domingo, 16 de setembro de 2012

"CASABLANCA" ("CASABLANCA", 1942)

File:Casablanca, title.JPGO melhor filme de Hollywood de todos os tempos. Um dos melhores romances da história. A maior química romântica entre uma dupla de atores. Tudo isso é dito quando se traz à discussão "Casablanca", filme de 1943, dirigido por Michael Curtiz e estrelado por Humphrey Bogart e Ingrid Bergman.

E, convenhamos, o clássico faz mesmo jus à fama.

É simplesmente perfeito. E o curioso: surgiu da imperfeição. Segundo relatos históricos, tudo foi feito às pressas na época: roteiro, escolha do elenco, escolha do diretor.

Mas tudo acabou dando certo, comprovando que, muitas vezes, o cinema é a arte do acaso.

A história se passa em plena Segunda Grande Guerra, na cidade marroquina de Casablanca. Ali estava instalada uma possessão da "França de Vichy", nome dado ao governo fantoche francês, eis que uma extensão do poder da Alemanha de Hitler, que havia ocupado a França entre 1940-1944. Humphrey Bogart é Rick, dono de um bar que recebia desde soldados alemães até refugiados que desejavam desesperadamente por chegar ao Novo Mundo (a América). Rick, um dia, recebe de um homem (Ugarte, interpretado por Peter Lorre), duas cartas de trânsito, o equivalente a vistos para que qualquer pessoa pudesse chegar à América. Mal sabia Rick que as duas cartas poderiam ajudar uma ex-amante sua, Ilsa, interpretada por Ingrid Bergman, por quem nutria um amor incondicional,  e seu marido espião, a fugir para Lisboa e chegar ao novo continente. A partir daí, uma sucessão de situações e encontros amorosos entre a dupla central acontecem, até o desfecho final.

O elenco excepcional, incluindo os coadjuvantes, ajuda a elevar o nível do filme. Ademais, o roteiro, simplesmente perfeito e bem coordenado, teve uma merecida condecoração do "Academy Awards", conhecido no Brasil como Oscar. Aliás, o filme ganhou outras duas estatuetas: melhor filme e melhor diretor - Michael Curtiz.

Destaque para a beleza da sueca Ingrid Bergman. Considero-a a atriz hollywoodiana mais linda de todos os tempos, talvez dividindo o primeiro posto com a magnífica Grace Kelly. Especialmente neste filme, Bergman está no auge de sua beleza. 

Vale salientar ainda a espetacular trilha sonora do filme, incluindo a clássica "As Time Goes By", que ajudou a embalar o romance, tumultuado por vezes, da dupla Rick (Bogart) e Ilsa (Bergman). Curiosamente, a música tema do filme não era inédita, daí a impossibilidade de concorrer ao Oscar - foi lançada em 1931, mais de uma década antes.

Assim, não é sem razão que o filme esteja nas listas dos melhores de todos os tempos. Vale a pena sempre revisitá-lo! Um prazer inesgotável para os cinéfilos!

Cotação: * * * * *

TOP 100 - MELHORES FILMES DE TODOS OS TEMPOS

TOP 100- MELHORES ROMANCES DE TODOS OS TEMPOS

SUCESSO DE BILHETERIA: Não.

SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Sim.

SUCESSO DE CRÍTICA: Sim.

PRÊMIOS:   03 Oscars - "Melhor Filme", "Melhor Diretor" (Michael Curtiz) e "Melhor Roteiro" , mais 04 indicações ("Melhor Ator", "Melhor Ator Coadjuvante", " Melhor Montagem", "Melhor Música).

Crítica 25

"E O VENTO LEVOU" ("GONE WITH THE WIND", 1939)

Olá!

File:Poster - Gone With the Wind 01.jpg
Poster do filme. Em www.en.wikipedia.org
A resenha de hoje é sobre o mais emblemático dos filmes hollywoodianos: "E o Vento Levou", de 1939, produzido por David Selznick, baseado no romance homônimo  de Margareth Mitchell.

A película ganhou 8 oscars, dentre eles, de filme, direção e atriz- para Vivien Leigh. Aliás, Vivien, perfeita no papel de Scarlett O´Hara, nem era a mais cotada para o papel - Paulette Goddard era uma das favoritas. No entanto, a belíssima e charmosa atriz conseguiu o mais marcante papel de sua carreira - e, porque não, o mais famoso papel feminino de todos os tempos.

O filme ainda hoje desperta paixão no mundo inteiro, justamente pela sua história épica, bastante romanceada, mas ao mesmo tempo dramática.  Dramática porque invoca um duro período da história americana - a "Guerra de Secessão", que envolveu os ianques do Norte ( região industrializada) frente aos confederados do Sul (economia de base agrária e escravocrata). A história, e o filme, mostra o massacre protagonizado pelos ianques (a chamada "União"), causando morte e destruição aos sulistas.

A partir da guerra, que simplesmente aniquilou o sul, uma sucessão de eventos desastrosos começa a ocorrer na vida de Scarlett O´Hara, sulista e proprietária da fazenda "Tara". No lado financeiro, viu-se obrigada a se casar várias vezes por dinheiro, para cobrir as despesas crescentes com sua fazenda Tara; no lado pessoal, muitos encontros e desencontros com o amor de sua vida (que ela demorou demais a descobrir!), Rhett Butler, além de algumas tristes tragédias.

