Touro Indomável ("Raging Bull", 1980): * * * * *
Footloose ("Footloose", 1984) : * * *
O Candidato Honesto (2014): * *
Tim Maia (2014): * * *
Invocação do Mal ("The Conjuring", 2013) : * * * 1/2
Se Beber Não Case - Parte III ("The Hangover Part III , 2013): *
Resenhas de filmes de todos os gêneros. Atualidades da "Sétima Arte". O cinema em debate.
sexta-feira, 14 de novembro de 2014
domingo, 4 de maio de 2014
"AMANTE A DOMICÍLIO" ("FADING GIGOLO", 2013)
Woody Allen é sempre uma atração à parte, seja como diretor, seja como ator. É ele que empresta vida a um filme apenas mediano: "Amante a Domicílio", de John Turturro.
Allen vive Murray, um personagem extremamente engraçado - é uma espécie de cafetão, que quer ganhar dinheiro às custas de um amigo. Assim, inicia a prostituição do amigo em meio a um bairro extremamente conservador, composto basicamente de judeus ortodoxos. Só não contava com o envolvimento do "gigolô" com uma judia ortodoxa. E com o conservadorismo do bairro judeu. A partir dessa premissa, desenrolam-se situações engraçadas, outras nem tanto.
O filme tem até uma premissa e um desenho de roteiro interessantes. Ocorre que o diretor não consegue desenvolver a contento o argumento. Assim, as situações engraçadas são escassas e pouco exploradas; alguns atores encenam personagens sem alma; a história de amor tem um desfecho decepcionante; e o suposto conservadorismo dos judeus ortodoxos também não é devidamente explorado.
Desse modo, o filme é apenas regular. Um desperdício de roteiro, talentos e da veia cômica de Allen.
Cotação: * *
SUCESSO DE BILHETERIA: Não.
SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Não, mas há controvérsias.
SUCESSO DE CRÍTICA: No Brasil, sim. No exterior, não.
PRÊMIOS: Nenhum.
quarta-feira, 16 de abril de 2014
"CAPITÃO AMÉRICA 2- O SOLDADO INVERNAL" ("CAPTAIN AMERICA 2 - THE WINTER SOLDIER", 2014)
Capitão América está de volta. Mais um filme Marvel? Não. É "o filme Marvel", a maior diversão que a empresa produziu a seus espectadores em muitos anos. Estamos falando da superprodução "Capitão América 2- O Soldado Invernal".
Um filmaço. O roteiro ágil, cheio de ação, transforma a aventura em um entretenimento de primeira. O longa conta a história de um Steve Rogers nos tempos atuais, depois de muitos anos "congelado", surpreendido por uma organização "Shield" infiltrada por muitos membros da Hydra, uma outra organização, só que do mal. Passa-se então à luta contra os traidores e malfeitores, chegando-se ao ponto de um amigo do Capitão perguntar quem era do bem e quem era do mal, no que o Capitão América responde: "aquele que não atirar em você".
O filme tem uma pitada de humor deliciosa, como na cena da lista das coisas que o Capitão perdeu enquanto estava adormecido. Conta-se que a tal lista varia de país para país, e só mesmo no vídeo é que poderemos ver as pérolas da lista "brasileira". Espero que não conste as mulheres frutas, as filósofas contemporâneas, dentre outras aberrações que fazem sucesso em nosso país, à custa da falta de informação da maioria da população.
O ator Chris Evans é sem carisma, mas não compromete o resultado final. Convenhamos, é tanta ação que fica difícil qualquer ator atrapalhar a trama. Tem também um personagem simpático, o Falcon, que voa e ajuda muito o protagonista.
O longa conta ainda com Scarlett Johansson (exuberante nas cenas de luta, como a viúva negra), Robert Redford (um pouco fora de forma, como o maior dos vilões) e Samuel L. Jackson (como Nick Fury, que passou muito aperto em uma das melhores cenas do filme).
Interessante também foram as mensagens do filme. Uma delas, a da força da amizade, em que o herói desiste de lutar contra o seu inimigo atual (o tal "soldado invernal", humano que sofre uma lavagem cerebral e se torna uma máquina de matar) que, anos atrás, era seu principal companheiro de lutas.
Enfim, uma diversão de primeira, no melhor filme da grife "Marvel". Entretenimento elevado à máxima potência!
Cotação: * * * *
SUCESSO DE BILHETERIA: Sim.
SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Sim.
SUCESSO DE CRÍTICA: Sim.
