Ultimamente os filmes da DC Comics vinham decepcionando um
pouco, sendo certo que Batmam vs Superman não foi o sucesso de crítica esperado
e se transformou em um filme apenas mediano, embora tivesse potencial para ser
melhor. Tal fato não aconteceu com o longa “Mulher Maravilha” (Wonder Woman,
2017), um inesperado sucesso de público e, principalmente, de crítica.
Primeiramente, palmas para a
escolha da atriz principal do longa, Gal Gadot. A belíssima israelense, miss daquele país em 2004, já havia sido
apresentada (e se saído muito bem) no longa anterior, “Batman vs Superman”. Ela
tem o “timing” perfeito para o papel – é bonita e sensual (como a lenda
indica), não abusa de caras e bocas e tem uma interpretação segura e correta.
A diretora tem poucos trabalhos
conhecidos, mas mostrou-se competente nas empreitadas mais famosas.. Trata-se
de Patty Jenkins, que já dirigiu anteriormente um filme muito bom, a saber,
Monster-Desejo Assassino, que conta a história de uma serial killer americana e
que deu o Oscar de Melhor Atriz para Charlize Theron.
O roteiro coloca a Mulher
Maravilha em plena Primeira Guerra Mundial, embora os quadrinhos situem a
heroína na Segunda Grande Guerra. E os vilões parecem realmente muito mais
nazistas do que alemães da Primeira Grande Guerra. Mas isso é apenas um
detalhe. A ação é bacana, a história é bastante coordenada e de fácil
entendimento e assimilação. Começa com a apresentação da belíssima ilha onde
nasceu a heroína e viviam as guerreiras amazonas (Themiscyra), entre elas, a mãe e tia de Diana (nome da semideusa que viria
a ser a Mulher Maravilha). Desde cedo
Diana aprendeu a arte da luta e da guerra com suas parentes, em particular com
sua tia. Alguns críticos não gostaram da apresentação da ilha, opinião da qual
discordo.
O mote para a continuidade do
filme (nesse filme e nos próximos lançamentos) é o aparecimento do que virá a
ser o “namorado” da Mulher Maravilha, o espião Steve Trevor, interpretado
por Chris Pine. A partir da relação
entre os dois surge a veia cômica do filme, o que, aliás, faltou no filme
anterior da DC Comics que envolveu Batman e Superman. As piadas, principalmente
derivadas da ausência de experiência da heroína com a civilização, são bem
conduzidas e interessantes.
Interessante também é a evocação constante
da mitologia grega no enredo de Mulher Maravilha. Segundo a heroína, o Deus da Guerra, Ares, é o vilão a ser
eliminado, o que contrasta com a visão de Steve Trenor, sabedor da lenda.
Os parceiros da heroína na
empreitada também são interessantes. Destaque para um árabe, ao mesmo tempo
sofredor e esperto.
As cenas de violência também são
interessantes, filmadas em uma perspectiva mais lenta. Gal Gadot também arrasa
com seu chicote dourado (um efeito muito bonito) e seu escudo.
É impossível também não observar
um viés feminista no filme, mas nada exagerado. A heroína faz o que muitos
homens não tem coragem – enfrentar de peito aberto um exército bem armado e
perigoso. É o delírio triunfante de uma personagem que, desde que foi criada
anos atrás, tinha como objetivo ser uma mulher de força, poder e coragem.
É, enfim, um filme que funciona
maravilhosamente bem e que merece ser visto. Sem dúvida, a primeira boa
diversão da DC Comics em anos.
Cotação: * * * 1/2 (bom/muito bom)
SUCESSO DE BILHETERIA: Sim.
SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Sim.
SUCESSO DE CRÍTICA: Sim.
PRÊMIOS: Nenhum.