terça-feira, 30 de outubro de 2012

"O BEBÊ DE ROSEMARY" ("ROSEMARY´S BABY, 1968)

File:Rosemarys baby poster.jpg
Poster do filme. Em www.en.wikipedia.org
O melhor filme de Roman Polanski é, também, um dos melhores filmes de terror de todos os tempos. Trata-se de "O Bebê de Rosemary", estrelado por Mia Farrow e John Cassavetes.

O filme é um terror psicológico dos mais interessantes. Nele, uma autêntica "confraria do diabo", ou seja, um conjunto de pessoas que tinha pacto com o demônio,  prepara um anticristo, que nasceria da escolhida Rosemary.  Para isso, usam e abusam de artimanhas, incluindo um médico especialmente contratado, uso de pílulas dopantes, etc.

O que se vê durante o filme é uma tensão crescente. Uma atônita Rosemary passa a descobrir que seu filho que está para nascer é, na verdade,  o satã em pessoa.

Tecnicamente perfeito, o filme também traz grandes atuações. Destaque para Mia Farrow, casada à época com Frank Sinatra. A transformação da atriz durante a projeção do longa é digna de nota. Com o passar do tempo, a insanidade toma conta dela. Dizem que, por causa do filme, Sinatra pediu divórcio de Mia.
Baseado no best-seller "A Semente do Diabo", de Ira Levin.

Um filme macabro. Bem ao gosto dos fãs do gênero! Curiosidade: foi filmado no famoso edifício Dakota, o mesmo em que John Lennon foi assassinado, em  Nova Iorque.

Enfim, um dos melhores filmes de terror de todos os tempos, para ser visto e revisto, sempre com o mesmo e fundamental prazer!

Cotação: * * * * *

TOP 100 - MELHORES THRILLERS DE TODOS OS TEMPOS

SUCESSO DE BILHETERIA: Não.

SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Sim.

SUCESSO DE CRÍTICA: Sim.

PRÊMIOS

01 Oscar - "Melhor Atriz Coadjuvante" (Ruth Gordon). Indicado ainda para "Melhor Roteiro Adaptado".

01 Globo de Ouro - "Melhor Atriz Coadjuvante" (Ruth Gordon) . Indicado ainda em três outras categorias, incluindo "Melhor Atriz" (Mia Farrow).

Crítica 29

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

"ATIVIDADE PARANORMAL 4" ("PARANORMAL ACTIVITY 4", 2012)

A franquia "Atividade Paranormal" parece não ter fim. Já estamos no quarto capítulo da saga, e os produtores sempre deixam uma brecha para a continuação.

Mas desta vez parece que a história, que antes era novidade, deu sinais evidentes de cansaço definitivo. O filme não consegue mais atender as expectativas nem mesmo dos amantes dos filmes de terror.

Aliás, o grande trunfo do filme inicial da série, "Atividade Paranormal" (cotação * * * *) era justamente aproximar o abstrato (os espíritos) do concreto (os seres humanos), sem apelar para situações alucinantes ou impossíveis de acontecer na prática. Enfim, parecia mesmo ser possível ter acontecido aquilo na realidade, principalmente para quem acredita em outras vidas. E havia um bom  e crescente suspense. O que acontece nesta quarta sequência é justamente o contrário. Aqui, há espaço para situaçoes absolutamente inverossímeis, algumas até risíveis. E o suspense só vai se perdendo ao longo da projeção.

Outro ponto fraco desta quarte parte da franquia é justamente o mau uso da câmera. O que era o ponto forte da primeira parte, aqui tem sua pior destinação. As câmeras bem instaladas e que geravam as situações de medo são substituídas por computadores. Em um dos espaços, a imagem é cheia de pontos, péssima, o que tira o suspense das cenas. E, para piorar (como se isso fosse possível), entra em cena um ator absolutamente sem graça e que não convence nem mesmo como "nerd" da computação.

Aliás, praticamente todos os atores são péssimos. Um deles, que faz o papel de pai da protagonista, chega a ser até patético. Mas também, com um roteiro desses, nem mesmo um Robert De Niro sairia bem neste papel.

O final chega a ser engraçado. Prova de que, quando o terror desaparece, inicia-se a comédia.

De tudo, resta uma constatação: esqueça este filme e contente-se com a primeira parte.

Cotação: BOMBA

SUCESSO DE BILHETERIA: Não.

SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Não.

SUCESSO DE CRÍTICA: Não.

PRÊMIOS: Nenhum.