PRÊMIOS: Nenhum.
segunda-feira, 14 de abril de 2014
"NOÉ" ("NOAH", 2014)
O cinema tem como uma de suas fontes inesgotáveis de roteiro justamente a Bíblia, o livro mais lido e comprado do mundo em todos os tempos. E a história da "Arca de Noé", que salva os animais, tidos como seres inocentes em um mundo devastado pelo pecado e pela corrupção, do dilúvio, é uma das mais famosas passagens do livro sagrado. "Noé", com Russel Crowe, retrata essa passagem biblíca, embora com muitas modificações.
Para início de resenha, devo dizer que não gostei do filme. E o meu desprezo pela película não advém propriamente de questões religiosas, mas sim por uma série de fatores ligados à arte cinematográfica, como roteiro e atuação dos atores.
Achei Russel Crowe um perfeito canastrão na pele de Noé. No imaginário popular - e também na história biblíca - o personagem Noé, neto de Matusalém, era um senhor extremamente velho, com mais de quinhentos anos de idade. Russel não aparenta isso, embora esteja longe da forma e do aspecto físico apresentados no sucesso "Gladiador". Não gosto dele como ator, e sua atuação, especialmente nesse filme, está longe de causar comoção.
O mesmo se pode dizer das atrizes (Emma Watson e Jennifer Connely) e atores coadjuvantes, sendo o pior do filme justamente o vilão, caricatural e sem personalidade.
Mas esses não são os únicos defeitos do filme. O roteiro desperdiça uma ótima chance de contar uma história digna, com um viés ambiental (tão em voga atualmente) e com uma mensagem sublime. Nada disso acontece. O roteiro transforma Noé em uma figura até vingativa, não honrando o Noé da Biblía, tratado, inclusive, pela alcunha de "Princípe da Justiça". O que dizer de um Noé que não aceita as duas netas, prometendo matá-las ao nascer? Um Noé que passa o tempo todo pensando em matar duas crianças indefesas, chegando, ao final, a ponto de empunhar uma faca contra as inocentes... Uma cena de suspense de extremo mau gosto!
E, para piorar, o filme lança novos personagens, chamados "guardiões", que mais parecem "transformers" da idade da pedra, sem nenhum charme e muito caricaturais.
Fica uma pergunta: o mundo nosso de hoje precisa ser reconstruído? Os sentimentos bons devem prevalecer? A resposta para ambas as questões só pode ser afirmativa. "Noé" e sua arca contam uma história bem atual. A luta pela preservação da natureza passa pela conservação do ambiente em que vivemos, dos bons tratos com os animais, enfim, do desenvolvimento sustentável. Um mundo em que as gerações futuras possam ter boa qualidade de vida.
Vamos tentar tirar essa lição do filme, abstraindo-se todas as suas imperfeições e incoerências. Afinal de contas, nem sempre o cinema dá conta de transmitir o recado. No caso de "Noé", não conseguiu. .
Cotação: * *
SUCESSO DE BILHETERIA: Não.
SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Não.
SUCESSO DE CRÍTICA: Não.
PRÊMIOS: Nenhum.
quarta-feira, 5 de março de 2014
"ROBOCOP" ( "ROBOCOP", 2014)
Geralmente é complicado fazer refilmagens ("remakes") de filmes de sucesso ou de longas que se tornaram "cult" ou clássicos. É o caso de "Robocop". Parecia impossível fazer algo interessante sobre o herói, ainda mais se considerarmos que o primeiro longa tenha sido um grande filme - e de fato foi. Mas José Padilha, um diretor brasileiro em Hollywood, o mesmo de "Tropa de Elite", parece que conseguiu o seu intento de fazer um filme brilhante com esse "Robocop" de 2014.
O filme tem as mesmas premissas do original, mas conta a história de uma maneira diferente, principalmente se considerarmos que, no atual, o papel da esposa do homem que foi transformado em máquina é bem mais relevante. Ela tem um papel ativo, investindo constantemente no resgate do homem que sofreu transformações cibernéticas. É a cobiça e a ganância dos empresários contra o amor e a lealdade da família (mulher e filho).
O interessante do filme é a demonstração da dicotomia homem-máquina, da realidade dupla vivida pelo personagem - algumas vezes tem sentimentos, outras não. Por várias vezes, o herói tem que ser "desligado", para ser unicamente uma máquina sem sentimentos.
