segunda-feira, 29 de abril de 2013

"MAMA" ("MAMA", 2013)

Mama

Guillermo Del Toro, diretor e produtor mexicano, notabilizou-se no cinema mundial por filmes com intenso apelo visual, líricos, belos de se assistir. É assim "O Labirinto do Fauno" e "Hellboy" em suas duas versões. Mas não é assim seu trabalho de terror "Mama", que ele produz, mas não dirige. Este pode ser definido como sombrio e assustador.

Coube ao estreante Andy Muschietti a proeza de dirigir este conto de terror especial e arrepiante. A produção binacional (Canadá e Espanha) é de dar frio na espinha. 

A trama é simples. Conta a história de duas meninas, Victoria e Lili, que ficaram órfãs e abandonadas pelo pai em uma cabana no meio da floresta. Lá ficam durante 05 (cinco) anos até serem descobertas por caçadores. E, durante estes cinco anos, diga-se, foram "criadas" por uma criatura horrenda, uma entidade espiritual chamada "mama". Após a descoberta, as duas são levadas para a casa do tio e de sua namorada, Annabel, e ali se instala o terror, pois, obviamente, mama não as deixará em paz.

O filme é inspirado em um curta-metragem de 2008, de 05 minutos de duração, chamado "Mamá". Na verdade, é uma expansão desta história, que também era dirigida por Muschietti. 

A película tem como destaque a atuação de Jessica Chastain, que vive a personagem principal Annabel. Annabel é uma roqueira egocêntrica que vai descobrindo, aos poucos, no contato com as irmãs, um instinto maternal até então ausente. E sofre muito com isso, fisicamente e psicologicamente. Chastain já foi indicada ao Oscar (em 2013, por "A Hora Mais Escura") e é, de fato, uma atriz bastante promissora.

As duas crianças são bem interessantes, como sempre em filmes de terror, embora isso seja um clichê. Uma delas não perde o seu lado animal  em quase nenhum momento do filme. A outra parece assimilar cada vez mais na trama que a tal "mama", na verdade, é uma grande ameaça. Ambas se saem muito bem na trama, contribuindo para o clima pesado do enredo.

Clichês de terror não faltam: a heroína que nunca morre (não se sabe o porquê, já que não há razão para o mal não a eliminar, a não ser o fato de ser a personagem principal), as canções e crianças assustadoras, os sustos recorrentes, etc. 

Mas, vale ressaltar, os clichês não afetam o resultado final do filme, nem o tornam óbvio.

O epílogo, no entanto, transforma o filme : vai do terror à fantasia. Pode agradar uns, mas certamente desagradará quem gosta do terror ao pé da letra. Mas um filme com a marca Del Toro não poderia vir sem um pouco de fantasia e apuro visual.

Vários sustos, muitos arrepios e um ar sombrio contribuem para o clima de terror. Enfim, um bom filme de terror, um bom conto arrepiante. Para assistir com luz apagada.

Cotação: * * * 1/2

SUCESSO DE BILHETERIA: Não.

SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Sim.

SUCESSO DE CRÍTICA: Sim, mas há controvérsias.

PRÊMIOS: Nenhum.

segunda-feira, 22 de abril de 2013

"A DAMA DE FERRO" ("THE IRON LADY", 2011)


File:Iron lady film poster.jpgMeryl Streep tem o maior número de indicações ao Oscar nas categorias de melhor atriz e melhor atriz coadjuvante – foram 17 (dezessete) no total, ganhando 03  (três). De fato, todas as indicações e prêmios são merecidos. É uma grande atriz. Porém, a sua atuação mais soberba é mesmo este “A Dama de Ferro”, no qual a magnífica dama do cinema interpreta Margareth Thatcher, a fantástica primeira-ministra inglesa, que exerceu o poder nas terras britânicas entre 1979 e 1990.

O filme é quase um documentário. Mas o interessante é que usa de um recurso pouco usual: coloca uma Margareth quase demente conversando com seu finado marido. Às vezes ela espanta o fantasma, outras vezes não. Mas o fato é que a narrativa é entrecortada por isso. Mas isso não atrapalha o produto final. Até dá um toque interessante.

O filme perpassa todos os momentos importantes vividos pela “Dama de Ferro”, a saber, a questão das Malvinas, a queda do Muro de Berlim, o seu auge e sua queda. Muitos gostam da figura (o meu caso), outros nem tanto, outros nada. Mas uma coisa é certa: trata-se de uma das maiores lideranças femininas da história da humanidade. Uma mulher de convicções e de uma sólida opinião que, para muitos, foi a melhor liderança britânica pós Winston Churchill.

Assim, a película não está a altura da personagem, grandiosa e inteligente. Porém, a atuação soberba de Meryl Streep sim. Aplausos para ela!

Cotação: * * *

SUCESSO DE BILHETERIA: Não

SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Sim, pela qualidade da atuação de Meryl Streep.

SUCESSO DE CRÍTICA: Sim, pela qualidade de atuação de Meryl Streep.

PRÊMIOS:  Vários.