Crítica 28

domingo, 21 de outubro de 2012

"SEM SAÍDA" ("ABDUCTION", 2011)

File:Abduction Poster.jpgO cinema americano sempre explorou a temática da perseguição a um ser inocente, que não tem condições, e nem tempo, de provar a sua inocência. O melhor de todos estes filmes é justamente o hitchcokiano "Intriga Internacional" ("North By Northwest", 1959), um dos melhores filmes de suspense de todos os tempos (cotação * * * * *).

Neste "Sem Saída", a fórmula é repetida, mas não se trata de um filme cansativo ou ruim. Pelo contrário. O filme é ágil, não tem muitos furos no roteiro e a atuação dos atores adolescentes é digna de nota.

Na película, Taylor Lautner é Nathan,  o homem errado, ingênuo, que sem saber de nada, inclusive de suas origens e do porquê dos acontecimentos,  se vê perseguido tanto por agentes do governo, quanto por criminosos. Tudo por causa de uma lista comprometedora, que estaria em posse do rapaz.

O próprio cartaz do filme dá as pistas do que vem pela frente: a luta pela verdade será a luta pela sua própria vida. Uma coisa, a verdade, está atrelada à outra, a própria vida do rapaz. É nisso que o roteiro se agarra.

Taylor Lautner e Lily Collins, os dois astros principais da trama, são jovens e têm um futuro promissor em Hollywood. Desempenham, com muita garra e talento, seus respectivos papéis.

Enfim, é uma boa opção de entretenimento, em que o espectador certamente não terá tempo nem mesmo para respirar.

Cotação: * * * 1/2

SUCESSO DE BILHETERIA: Não.

SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Sim, mas há controvérsias.

SUCESSO DE CRÍTICA: Sim, mas há controvérsias.

PRÊMIOS: Nenhum.

Crítica 27

terça-feira, 9 de outubro de 2012

INTOCÁVEIS (INTOUCHABLES, 2011)

O melhor filme exibido nos cinemas brasileiros neste ano de 2012 não vem de Hollywood, mas sim da terra dos gauleses: é o francês "Intocáveis", inesperado sucesso mundial  e segunda maior bilheteria da história do cinema francês.

E o sucesso é bastante merecido.

Trata-se de uma das melhores comédias dos últimos anos, tratando de maneira bastante interessante um tema nem sempre tão fácil: a relação de amizade que se estabelece entre um empregado negro, advindo de classe social mais baixa e um portador de necessidades especiais milionário.

O interessante do filme é que o roteiro consegue se livrar do sentimentalismo, típico nesses tipos de história. A atuação dos atores - François Cluzet, o mais famoso ator francês do momento e Omar Sy, um espetacular ator à caminho de Hollywood - empresta grande charme à película. Há  momentos divertidíssimos aos montes, notadamente com o excelente Sy, e outros, em menor escala,  um tanto dramáticos. Em todos eles, é bom que se diga, os atores se saem bem. E a afinada dupla central ainda conta com um excelente elenco de apoio, que literalmente não "deixa a peteca cair".

O filme todo é um grande prazer. Impossível não rir das diversas situações criadas que exploram, notadamente, os contrastes sociais existentes entre o negro e o milionário tetraplégico. Contrastes sociais que são explorados no filme de uma maneira bacana também, com muita sutileza, no sentido de ser sem exageros. Mas será por que o tema é tratado com tanta sutileza? Acredito que seja um "tapa de luva" na sociedade francesa, já que mostra claramente os conflitos existentes entre os franceses e os descendentes de ex-colônias, como é o caso do Senegal, e como os primeiros podem ser dependentes dos segundos.

É uma história baseada em fatos reais. Ponto para os dois personagens reais, que puderam transmitir uma história tão humana para o cinema, que, por sua vez, transformou-a em um roteiro superinteressante e que prende a atenção o tempo todo do espectador.

Enfim, um filme para se ver e rever. E para rir com gosto, mostrando que, mesmo nas situações mais dramáticas, é possível se encontrar a felicidade e uma amizade sincera.

Cotação: * * * 

SUCESSO DE BILHETERIA: Sim.

SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Sim.

SUCESSO DE CRÍTICA: Sim.

PRÊMIOS: 01 César - "Melhor Ator 2012" - Omar Sy. Indicado a ainda 08 categorias no César. Omar Sy ainda ganhou de melhor ator  nos prêmios "Sakura 2012",  "Prix Lumiere´s 2012"  e  "Globo de Cristal 2012".

Crítica 26