A história, basicamente, é a mesma do filme de 1987, pelo menos quanto à premissa. Vítima de um atentado a bomba em seu carro, Alex Murphy perde quase que totalmente o seu corpo e os movimentos de seus membros. Assim, vira cobaia da indústria que quer porque quer fazer a vigilância das ruas e a contenção dos bandidos por meio de robôs. Um inescrupoloso personagem, vivido por Michael Keaton, ávido por lucros, busca incessantemente fazer com que o robô lhe dê ganhos.
A ação desenvolve-se de maneira fantástica, sem ser repetitiva. Vibrante, o filme apresenta um Robocop implacável e ao mesmo tempo sentimental. Um herói que luta contra si mesmo, contra o seu próprio corpo artificial.
Parece que José Padilha pavimentou seu caminho por Hollywood com essa película, que não decepciona nunca. Entrega muito bem o que propõe - ação e emoção em grandes doses. De tirar o fôlego.
Cotação: * * * *
SUCESSO DE BILHETERIA: Sim, embora nos EUA não tenha feito tanto sucesso.
SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Sim.
SUCESSO DE CRÍTICA: Sim.
PRÊMIOS: Nenhum.
segunda-feira, 3 de março de 2014
12 ANOS DE ESCRAVIDÃO ("12 YEARS A SLAVE", 2014)
Um drama histórico, que retrata um período importante da história dos Estados Unidos. Estamos falando do grande vencedor do Oscar 2014, "12 Anos de Escravidão".
A Academia resolveu eleger esse filme como o melhor de 2014 por seus méritos dramáticos. Não chega a ser uma história inovadora, ou mesmo inédita, mas as cenas fortes e cheias de impacto convenceram os eleitores do prêmio mais festejado e aguardado da sétima arte.
Particularmente, gostei do filme. Acho que poderia ser um pouco mais resumido mas, de maneira geral, a obra do diretor McQueen agrada os espectadores.
A atuação de Chiwetel Ejiofor, ator britânico especialista também em televisão e teatro, é simplesmente marcante. Ele imprime uma densidade dramática no personagem bastante convincente. Trata-se do negro Salomon Northrup, que era livre mas foi sequestrado por dois homens, sob o pretexto de um trabalho em Washington. Acorda acorrentado, com outro nome (Platt) e sem nenhuma perspectiva, a não ser o árduo trabalho de escravo, vivendo dessa maneira pelos doze anos que dão título ao filme.
Não fossem os concorrentes de peso ao Oscar desse ano, certamente Chiwetel teria boas chances de levar o prêmio máximo do cinema.
Tocante mesmo, no entanto, é a atuação da queniana Lupita Nyong´o. Ela faz Patsie, uma escrava que sofre vários abusos, principalmente de Edwin Epps, personagem este vivido com maestria por Michael Fassbender (que, aliás, é um ótimo ator e foi indicado ao Oscar de Coadjuvante, mas sem sucesso). Não se sabe ainda o futuro da atriz negra, mas ela demonstrou um bom talento, vivendo essa personagem interessante e marcante.
Como ponto negativo, destaco a pouca densidade dramática do reencontro de Salomon com sua família, doze anos depois. Não me pareceu muito convincente a emoção apresentada.
O filme é adaptado de um romance escrito pelo próprio Salomon ainda no século XIX. Ganhou, merecidamente, o Oscar de roteiro adaptado, o que demonstra coerência da Academia ao conjugar melhor filme e melhor roteiro adaptado.
Enfim, um bom filme dramático que venceu o Oscar, mas que não deve ser inesquecível e nem se tornará um clássico.
Cotação: * * * *
SUCESSO DE BILHETERIA: Sim.
SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Sim.
SUCESSO DE CRÍTICA: Sim.
PRÊMIOS:
3 Oscars (Melhor Filme, Melhor Atriz Coadjuvante para Lupita e Melhor Roteiro Adaptado).
Globo de Ouro - Melhor Filme Dramático.
sábado, 1 de março de 2014
OSCAR 2014 - AS APOSTAS DO BLOG
Aqui estão as apostas do blog para o Oscar 2014. Vamos à lista (as apostas estão em azul):
Filme : 12 Anos de Escravidão. Podem ganhar ainda "Trapaça" e "Gravidade".
Ator : Matthew MacConaughey (Clube de Compras Dallas).
Atriz: Cate Blanchett (Blue Jasmine).
Ator Coadjuvante: Jared Leto (Clube de Compras Dallas). Pode ainda ganhar o somaliano de "Capitão Phillips".
Atriz Coadjuvante: Lupita Nyong´o (12 Anos de Escravidão). Pode ainda ganhar Jennifer Lawrence, por "Trapaça".
