Geralmente é complicado fazer refilmagens ("remakes") de filmes de sucesso ou de longas que se tornaram "cult" ou clássicos. É o caso de "Robocop". Parecia impossível fazer algo interessante sobre o herói, ainda mais se considerarmos que o primeiro longa tenha sido um grande filme - e de fato foi. Mas José Padilha, um diretor brasileiro em Hollywood, o mesmo de "Tropa de Elite", parece que conseguiu o seu intento de fazer um filme brilhante com esse "Robocop" de 2014.
O filme tem as mesmas premissas do original, mas conta a história de uma maneira diferente, principalmente se considerarmos que, no atual, o papel da esposa do homem que foi transformado em máquina é bem mais relevante. Ela tem um papel ativo, investindo constantemente no resgate do homem que sofreu transformações cibernéticas. É a cobiça e a ganância dos empresários contra o amor e a lealdade da família (mulher e filho).
O interessante do filme é a demonstração da dicotomia homem-máquina, da realidade dupla vivida pelo personagem - algumas vezes tem sentimentos, outras não. Por várias vezes, o herói tem que ser "desligado", para ser unicamente uma máquina sem sentimentos.
A história, basicamente, é a mesma do filme de 1987, pelo menos quanto à premissa. Vítima de um atentado a bomba em seu carro, Alex Murphy perde quase que totalmente o seu corpo e os movimentos de seus membros. Assim, vira cobaia da indústria que quer porque quer fazer a vigilância das ruas e a contenção dos bandidos por meio de robôs. Um inescrupoloso personagem, vivido por Michael Keaton, ávido por lucros, busca incessantemente fazer com que o robô lhe dê ganhos.
A ação desenvolve-se de maneira fantástica, sem ser repetitiva. Vibrante, o filme apresenta um Robocop implacável e ao mesmo tempo sentimental. Um herói que luta contra si mesmo, contra o seu próprio corpo artificial.
Parece que José Padilha pavimentou seu caminho por Hollywood com essa película, que não decepciona nunca. Entrega muito bem o que propõe - ação e emoção em grandes doses. De tirar o fôlego.
Cotação: * * * *
SUCESSO DE BILHETERIA: Sim, embora nos EUA não tenha feito tanto sucesso.
SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Sim.
SUCESSO DE CRÍTICA: Sim.
PRÊMIOS: Nenhum.
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