Oscar, Globo de Ouro e Bafta de Melhor Atriz para Meryl Streep

Oscar de Melhor Maquiagem.


"OBLIVION" ("OBLIVION", 2013)


Olá!

File:Oblivion2013Poster.jpgA resenha de hoje é sobre um filme que está fazendo muito sucesso nos Estados Unidos, em 2013: “Oblivion”, estrelado por Tom Cruise.

O filme, embora tenha seus méritos, não é memorável e dificilmente entrará para a história do cinema como uma obra-prima ou um clássico da ficção científica. Ou mesmo um “cult movie”. Por quais razões? Talvez por não apresentar nada de novo ao gênero (são as mesmas premissas, quais sejam, mundo pós-Apocalipse, um herói buscando sobrevivência e reviver o passado, máquinas ensandecidas, etc, etc) e também por ter um roteiro lento, que às vezes se torna cansativo.

A película tem lugar no ano de 2077.  O planeta Terra está completamente destruído, após uma invasão alienígena.  Os sobreviventes estão em uma colônia e mais tarde serão deslocados para Saturno. Coube a Jack Harper (Tom Cruise) a manutenção dos equipamentos para subsidiar os sobreviventes que estão na colônia lunar. A um passo de terminar seu trabalho, descobre uma mulher em uma espaçonave e vai recobrando a memória (que teria sido subtraída de sua pessoa) e trazendo de volta o passado e novas descobertas.

A premissa do filme é até boa, mas como dissemos anteriormente, o filme peca pela lentidão da narrativa, notadamente no início da trama.

Tom Cruise, o ator principal, não me parece bem. O filme parece que foi feito só para ele, mas o ator não consegue aproveitar a oportunidade. O pior é que fica com a mesma expressão facial durante todo o filme, seja nas cenas alegres, seja nas tristes, ou mesmo nas sentimentais. Morgan Freeman, como o líder da resistência na Terra, está apenas mediano na sua interpretação. O mesmo se pode dizer das belas Olga Kurylenko (a mulher de Jack) e Andrea Risenborough, a companheira de missão de Jack.

Enfim, uma ficção científica assistível, mas nada memorável.

Cotação: * * ½

SUCESSO DE BILHETERIA: Sim.

SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Sim, mas há controvérsias.

SUCESSO DE CRÍTICA: Não, mas há controvérsias.

PRÊMIOS: Nenhum.

domingo, 14 de abril de 2013

"AS AVENTURAS DE PI" ("LIFE OF PI", 2012)

Life of Pi 2012 Poster.jpgO cinema é, antes de tudo, uma arte. E, quando vem com magia, fica ainda mais interessante. É o caso do filme "As Aventuras de Pi" ("Life of Pi"), enorme sucesso de 2012 e vencedor de quatro Oscars, inclusive Melhor Diretor para Ang Lee.

Pode-se falar, sem medo de errar, que as "As Aventuras de Pi" é o filme mais mágico realizado pelo cinema desde "Avatar". Aliás, é um delírio visual comparável à grande obra de James Cameron. Cenas belíssimas, como a da baleia margeando, e pulando também, o barco de Pi, e os embates entre o herói e o tigre, são dignas de nota.

Diga-se de passagem, também, que o nome em inglês é mais apropriado para o obra - "A Vida de Pi". Isso porque a relação entre Pi e o tigre (após um naufrágio, os dois ficam sozinhos em um barco), embora dominante em boa parte do filme, não é o único mote do enredo. Existe toda uma vida do personagem também descrita na película.

Mas podemos vislumbrar um interessante envolvimento entre Pi e o tigre, que vai da luta entre ambos até o desenvolvimento de uma "amizade" baseada no instinto de sobrevivência. O aprendizado sobre a vida, enfim, é o que norteia o personagem principal durante todo o filme.

Enfim, um baita filme. Um delírio visual poucas vezes visto no cinema. Efeitos especiais magníficos em uma grande obra cinematográfica. Vale a pena ser visto, principalmente no cinema, e revisto, na tela pequena.

Cotação: * * * *

SUCESSO DE BILHETERIA: Sim.

SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Sim.

SUCESSO DE CRÍTICA: Sim.

PRÊMIOS : 04 Oscars 2013, incluindo "Melhor Diretor", para Ang Lee.

sábado, 13 de abril de 2013

"JAMAICA ABAIXO DE ZERO" ("COOL RUNNINGS", 2003)

Uma bela opção para uma comédia extremamente divertida é, sem dúvida, "Jamaica Abaixo de Zero", último grande sucesso da carreira de John Candy (que faz o treinador da equipe).

Trata-se de uma história baseada em fatos reais, contando a saga da equipe jamaicana de bobsled (trenó), participante das Olimpíadas de Inverno de 88, realizada em Calgary. Um autêntico absurdo, notadamente para as demais equipes participantes, vindas de países gelados (Suíça, EUA, Canadá, dentre outros). 