Diretor : Alfonso Cuarón (Gravidade). Ainda pode ganhar David Russel, por "Trapaça".
Roteiro Original: Ela.
Roteiro Adaptado: 12 Anos de Escravidão.
Animação: Frozen.
Filme Estrangeiro: A Grande Beleza (Itália).
Canção: Mandela.
Fotografia: Gravidade.
Edição: Gravidade.
Design de Produção: O Grande Gatsby.
Figurino: O Grande Gatsby.
Trilha Sonora: Ela.
Efeitos Especiais: Gravidade.
Mixagem de Som: Gravidade.
Edição de Som: Gravidade.
domingo, 9 de fevereiro de 2014
"TRAPAÇA" ("AMERICAN HUSTLE", 2013)
O grande favorito ao Oscar 2014 não é, definitivamente, um dos meus favoritos, nem como "melhor do ano", nem como um dos "melhores todos os tempos". Mas "Trapaça", a comédia de "golpes" e "falcatruas", parece estar fortemente cativando a Academia.
E muito do fascínio se deve à atuação do quarteto principal de atores - Christian Bale, Amy Adams, Bradley Cooper e Jennifer Lawrence.
A história é simples. Trata-se de dois vigaristas, Irving (Bale) e Sidney (Adams), que atuam no mercado vendendo obras de artes falsificadas, além de outros golpes. Certa feita, são surpreendidos por um agente do FBI, que passa então a tê-los sob domínio, e a fazer chantagens. Assim, o policial tenta cumprir seu objetivo de prender políticos sem escrúpulos, armando-se a partir daí novas confusões envolvendo ele e os dois vigaristas.
Não gostei do desenrolar da trama. O filme é arrastado, sem brilho. Enfim, sem uma narrativa que prenda a atenção do espectador. Parece um pouco filme de Scorsese, e acho até que seja mesmo uma homenagem ao diretor americano, mas não tem o mesmo ritmo das obras daquele mestre, a exemplo mesmo de "O Lobo de Wall Street". Alías, o "Lobo" foi lançado na mesma safra de "Trapaça" e nos apresenta também um vigarista profissional, só que no ramo da corretagem. Aqui, em "Trapaça", também há os vigaristas, mas a graça é bem menor. Não se sustenta como uma comédia de humor negro inesquecível.
O ponto positivo do longa é a atuação soberba dos atores principais e coadjuvantes, conforme já ressaltado linhas atrás. Bale está estupendo como Irving; Cooper demonstra a sua evolução como ator encarnando o agente do FBI; Adams como Edith/Sidney (a vigarista usava os dois nomes) está próxima da perfeição; e Jennifer Lawrence, como a histérica e engraçada esposa de Irving, demonstrando mais uma vez a sua ascensão na carreira.
Outro ponto marcante é a estupenda trilha sonora.
David Russel vem caminhando bem em Hollywood, emplacando mais esse sucesso de crítica e de bilheteria. Embora ainda ache que ele já teve momentos mais felizes, a exemplo de "O Lado Bom da Vida".
Está mais fácil ser um "cult movie" que um "clássico", e assim poderá ser lembrado no futuro. Mas será um marco na carreira de alguns atores, como Bale, Adams, Cooper e Lawrence.
Cotação: * * *
SUCESSO DE BILHETERIA: Sim.
SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Sim, mas há controvérsias.
SUCESSO DE CRÍTICA: Sim.
PRÊMIOS: Vários.
Indicado a 10 Oscars;
Ganhou 3 Globos de Ouro (Melhor Filme Comédia ou Musical; Melhor Atriz Comédia ou Musical para
Amy Adams; Melhor Atriz Coadjuvante para Jennifer Lawrence);
Indicado a 10 BAFTAs.
sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014
CAPITÃO PHILLIPS (“CAPTAIN PHILLIPS”, 2013)
Tom Hanks estava um pouco sumido
dos filmes de sucesso. Reapareceu em uma boa obra de suspense, “Capitão
Phillips”, do diretor Paul Greengrass.
E reapareceu em grande estilo. A sua atuação como o
capitão que teve seu enorme navio seqüestrado por piratas somalianos é
excelente, embora não tenha levado indicação ao Oscar. Talvez por já ser tão
premiado, e ter tido outras atuações na carreira tão boas ou melhores que essa.
Mas o fato é que o contraponto entre o capitão Phillips e o pirata somaliano
Muse, vivido por Barkhad Abdi (esse sim, indicado ao Oscar) é a maior atração do filme.