Enfim, o filme é magnífico. Tudo é superlativo. A trilha sonora, de Max Steiner,  ainda hoje famosa; os figurinos; a direção de arte; e, até mesmo, os efeitos visuais, bastante interessantes para a época.

Os atores parecem perfeitos para os respectivos papéis. Impressionante o carisma de Vivien Leigh na interpretação de Scarlett O´Hara, uma mulher forte, de personalidade, mas ao mesmo tempo com uma carência de afetividade enorme. Destaque também para Olivia De Havilland, que ganhou uma merecida indicação ao oscar na época pela interpretação de Melanie,  e para Hattie McDaniel, que interpretou a empregada de Scarlett O´Hara com intensa sensibilidade. Clark Gable se saiu bem também como o carismático Rhett Butler, mas levou apenas a indicação ao prémio máximo do cinema.

Curiosidade: a famosa trilha sonora não levou o "Academy Awards", mas até hoje é lembrada. Mais uma injustiça da Academia, como tantas outras (Chaplin, Hitchcock, etc).

Um dos melhores filmes de todos os tempos, um dos maiores clássicos da história do cinema, ainda hoje cultuado, " E o Vento Levou" é para se ver e rever. Sempre com o mesmo entusiasmo.

Cotação : * * * * *

TOP 100 - MELHORES FILMES DE TODOS OS TEMPOS

TOP 100 - MELHORES ROMANCES DE TODOS OS TEMPOS

SUCESSO DE BILHETERIA: Sim.

SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Sim.

SUCESSO DE CRÍTICA: Sim.

PRÊMIOS: 08 Oscars - "Melhor Filme", "Melhor Diretor" (Victor Fleming), "Melhor Atriz" (Vivien Leigh), "Melhor Roteiro Adaptado" , "Melhor Atriz Coadjuvante" (Hattie McDaniel), "Melhor Montagem", "Melhor Edição", "Melhor Direção de Arte". Ainda concorreu em 04 outras categorias.

Crítica 24

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

HELLBOY ("HELLBOY", 2004 )

File:Hellboy poster.jpg
Cartaz do filme. Fonte: www.en.wikipedia.org
Hellboy. Um filme de fantasia absolutamente surpreendente. É, sem sombra de dúvidas, uma das melhores adaptações de histórias em quadrinhos feita para o cinema, brilhantemente dirigida por Guilhermo Del Toro.

Tudo funciona de maneira perfeita no filme. Os personagens são encaixados, os efeitos especiais são ótimos, os atores dão conta do recado (principalmente Ron Perlman, que faz o herói, e Selma Blair, que faz Liz, a amada de Hellboy) e a fotografia é brilhante.

O roteiro, então, passa longe da simplicidade de outras adaptações, trazendo uma boa e interessante história como pano de fundo.

O filme tem início ainda na Segunda Guerra, mais precisamente em 1944, quando experimentos secretos de Hitler, envolvendo forças malignas de outras dimensões (o inferno, diga-se), com o objetivo de derrotar os aliados, vieram à baila, trazendo à vida justamente um pequeno ser com chifres pequenos e mãos grandes,  apelidado de Hellboy. Ocorre que o pequeno ser, que mais tarde viria a se tornar um forte e musculoso "vermelhão", acabou se bandeando para o lado do bem, passando a combater forças do mal (notadamente uma ocultista e um ciborgue assassino, que objetivavam libertar Rasputin, que, por sua vez, objetivava destruir o mundo liberando um demônio), no chamado "Bureau de Pesquisa e Defesa Paranormal", divisão do governo que poucos cidadãos conheciam.

Mas nem só de ação vive a trama. Dois momentos são marcantes.

O primeiro, quando Hellboy fica com ciúmes do encontro de seu parceiro com a mulher que ama, Liz, que detém poderes pirocinéticos. Em cima de um edifício, ele e um menino de nove anos protagonizam cenas bastante divertidas. Em uma delas, o garoto aconselha Hellboy a ir até a garota e expressar tudo que estava sentindo. Hellboy, mais que depressa, disse que um garoto de nove anos não tem muitas condições de dar conselhos. Simplesmente hilário.

O segundo, justamente quando Hellboy aproxima-se de Liz, sua amada e diz duas coisas: a primeira, que não tem como ficar diferente (a sua aparência física); segundo, que ele nunca desistiria do amor dela. No que ela responde: "Gosto disso". Nesse ponto, é mesmo acertada a idéia do personagem principal, já que nunca se deve desistir de viver um grande amor.

Enfim, é um filme bastante interessante, aclamado pela crítica mundial pela criatividade e engenhosidade das soluções da trama.


Cotação: * * * 1/2

SUCESSO DE BILHETERIA: Não.

SUCESSO PERANTE O PÚBLICO: Sim, mas há controvérsias.

SUCESSO DE CRITICA: Sim.

PRÊMIOS: Nenhum.

Crítica 23