rA profusão de filmes de super-heróis e vilões de histórias em quadrinhos levou o grande diretor Martin Scorsese a criticar duramente a atual indústria cinematográfica, indicando que tais filmes não são cinema de verdade, uma vez que não transmitem aos espectadores emoções e sentimentos. Tudo isso pode até ser verdadeiro em se tratando de filmes da DC Comics e Marvel, mas não retrata a realidade do fenomenal filme "Coringa" ("Joker", 2019).
Coringa é o grande filme de 2019. É uma mistura de obra de arte com entretenimento no seu grau máximo. Não há cena desnecessária, não há cena sem sentido, não há cena que não gere reflexões. É a violência do cotidiano, a realidade nua e crua da sociedade, é a desilusão dos doentes mentais, é a falta de sensibilidade do ser humano, é a falta de empatia do ser humano em ambientes urbanos.
Temos no filme a atuação visceral de Joaquim Phoenix como Arthur Fleck, indiscutivelmente a melhor do ano e desde já favorita ao Oscar do ano que vem. É simplesmente arrebatadora a sua personificação do Coringa. O Coringa é isso: é doente mental, é um delinquente nato, é, principalmente, o agente do caos. A risada soa muitas vez como deboche, outras tantas como delírio de loucura, outras ainda como uma tristeza intrínseca ao personagem.
O filme acompanha toda a trajetória do ilustre vilão: o começo como palhaço e comediante de stand up comedy, fracassado; sendo maltratado na rua e pelos colegas de profissão; os problemas da mãe e com a mãe; a descoberta da possibilidade de ser filho do ricaço Wayne; a busca do suposto pai; a decepção com o suposto pai; o primeiro contato com uma arma de fogo; as dificuldades com os remédios que controlam seu distúrbio mental; os primeiros assassinatos, envolvendo três homens no metrô; a morte de sua mãe; a ilusão que teria encontrado uma namorada; o assassinato ao vivo na televisão do apresentador Murray; as rebeliões em Gotham City; a prisão; o manicômio.
Enfim, um filme intenso, um retrato de como a sociedade pode ser violenta, inclusive psicologicamente.
Cotação: ***** (excelente)
SUCESSO DE BILHETERIA: Sim.
SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Sim.
SUCESSO DE CRÍTICA: Sim.
PRÊMIOS: Leão de Ouro/Veneza 2019.
Triste realidade !!!
ResponderExcluirUm abraço,
Mari