A situação tensa da região do
chamado “Chifre da África” (que engloba, além da Somália, Etiópia, Eritreia e o
Djbuti), caracterizada pela fome e miséria, tem nos piratas o seu maior
reflexo. Mercenários, e loucos por esse "emprego" (um dos únicos rentáveis naquele país), os piratas somalis seqüestram navios gigantescos com seus
pequenos barcos. É essa a situação retratada no filme, com ares de grande
veracidade, tudo pela mão competente de Paul Greengrass, o mesmo diretor do
excelente filme “Voo United 93”.
Conforme ressaltado acima, o
filme tem na atuação de seus dois atores principais o seu ponto mais forte.
Barkhad Abdi, vale dizer, é um somali e nunca havia atuado em um filme, o que
demonstra ainda mais o seu merecimento pela indicação ao prêmio máximo do
cinema. Não deve levar, mas sua atuação é realmente empolgante e marcante.
O filme tem um suspense bastante
interessante, embora seja um pouco longo. E isso é um dos pontos fracos da
película – muitas cenas poderiam ser eliminadas. A cena final de Hanks me soou um pouco exagerada e parece ter
sido feita somente para justificar uma possível indicação ao Oscar, que não
ocorreu.
Mas é uma obra acessível ao grande público e que certamente agradará os amantes da sétima arte.
Cotação: * * * ½
SUCESSO DE BILHETERIA: Sim.
SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Sim.
SUCESSO DE CRÍTICA: Sim.
PRÊMIOS: Ganhou 4 indicações ao
Globo de Ouro, mas não levou nenhuma estatueta. 6 indicações ao Oscar 2014
(melhor filme, melhor ator coadjuvante para Barkhad Abdi, melhor roteiro
adaptado para Billy Ray, melhor edição, melhor edição de som, melhor mixagem de
som).
segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014
“A MENINA QUE ROUBAVA LIVROS” (“THE BOOK THIEF”, 2014).
Hollywood tem investido cada vez
mais na adaptação de livros de sucesso. “A Menina que Roubava Livros”, história
adaptada do livro homônimo do australiano Markus Zusak, é mais um desses filmes.
O longa, ambientado no período do auge, e da derrocada, do
regime nazista, conta a história de Liesel, filha de pais adotivos, que resolve
aprender a ler da maneira mais inusitada possível – roubando livros,
principalmente da biblioteca do Prefeito e de sua esposa. A história perpassa
os momentos mais trágicos da guerra, como o bombardeio das cidades alemãs. E a
trama se desenrola com esse pano de fundo. Mas o momento crucial é justamente
quando um judeu passa a ficar escondido na casa dos pais adotivos de Lisa. De
nome Max, é ele que escuta a leitura que a menina faz dos livros roubados.
Paralelamente, desenvolve-se uma história de amizade e amor entre a menina e um
menino, de nome Rudy (Nico Liersch).
A atuação da jovem Sophiel
Nélisse como Liesel é tocante, mas não chega a ser emocionante. Aliás, o filme
como um todo não traz esse sentimento de emoção ao público. Talvez a narrativa
peque por ser superficial, por apresentar personagens muitas vezes sem o
necessário aprofundamento. Um exemplo de personagem fraco é Max; outro, a esposa do Prefeito, que em certo momento compartilha os livros de sua biblioteca com a menina.
A amizade entre Liesel e Max
deveria ter sido melhor explorada. Max passa o tempo todo em estado letárgico,
sem nenhuma contribuição para o desenrolar da trama. Acorda para ver o
bombardeio, e só.
Embora brilhantes, os atores
Geoffrey Rush e Emily Watson, como os pais adotivos da menina, também ficaram
presos à superficialidade do roteiro, não desenvolvendo seus personagens a
contento - ou no nível que o talento dos atores merece.
Por tudo isso, chega-se à
conclusão que o filme provoca emoção pequena e instantânea. Ou seja, não ficará
na memória dos espectadores. Não gera impacto, nem emoção forte. Apenas uma
obra regular. Dizem que o livro é bem melhor.
Cotação: * *
SUCESSO DE BILHETERIA: Sim.
SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Sim.
SUCESSO DE CRÍTICA: Não.
terça-feira, 28 de janeiro de 2014
"O LOBO DE WALL STREET" ("THE WOLF OF WALL STREET", 2013)
A parceria Scorsese (diretor) e Di Caprio (ator) já rendeu bons filmes, sendo "Os Infiltrados" ("The Departed", 2006), vencedor de 4 (quatro) Oscars, incluindo melhor filme e diretor, o mais famoso deles. Mas em nenhuma das películas anteriores a dupla esteve tão afinada como em "O Lobo de Wall Street", um dos grandes lançamentos da temporada.