O filme é engraçadíssimo. Explora todas as situações absurdas possíveis, desde a dificuldade de adaptação dos jamaicanos ao frio (coisa que nunca acontece no país deles) até os hilários treinamentos - em um deles, a equipe simplesmente não conseguiu entrar dentro do trenó, que foi embora sozinho.

A comédia se desenvolve até o epílogo emocionante e engrandecedor. 

A atuação dos atores é ótima, sendo alguns deles hilários, com piadas marcantes e inteligentes.

Enfim, um filme extremamente simpático, diversão pura do início ao fim. Não há como não se encantar com esta história fascinante.

Cotação: * * * 1/2

SUCESSO DE BILHETERIA: Não.

SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Sim.

SUCESSO DE CRÍTICA: Sim.

PRÊMIOS: Golden Screen 1995; BMI Film e TV Awards 1994.




"A GAROTA" ("THE GIRL", 2012)

File:The-girl.jpgAlfred Hitchcock parece que está em moda. Além do lançamento de uma produção que mostra os bastidores de Psicose ("Hitchcock", 2012), a HBO, em parceria com a BBC, lançou este "A Garota" ("The Girl").

Trata-se da história de uma suposta obsessão do famoso diretor por uma de suas loiras, mais precisamente Tippi Hedren, que é a mãe de Melanie Griffith.

O filme mostra um lado supostamente bastante violento da personalidade de Hitch, chegando ao cúmulo de relatar uma cena em que ele praticamente estupra Hedren. O que se pode dizer das cenas apresentadas é que o diretor abusou moralmente e sexualmente da loira, pelo menos em tese.

Ocorre que o diretor não está aqui para contestar a versão. Assim, não se deveria levar às telonas (ou às telas de TV, intuito do filme) uma história unilateral como esta.

Outro detalhe digno de nota é o fato de que a loira realizou dois filmes com o mestre - "Os Pássaros" e "Marnie". O filme relata que os supostos abusos começaram intensos já na filmagem de "Os Pássaros". Assim, fica a pergunta: Por que a loira ainda realizou outro filme com o mestre? Por que continuou a trabalhar com ele, sofrendo tantos abusos?É, sem dúvida, um fator complicador da versão unilateral apresentada.

Mais uma falha do filme: ao final, falam que "Marnie" foi o último grande trabalho do mestre, o que é falso. Primeiro, por que "Marnie" não foi um grande filme do diretor, muito menos um sucesso de crítica; segundo, porque "Frenesi" foi uma obra-prima realizada três filmes depois de "Marnie". 

Some-se a isso uma caracterização absolutamente ridícula de Hitchcock por Toby Jones (que curiosamente foi indicado ao Globo de Ouro, na categoria filmes para televisão) e uma atriz que nada se parece com a Hedren verdadeira (Sienna Miller, também indicada ao Globo de Ouro), e o fracasso da produção HBO/BBC fica ainda mais escancarado.

Portanto, um filme de extremo mau gosto e nada memorável. Para quem é curioso pela suposta história, vale a visita.

Cotação: BOMBA

SUCESSO DE BILHETERIA: Não.

SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Não.

SUCESSO DE CRÍTICA: Não.

PRÊMIOS: Nenhum.

sexta-feira, 12 de abril de 2013

"O VINGADOR DO FUTURO" ("TOTAL RECALL", 2012)

File:TotalRecall2012Poster.jpgHoje vamos falar um pouco de um "remake" de um grande sucesso dos anos 90, estrelado por Arnold Schwarzenegger: "O Vingador do Futuro" ("Total Recall").

O remake não é nem um pouco convincente. Enquanto o filme de 1990 é tido como um clássico da ficção científica, este aqui é considerado pelos críticos internacionais como um esvaziamento da história original. Vale dizer, o remake não seguiu ipsis litteris o roteiro do filme de 1990, fortemente baseado em um conto de Philip K. Dick ("We can Remember it for you Worthsale"), o que contribuiu decisivamente para a horrível recepção da crítica mundial.

Estrelado por Colin Farrel no papel principal, traz ainda duas atrizes lindíssimas, das mais charmosas de Hollywood atualmente, diga-se: Kate Beckinsale e Jessica Biel. Os três, entretanto, tem atuação apenas mediana.

A história se passa após uma hecatombe nuclear, que deixou habitadas apenas duas porções da terra: a União Federativa da Bretanha e a Colônia (Austrália). Farrel é Douglas Quaid, operário infeliz que trabalha na Colônia e que vai à Recall (que dá nome ao filme), para implantar um chip na memória e se transformar em um agente secreto.  O procedimento dá errado e o herói passa a se descobrir, a descobrir seu passado e a lutar a favor da resistência, movimento da Colônia contra a opressão.

Vale destacar as cenas de ação, muito bem realizadas. Mas é pouco para transformar o filme em um ótimo exemplar do gênero.

Enfim, uma diversão descompromissada, mas com resultado bem inferior ao original estrelado por Schwarzenegger.

Cotação: * *

SUCESSO DE BILHETERIA: Não.

SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Não.

SUCESSO DE CRÍTICA: Não. Um fiasco de crítica, diga-se.

PRÊMIOS: Nenhum.