tudo, ser uma diversão para o público em geral, não para um grupo restrito. Não acho que este filme tem futuro na história da sétima arte, mas é uma aposta até certo ponto arriscada de minha parte. Só o futuro dirá.

Cotação: * * 1/2

SUCESSO DE BILHETERIA: Não.

SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Não.

SUCESSO DE CRÍTICA: Sim.

PRÊMIOS: Nenhum.