DiCaprio tem aqui a atuação de sua vida. Ele encarna com perfeição Jordan Belfort, que ficou conhecido na corretagem nova-iorquina com a sugestiva alcunha de "Lobo de Wall Street". Um perfeito apelido para um homem ávido por dinheiro e fama. Vale aqui dizer que o personagem Belfort não é um herói, e nem devemos vê-lo como tal. Então, uma primeira advertência: não deixe a atuação de DiCaprio te convencer do contrário. A atuação do ator americano é tão convincente que o drogado e golpista personagem passa a ser visto até com certa simpatia - o que gerou, inclusive, crítica por parte das pessoas prejudicadas pelos atos criminosos dele na vida real.
O longa conta a história verídica de Jordan Belfort, com todos os desdobramentos mais importantes de sua vida e carreira, a exemplo dos dois casamentos (o primeiro, com uma cabeleireira; o segundo, com uma modelo); a perda do primeiro emprego; a vida pautada em drogas e mulheres fúteis; a fundação de uma empresa especializada em venda de ações de empresas fracas de mercado; a veia motivacional e de liderança, que arrebatou vários corretores que se tornaram cúmplices de seus crimes.
É uma comédia sensacional. Muitas vezes, o personagem de DiCaprio lembra líderes de algumas religiões com seus discursos motivacionais e supostamente transformadores da vida de cada indivíduo ali envolvido no negócio. Ávido por dinheiro e riqueza, não cansa de humilhar outras pessoas e estabelecer o discurso de que o mais importante na vida é o ter, não o ser. Em uma das cenas, depois do uso de drogas (uma constante no filme), Jordan rasteja, buscando seu carro ultramoderno, no que podemos classificar de uma das sequências mais engraçadas da história do cinema.
A atriz Margot Robbie desempenha com altivez sua personagem, Naomi, a segunda mulher de Jordan. É extremamente linda e sensual. Não é uma atriz das mais relevantes, mas parece estar à vontade no papel que lhe foi confiado.
O ator coadjuvante Jonah Hill, que faz o papel do amigo principal de Jordan, chamado Donnie, rouba a cena em vários momentos, em cenas hilárias. Concorre ao Oscar de Coadjuvante, em uma indicação merecida, mas não deve levar.
Quanto a Scorsese, vale dizer que se trata de um diretor consagrado, com grandes filmes no currículo. Esse é mais um deles, e a sua marca está presente - o diretor adora personagens abjetos, despidos de moral ou mesmo diferentes. Enfim, personagens que fogem do padrão comum. É o que mais se vê nesse formidável "Lobo de Wall Street", uma comédia com muito humor negro. Lembrou "Depois de Horas" ("After Hours", 1985), o filme do mestre nova-iorquino com o maior número de bizarrices e esquisitices, ambientado em uma Nova Iorque esquizofrênica e maluca.
Vale ressaltar que o longa é para maiores de idade (desaconselhável para adolescentes), tendo em vista as cenas de sexo e drogas em excesso e os pesados diálogos, que usam e abusam da expressão "f.." (509 vezes). Como dissemos anteriormente, o final do filme, com a superação do personagem após a prisão, pode mostrar que tudo o que ele fez anteriormente em tese compensa. O que não é verdade.
A película realmente pode desagradar alguns, embora eu repita, sempre: no cinema, devemos sempre nos despir de preconceitos e procurar embarcar nas aventuras propostas. E é isso que faz a diferença em um filme como esse, de três horas de duração.
Uma aula de cinema. Três horas de puro entretenimento.
Cotação: * * * 1/2
TOP 100 - MELHORES COMÉDIAS DE TODOS OS TEMPOS
SUCESSO DE BILHETERIA: Sim.
SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Sim, mas há controvérsias.
SUCESSO DE CRÍTICA: Sim.
PRÊMIOS: Vários.
5 indicações para o Oscar 2014 (Melhor Filme, Melhor Ator para Leonardo DiCaprio; Melhor Diretor para Martin Scorsese; Melhor Ator Coadjuvante para Jonah Hill; Melhor Roteiro Adaptado).
Top Ten Films of the Year, do American Film Institute.
Globo de Ouro de Melhor Ator em Comédia ou Musical (Leonardo DiCaprio).
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